feiticeira • entre uchihas e senjus

• rude •

S/N:

- Conseguiu. -ele finalizou.

Confesso que não estou preocupada com esse lance de feromônios e feitiço natural. O que eu tenho com Tobirama é real, eu sinto isso. Não tem como tudo aquilo ser culpa de um "feitiço" idiota. Depois de tantos anos isso não deve existir mais.
E eu nem sei se isso é realmente verdade, afinal, não tem comprovação nenhuma além de boatos escritos em um livro velho.

- Sinceramente, isso não me interessa. -digo, finalmente. - Quero saber a origem deste poder. Por quem fomos criados, por que fomos tão perseguidos, como controlar esses malditos olhos, etc...

- Vocês são de uma criação única, qual nenhum ninja teve. Dizem que um Deus Dragão desceu à terra, tomou a forma de um belíssimo homem e transou com diversas mulheres após seduzí-las. -o velho lê em um dos livros. - Ele foi confrontado pelos outros Deuses que já conhecemos, assumiu sua forma animal e mesmo assim, foi morto.

- Por isso eu sempre sonhava com dragões. -pensei alto.

- Enfim, você já sabe o que os seus olhos são capazes? -perguntou Madara.

- Não. -respondi.

- Bom... -um dos anciãos iniciou mais uma explicação. - Você deve saber que é possível enxergar no escuro, mas fora isso, o seu doujutsu é como um sharingan. Você pode prever os movimentos, usar genjutsu e até cegar inimigos que olharem para os seus olhos, se você quiser.

- Por Kami, isso é legal! -sorri largo.

- Você pode treinar com um Uchiha, isso vai ajudar a controlar o poder. -disse o velhote.

- Vou passar o seu treinamento para Izuna ou Kagami, caso você queira. -Madara falou, levantando-se. - Acho que já ouvimos o suficiente.

- Creio que sim. -concluí, também levantando. - Obrigada. -agradeci aos anciãos com uma pequena reverência e segui o Uchiha para fora da sala.

Não contenho um largo sorriso, afinal, posso ficar ainda mais poderosa do que já sou. Madara está sério, parecendo preocupado com alguma coisa.

- O que aconteceu? -perguntei enquanto caminhávamos.

- Nada que seja da sua conta. -respondeu rude.

- Que grosseria. -resmunguei. - Não vou tomar café aqui, já vou embora. -avisei.

- Como quiser. -deu de ombros, andando na minha frente. - Não me importo.

- Madara! -segurei o seu braço e ele parou de andar. - O que foi?

- Nada, garota! Me solta. -se livrou do meu toque.

- Ficou rude de repente. -cerrei o cenho.

- Eu sou assim, amor, talvez você não tenha percebido. -sorriu irônico.

- Ontem não parecia. -arqueei uma sobrancelha.

- Dormiu comigo porque você quis. -ele imitou minha expressão.

- Você não parecia essa pessoa que está sendo agora. -ergui o maxilar. - Mas não me surpreendo com você, eu já esperava isso.

- Ótimo. -ele deu de ombros.

- Ótimo. -finalizei, dando as costas.

- Não de as costas para mim, garota! -ele gritou, mas ignorei.

Caminho em passos firmes até a porta principal e saio da casa, sob olhares de todos os membros do clã Uchiha sobre mim. Não ligo, afinal, eu sou culpada por ser tão boazinha com quem eu sei que não merece.

• • •

Chego no QG do hokage e bato na porta, sendo recebida por Mito. Ela carrega um sorriso simpático e me dá permissão para entrar.

- Bom dia. -disse Hashirama.

- Bom dia. -sorri. - Estive com saudades de vocês.

- E nós de você. -Mito acrescentou. - Estávamos falando sobre você agorinha.

- Bem ou mal? -perguntei em tom divertido.

- Temos uma missão. -o hokage pegou um pergaminho e me entregou. - Escoltar uma senhora do país do vento até aqui.

- Quem vai comigo? -perguntei.

- Tobirama, algum problema?

- Nenhum. -comemorei internamente.

A porta do escritório é aberta abruptamente e a figura esguia e de cabelos platinados invade o meu campo de visão. Céus, ele está tão lindo!

- Bom dia. -ele diz à todos nós. - Será minha parceira? -perguntou.

- Sim. -respondi confiante. - Não sabia que você fazia missões fáceis assim de escolta.

- Abri uma exceção hoje. -deu de ombros, mantendo a pose de marrento. - Vamos?

- Sim.

Me despeço de Mito e Hashirama e sigo com Tobirama para fora do escritório. Ele não me olha diretamente, talvez esteja envergonhado por pensar que tem culpa pelo meu surto da última vez.
Imagina se ele sonha que eu dormi com o Madara? Kami que me livre.

- Vou em casa primeiro, me arrumar para a missão. -ele diz. - Você vai precisar ir na sua casa também?

- Sim.

- Então nos encontramos daqui uma hora nos portões da vila. -instruiu.

Concordei e nós nos separamos. Segui para a minha casa com uma dúvida em mente. Tobirama parecia distante, mais do que magoado, como se não me visse mais da mesma forma.

Mas não vou pensar nisso, vou focar apenas na minha missão.