• temporariamente rainha •

2K 299 96
                                    

Seis meses depois.

NARRAÇÃO:

    Amaya ainda não havia retornado para o castelo. Ela se ausentou pois estava mais doente do que deixava transparecer, e sabia que a "nova S/n" a mataria logo que percebesse a sua fraqueza física e mental.

    Enquanto a mais velha esteve fora, S/n leu todos os livros mais de uma vez, pois depositou todo o seu foco apenas naquilo. Ela colocou diversos homens exclusivamente para a reforma no pavimento dos doentes, e mesmo que o seu coração estivesse cheio de ódio pelo mundo, ela conseguiu deixar todos aqueles pobres coitados numa situação melhor.

    O jardim fora expandido, assim como as terras do castelo, para que todos os abrigados ali pudessem circular livremente pela propriedade, que agora não era mais dividida por alas.

    S/n havia se tornado uma rainha firme e centrada, completamente distante da sua antiga versão. Sua liderança era uma só, sem flexibilidade para mudar de ideia e sem dar folga para os seus funcionários.

    Já não se sabia se Amaya voltaria viva, pois os boatos corriam rápido pelos gaurdas e todos sabiam que ela estava escondida em algum lugar, tentando encontrar a cura para a sua doença misteriosa.

    S/n não esperava pela morte da irmã assim, de repente. Vaso ruim não quebra, e Amaya não se permitiria morrer sem antes causar algum tumulto onde houvesse o mínimo de paz.

    Apesar da franqueza da nova rainha temporária, os funcionários mais antigos: mordomos, cozinheiras, empregadas e guardas, gostavam da liderança de S/n. Eles tinham as suas tarefas e horários, mas não eram mais pressionados e podiam ter um pouco mais de livre arbítrio, algo que não havia no reinado de Amaya.

    Era surpreendente a velocidade com que S/n colocou ordem no lugar e conseguiu, com êxito, governar todas as partes daquele castelo.

    Mas ela quase não dormia, não conseguia dormir. Pesadelos assustadores atormentavam as suas noites e ela se ocupava treinando ou resolvendo assuntos pendentes, para não dar tempo dos pensamentos ruins tomarem conta da sua cabeça. Estava na sua pior fase consigo mesma.

— S/n? -o mordomo apareceu na porta do escritório.

— O que aconteceu? -a garota logo ficou de pé.

— Não precisa se preocupar. -Itsuki ergueu as mãos na altura do peito, tentando acalmar a sua rainha. — É sobre o Koji.

— Como ele está?

    S/n se sentia culpada, mas não estava dando a devida atenção para o garoto. Era uma guerra em sua cabeça. Todas as vezes que o via, imaginava o Uchiha com a sua irmã, mesmo que o bebê inocente não tivesse nada a ver com aquilo.

    S/n se culpava por amar tanto aquela criança e mesmo assim, não ser o suficiente para superar todo o ódio que sentia do resto do mundo.

— Ele está bem. -o mordomo garantiu. — Porém pergunta muito sobre você e Amaya.

— Diga que a mãe dele voltará em breve. -S/n voltou a sentar na cadeira.

— Você tem certeza de que ainda não consegue cuidar dele? -Itsuki perguntou.

    No meio de todo aquele tormento, S/n conseguiu criar laços com o mordomo, pois era um garoto com passado muito triste e o único que a apoiou desde o início. Muitas crises de ansiedade que ela teve, foi Itsuki que acalmou e sem nunca nem tentar fazer qualquer mal para ela. Ele era um rapaz puro, em quem se podia confiar.

— Hoje é aniversário dele. Está fazendo três aninhos. -o mordomo continuou.

    S/n apoiou os cotovelos na mesa e passou as mãos pelo rosto, frustrada. Não era mais possível correr disso. Mesmo que ele não fosse filho dela, ainda era apenas uma criança carente que precisava de amor e cuidados.

— Mande as empregadas arrumarem ele. Coloquem uma roupa bem bonita. -ela ordenou.

— Posso saber o motivo? -Itsuki questionou, rapidamente preocupado.

— Vamos sair, dar uma volta. -S/n deu de ombros.

— V-V-Voc.... -o mordomo fez uma pausa para trancar a gagueira. — Você vai sair do castelo?

— Sim, por quê? Não posso? -a garota provocou.

— Mas, a Amaya...

— Já se passaram seis meses e ela não voltou. -S/n o interrompeu. — Eu mando aqui temporariamente, mas na minha vida, eu mando em tempo integral.

— Como quiser. -ele proferiu, rendido.

— E peça para prepararem um banho para mim. -a rainha pediu. — Estou muito cansada para preparar sozinha hoje. Quero algo bem relaxante.

— Certo.

    Itsuki deu as costas e saiu do local, deixando S/n novamente sozinha com os seus próprios pensamentos.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora