feiticeira • entre uchihas e senjus

• pesadelo •

NARRAÇÃO:

S/n foi devidamente apresentada ao quarto de hóspedes da casa de Tobirama. O cômodo era visivelmente limpo e confortável, possuindo móveis e edredons de altíssima qualidade e ótimos para dormir. Deitada sobre o futon, S/n se sentia segura e tranquila pelo fato de não estar sozinha na casa, então pela primeira vez em muito tempo, ela apenas fechou os olhos e dormiu, sem ser invadida por diversos pensamentos que tiravam a sua paz.

Tobirama decidiu ficar acordado naquela noite para poder observar o sono de S/n. Era óbvio a sua desconfiança, decidiu vigiar a garota para tentar descobrir algo sobre ela enquanto dormia. Tobirama não era bobo, queria analisar um possível kekkei genkai.

O homem decidiu colocar alguns papéis em ordem no seu quarto e organizar o seu guarda-roupas, pois quase nunca tinha tempo para fazer isso.

O relógio marcava 2:30 da manhã quando Tobirama ouviu resmungos vindo do quarto onde S/n estava dormindo. Em passos leves para não fazer barulho, ele foi até o quarto de hóspedes ver o que estava acontecendo.

A garota estava deitada de barriga para cima, com os olhos fortemente fechados numa expressão de desespero. Seu peito subia e descia rapidamente, mostrando a sua respiração pesada e descompassada. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, então ela entrou num estado de sono agitado.

Tobirama decidiu esperar mais um pouco para acordá-la, pois de acordo com o que ela mesma disse, o ápice de seus pesadelos começava um pouco depois da sua inquietação.

Após alguns minutos, S/n começou a se contorcer na cama e gemer como se estivesse sofrendo. O homem continuou observando, até que a garota soltou um grito doloroso e em seguida começou a grunhir repetidas vezes.
Tobirama decidiu que estava na hora de acordá-la.

- S/n. -ele chamou, ajoelhando ao lado dela sobre o futon. - Acorda.

A garota continuou se contorcendo, chorando e grunhido, então Tobirama tornou a tentar acordá-la.

- S/n, acorda. -ele a sacudiu, sem resposta. - Acorda!

Quanto mais ele chamava, mais ela ficava agitada e parecendo sentir mais dor. O homem então sentou ao lado dela e colocou a cabeça da garota na sua coxa, dando leves tapinhas em suas bochechas enquanto chamava.

- S/n... S/n, acorda! -ele chamou mais alto.

Finalmente, S/n acordou com um sobressalto, sentou-se na cama e começou a chorar compulsivamente. Tobirama não soube como reagir naquele momento, pois a garota sempre se mostrou tão forte e sorridente. Vê-la chorar como uma criança deixou o Senju surpreso.

- Desculpe. -ela pediu, parecendo finalmente entender que estava acordada.

Tobirama se manteve calado, apenas a observando. S/n limpou as lágrimas do seu rosto com as mãos e fechou os olhos para conseguir se acalmar. Após alguns segundos, sua respiração estava controlada e ela já estava melhor.

- Vou buscar água para você. -disse o Senju.

Ele levantou, buscou o copo de água, adicionou açúcar e levou para S/n. Ela bebeu e fez uma careta por conta do gosto doce, mas não reclamou. Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos até S/n quebrá-lo.

- Hoje foi um pouco pior. -ela disse. - Vi meus pais morrerem, aqueles dragões estavam lá, me machucaram... é um pouco difícil para mim. -confessou.

- Posso imaginar o quanto. -Tobirama respondeu.

- Mas que bom que estava aqui. -ela sorriu, mesmo com os olhos inchados por conta do choro de minutos atrás.

Ver a garota sorrir mesmo em meio a tanta dor, tocou o Senju de uma forma diferente. Ela era tão boa e parecia ser tão pura. Conversar com ela fazia a vida parecer mais fácil, como se a sua personalidade curasse momentaneamente todas as feridas das pessoas ao seu redor. Sabendo da grande perda que ela enfrentou na vida, Tobirama se viu fascinado pela forma que ela lidava com os próprios problemas e ainda conseguia cativar à todos com que conversava.
Ele não sabia, mas já estava enfeitiçado.

- Pode voltar a dormir. -ele disse.

- Só preciso de um tempo para esquecer o que sonhei. -ela pediu. - Por que não me fala sobre o jutsu que vai me ensinar hoje?

- Quando formos treinar eu te conto. -ele sorriu divertido ao ver a expressão impaciente da garota.

- Sorte a sua que faltam poucas horas. Sou ansiosa. -ela riu. - Você acha que estou indo bem nos treinos?

- Você é um pouco preguiçosa, mas teve um avanço surpreendente nessa primeira semana, tendo em conta que nunca havia treinado nenhuma técnica sequer. -explicou, observando a expressão de S/n mudar até se tornar um sorriso grande e genuíno. - Eu poderia até dizer que você pode ser um novo gênio do mundo ninja.

- Está blefando! -ela deu um tapinha no braço dele, entre risos. - Meus pais ficariam orgulhosos.

- Tenho certeza disso. -ele finalizou.

Os dois ficaram em silêncio, o que se tornou um pouco constrangedor. S/n mexia nos próprios dedos em cima das suas pernas enquanto Tobirama encarava um ponto fixo na parede em sua frente. Ele decidiu quebrar aquele clima chato e se levantou.

- É melhor ir dormir. -ele disse.

- Tudo bem, já me sinto melhor. -ela deitou sobre o futon e se cobriu até o pescoço, aconchegando-se. - Obrigada, Mestre Tobirama. -disse num tom debochado.

Ele apenas se retirou do quarto, fechando a porta e seguindo para o seu. Ele não dormiu, pois faltava pouco tempo para a hora de levantar, então decidiu continuar organizando as suas coisas enquanto cuidava do sono de S/n, para o caso de ela ter outro pesadelo. Ele estaria acordado para poder ajudar.