S/N:
Chegando no território dos Uchihas, encontro o portão aberto - por um milagre -. Me aproximo e sou parada por um guarda.
— Vim falar com o Izuna. -digo rapidamente.
— Está na casa principal. - respondeu, me dando passagem.
Passo por ele e continuo andando entre as ruas do distrito, até finalmente avistar a casa de Izuna. Respiro fundo e sigo caminhando, ao mesmo tempo que sinto uma enorme vontade de chorar. Não sabia que seria tão difícil, que ódio.
Bato na porta e rapidamente sou atendida por uma empregada de meia idade. Ela esboça um grande sorriso quando me vê, pois já me conhece. Foi ela quem entrou na cozinha enquanto eu "brigava" com Izuna.
— Algum dos irmãos está? -perguntei simpática.
— Ambos. Com qual deles você deseja conversar? -sorriu da mesma forma.
— O mais novo.
— O jovem líder está...
— S/n! -a voz de Izuna se fez presente, interrompendo a empregada. — É claro que ela veio me ver, querida senhora Masu.
— Com licença. -ela se despediu e se afastou, nos deixando sozinhos.
— O que vai fazer hoje? -perguntei para o Uchiha.
— Eu acabei de acordar, garota! -torceu o nariz. — Só sei que vou tomar café da manhã agora, você quer?
— Um convite desses, eu não consigo recusar. -sorri, aceitando.
Segui ao lado de Izuna rumo à cozinha, saltitando. Ele, por outro lado, está com o cabelo todo bagunçado e uma expressão destruída. Realmente, acabou de acordar.
— O que te trás aqui, garota? -ele perguntou enquanto caminhávamos.
— Vim ver você, oras. -menti. — Estava com saudades do meu amigão.
— Só vejo dois motivos prováveis para você estar aqui: -me olhou de canto. — Ou você quer dinheiro, algo que não tenho para te dar, ou você veio me pedir a bênção para...
— Cala a boca! -xinguei, cobrindo a sua boca com a minha mão antes que alguém ouvisse. — Eu vim te ver e ponto final, idiota!
— Mas eu nem disse nada. -ele riu de forma debochada assim que o soltei. — Você está irritadinha ultimamente, hein?
— Você fala muita bobagem, Izuna. Deveria ser mais maduro para um homem da sua idade. -ergui as sobrancelhas e continuei andando despreocupadamente, enquanto o Uchiha tinha um pequeno surto ao meu lado.
São poucas as palavras que preciso usar para tirar ele do sério. O problema é que ele sabe como me irritar na mesma intensidade, transformando as nossas conversas num ciclo de provocações. Acho que é isso o que nos torna amigos.
Chegamos na cozinha e as empregadas já o esperam com um banquete. Sorri vitoriosa, pois nessas horas, é bom ser amiga de um dos chefes. Nos sentamos à mesa e logo começamos a nos servir. Izuna é igualzinho a mim: come igual um condenado logo que acorda.
— Você não tem modos de uma dama, sabia? -ele disse com a boca cheia.
— E nem quero. -torci o nariz. — Se eu fosse uma dama, seria insuportável.
— Mais ainda? -provocou. — Duvido!
Ignorei as suas palavras e continuei comendo junto dele. Não demorou até a cozinha der preenchida com uma presença marcante e única. As empregadas se curvaram como se estivessem vendo um rei, o que eu achei no mínimo exagerado.
— Bom dia, irmão! -disse Izuna.
Congelei na cadeira, encarando o meu prato cheio de comida. Passo a mão no canto da boca - que está sujo - e ergo o olhar, vendo Madara vestindo o seu uniforme padrão do clã Uchiha.
— Bom dia. -ele disse. — Não sabia que tínhamos visita.
— Eu tenho. -Izuna riu. — Mas agora que você apareceu, ela...
— Bom dia! -falei, interrompendo Izuna. Senti que ele falaria besteira. — Há quanto tempo, Madara. -ri desconcertada.
— Ela chama o líder pelo nome. -uma das empregadas sussurrou alto demais, e infelizmente, todos ouvimos.
— Temos intimidade suficiente para isso, não precisa se preocupar. -Madara respondeu, sem tirar os olhos de alguns papéis que lia.
— O que está vendo aí, irmão? -Izuna perguntou, curioso.
— É sobre o conselho. -ele usou um tom de voz cansado. — Hashirama já falou sobre isso com você, S/n? -me olhou.
— Absolutamente não. -respondi.
— Foi aprovado a inclusão de um médico ninja por equipe. -ele voltou a olhar os papéis. — Eu coloquei você conosco! -sorriu fraco.
— O quê?! -minha voz saiu alta e fina sem querer. Disfarcei quando o olhar dos dois irmãos pesou com estranheza sobre mim. — Quer dizer... por quê? Você disse que não me queria mais na sua equipe.
— Eu mudei de ideia, agora eu quero. -ele fez a mesma expressão maliciosa que fazia quando vim dormir aqui. — Mas se você não quiser, não posso te obrigar.
— Eu não sei. -baixei o olhar, pensando em Amaya. — Quando é a próxima missão?
— Dentro de alguns dias, ainda não foi decidido. -continuou lendo o papel. — Se aceitar, precisa assinar alguns papéis.
— Posso pensar? -perguntei. Ele me olhou, com as sobrancelhas cerradas.
— Por que pensar? Você adorava ir em missões com a gente! -Izuna protestou.
— Posso pensar? -repeti a pergunta, encarando Madara.
— Pode. -ele permitiu, ainda confuso. — Mas preciso da resposta até amanhã, senão, precisarei encontrar outro médico.
— Eu odeio dizer isso, mas não há outro médico capacitado para o nosso clã além de você, S/n. -Izuna choramingou. — Eu vou ficar PUTO se você não aceitar.
— Olha os modos à mesa, pirralho. -Madara xingou.
Cobri a boca com uma das mãos, escondendo um riso. Izuna revirou os olhos, mas não protestou. Pelo menos ele respeita o irmão mais velho.
Tentei continuar comendo, mas percebi que Madara estava me olhando o tempo inteiro. A comida não descia na minha garganta e eu fiquei envergonhada demais para continuar. De repente, esqueci como comer direito. Que ódio!
— Perdeu o apetite? -Izuna riu, sabendo bem o motivo. Ele faz de propósito.
— Sim. -menti.
— Quer que eu saia para você conseguir comer? -o líder perguntou, provocativo.
— HÁ! -o mais novo atirou a cabeça para trás, gargalhando.
Realmente, Madara é um homem sério, mas gosta de me provocar e me deixar constrangida. E Izuna... bom, ele ama me ver assim, pois tem um motivo para rir da minha cara.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
ספרות חובביםOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
