feiticeira • entre uchihas e senjus

• lago •

S/N:

    Passo a manhã inteira caminhando com Mito pela vila e comprando coisas. Não exagero, pois ela não sabe que eu tenho dinheiro, e quando perceber que eu tenho tudo isso vai me questionar.

    Almoçamos em um restaurante e logo seguimos de volta para a casa dela. Seus pés estão começando a ficar inchados, o que é normal para uma gestante de seis meses.

    Me despeço de Mito e decido ir para a minha casa tomar um banho. Não posso perder tempo dormindo, ainda preciso ver muitas pessoas e já se passou metade de um dia, apesar de ter sido divertido.

    Enfatizei o quão importante Mito é para mim durante toda a conversa. Não sei se ela percebeu, mas já me despedi, e isso me faz chorar quando chego em casa.

    Visto uma roupa confortável e decido visitar o lago onde eu costumava treinar com Tobirama lá no início, quando cheguei em Konoha. O clima está frio, mas por sorte não está chuvoso, o que me permite sair com um pouco mais de liberdade.

    Me aproximando do lago, ouço o som de kunais. Não demoro para encontrar o próprio Tobirama ofegante enquanto treina em algumas árvores. Que coincidência empolgante.

— Boa tarde! -me aproximo saltitante.

— S/n? -ele dá um meio sorriso ao mesmo tempo que cerra as sobrancelhas. — O que faz aqui?

— Ah, eu só estava caminhando um pouco. -dou de ombros. — Senti falta deste lugar.

— Eu também. -ele olha para o lago, pensativo. — Por isso vim treinar aqui hoje.

— Foi aqui que tudo começou, você lembra? -não contive um sorriso fraco.

— Lembro. -ele retribuiu o sorriso. — Quando não tínhamos mágoas um com o outro.

— Eu não tenho mágoas de você. -cerrei as sobrancelhas. — Não guardo rancor.

— Mas devia. -ele fez uma pausa rápida. — Fui muito babaca com você.

— Concordo. -balanço a cabeça positivamente. — Mas eu omiti muitas coisas. No seu lugar, eu também ficaria brava comigo.

— Por que você é assim? -ele baixa um pouco o rosto e ergue o olhar para mim.

    Posso ver em seus olhos uma expressão que eu há muito tempo não via. O olhar sereno, certa admiração, tranquilidade... foi por esse Tobirama que eu me interessei, e não pelas versões que eu estava vendo ultimamente.

— Assim como? -perguntei.

— Você vê bondade em quase tudo. -ele colocou as mãos nos bolsos da calça, desviando o olhar. — Chega a ser cômico às vezes. Eu não me perdoaria pela forma que agi, se fosse você.

— Isso não importa mais. -me aproximo dele devagar.

    Ele fica parado, apenas me encarando, provavelmente esperando um beijo. Levo uma das mãos até o bolso traseiro de sua calça, pegando a sua bolsinha de armas ninja antes que ele pudesse me deter.

— Ei! -ele protestou.

— Não baixe a sua guarda nem pelos encantos de uma mulher. -sorri travessa, dando alguns passos para trás com uma kunai em mãos. — Você quem me ensinou isso, mestre. Acho que você não é o mesmo shinobi que eu conheci, hum?

— Está me desafiando, sua petulante? -sorriu maldoso.

— Estou, agora eu sou muito mais forte do que antes. -saltei para cima de uma árvore. — Vamos fazer cinco minutinhos de luta e vale tudo? -sugeri.