NARRAÇÃO:
Para S/n, era lógico que o Uchiha estava mentindo. Toda aquela história de sentir falta dela era porque ele sabia que Amaya estava doente e precisava de alguém para substituir o lugar dela no seu coração. Na cabeça de S/n, ela não significava nada e tudo o que saía da boca de Madara, era mentira.
— O que ela disse para você? -ele perguntou.
— Só que você me enganou, mas eu já esperava. -a garota cruzou os braços.
— Te enganei? -ele torceu o nariz. — Por que eu faria isso?
— Você sabe. -ela murmurou.
— Para de joguinhos, fala logo. -o Uchiha já estava ficando sem paciência.
— Eles estão te esperando, Madara. Pode ir.
— Não quero ir, quero ficar. -ele segurou os braços de S/n com firmeza.
Seus olhos se encontraram e, por um milésimo de segundo, o mundo parou de girar. Aquela conexão foi o suficiente para ascender uma mínima chama de algo entre eles que era intenso demais para ser demonstrado ou explicado. Era maior do que qualquer fluxo de chakra e mais intenso do que magia. E era real.
Os dois se encararam com surpresa após compartilharem daquela sensação. S/n se colocou imediatamente de pé e passou as mãos pelo rosto, ficando há uma certa distância de Madara e de costas para ele. Seu peito ardia em angústia naquele momento.
— Me deixa ficar, S/n. -o Uchiha pediu. — Não sei o que ela disse para você, mas não é nada disso que você está pensando.
— Mentira. -ela acusou.
— Eu conheci a sua irmã no dia em que ela esteve em Konoha pela primeira vez e nós só trocamos duas palavras. -ele se explicou. — Não tem como eu ter um filho de três anos com alguém que conheci há oito meses, porra!
— Mas ele é um Uchiha e é parecido com você. -a garota virou-se de frente para ele, com as sobrancelhas unidas.
— Como sabe que ele é um Uchiha? -Madara ergueu as sobrancelhas. S/n se calou. — Você nem sabe se ele é mesmo.
— Só pode ser.
— Você conhece o pai dele? -perguntou. A garota balançou a cabeça negativamente. — Ele possui o sharingan? -ela negou pela segunda vez. — Viu.
— Mas ele se parece com você. -S/n insistiu.
— Ele até pode ser um Uchiha, mas com toda a certeza não é meu filho. -Madara afirmou, despreocupado.
— Como assim?
— Ele não saiu das minhas bolas. -ergueu as sobrancelhas.
S/n torceu o nariz e suspirou. Aproximando-se daquele homem, a garota sentou ao seu lado no colchão e os dois ficaram em silêncio por longos minutos, olhando para direções opostas.
Era muita informação, realmente. S/n precisaria de uns bons dias para processar tudo aquilo que acontecera em apenas uma noite.
— Por que você não se despediu? -Madara perguntou.
— De você ou dos outros?
— De todos.
— Vocês dariam um jeito de fazer eu ficar lá. -ela confessou, dando de ombros. — E eu estava precisando viver uma aventura.
— E viveu? -o Uchiha arqueou uma sobrancelha, carregando um sorriso quase imperceptível nos lábios.
— Até demais. -S/n suspirou. — Só me fodi desde que cheguei aqui.
— Foi bom para você aprender. -ele riu. — Se tivéssemos feito você ficar, seria melhor para você mesma.
— É, mas eu só iria sossegar quando viesse. -ela retribuiu o riso.
Houve uma breve pausa. S/n desviava do olhar de Madara, que ao contrário dela, não desvia nem por um segundo. Era como um predador analisando a sua presa.
— Por que Izuna fez aquilo comigo? -a garota decidiu perguntar.
— Eu não sei. Não entendi essa atitude. -Madara respondeu num tom de lamento.
— Eu não esperava isso vindo dele. -ela confessou.
— Eu entendo você.
— Nunca passei por algo tão ruim assim. -S/n encheu os pulmões de ar, sentindo o seu estômago embrulhar quando lembrava da dor. — Não quero mais o Izuna na minha vida.
— Não está errada, por mais que eu saiba que você fazia bem para ele. -o Uchiha se apoiou nos cotovelos. — Ele não mereceu a sua amizade a partir do momento que cogitou colocar você no tsukuyomi.
— Itsuki não é mau. -a garota tocou no assunto, encarando Madara. — Ele me protegeu do seu irmão.
— Parando para pensar agora, não sei como Izuna se deixou ser atacado por esse garoto. -ele estalou os lábios. — Eu pensei em muitas coisas quando cheguei na sala, mas não devia ter feito aquilo.
— Não devia mesmo. -S/n concordou. — Ainda estou magoada com você.
— Como eu faço para me redimir? -o sorriso enigmático voltou a marcar presença na expressão maliciosa de Madara.
— Vá embora. -a garota sorriu sem mostrar os dentes. — Só vou estar apta para te perdoar depois que tirar uns dias de descanso.
— Argh. -o Uchiha esfregou o rosto e concordou. — Tudo bem, eu tenho que ir mesmo.
— Sim, você deve.
Os dois se colocaram de pé e ficaram parados um de frente para o outro, sem saber direito como agir para se despedir. S/n colocou as mãos nos bolsos traseiros da calça enquanto Madara esfregava discretamente uma mão na outra.
— É, então... tchau? -S/n sorriu, já suando frio.
— Eu vou ir agora, mas vou voltar. -ele garantiu, decidido.
S/n não respondeu, apenas assentiu com um movimento de cabeça. Era difícil acreditar que ele voltaria, mas mesmo se quisesse, isso não garantia que a relação entre os dois voltaria a ser como foi um dia.
Madara deu as costas e saiu do quarto após se despedir da garota apenas com um discreto aceno de mão. O clima entre eles não estava leve o suficiente para despedidas mais íntimas, então ele poupou ambos de uma atmosfera ainda mais incômoda e foi embora sem muito mais diálogos.
S/n observou a partida do esquadrão Uchiha pela sacada do seu quarto, sentindo uma tristeza imensurável ao observar o homem que um dia fora seu melhor amigo, indo embora após tê-la feito passar pela pior experiência da sua vida. A traição de Izuna estava sendo mais dolorosa do que se podia imaginar.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
ФанфикшнOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
