• pergaminho •

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S/N:

    Após muito andar pelo castelo, chegamos no tal escritório da minha irmã. Eu já imaginava que fosse um local bem luxuoso, mas este superou. Era de se imaginar que fosse exagerado, pois é aqui que ela passa a maior parte do tempo quando não está no quarto ou fora da propriedade.

    Amaya caminha graciosamente até a sua mesa, como se nada fosse importante o suficiente para despertar a sua preocupação. Essa postura me faz refletir. Se eu quiser superá-la e assumir este reinado, precisarei mudar as minhas atitudes e a minha maneira de pensar.

— Eu posso sentir a sua raiva. -ela disse, sentando na sua cadeira estofada. — Bastou um comentário meu, para que você passasse a me olhar com outros olhos.

— Não sinto raiva de você. -respondi. — Só não concordo com muitas coisas.

— Eu não sei se você sabe... -iniciou, apoiando os cotovelos na mesa. — Mas a sua magia só vai despertar quando você se desvencilhar daquela aldeia.

— Eu estou aqui, não estou?

— Mas você ainda pensa neles. Muito, inclusive. -arregalou um pouco os olhos. — Eles queriam que você fosse uma garota boazinha, por isso você age dessa maneira.

— Do que está falando? -minhas sobrancelhas se uniram. — Eu deixei todos para trás, não me importo mais, só não acho justo você querer matar uma criança que ainda nem nasceu!

    Ela sustentou o meu olhar por alguns segundos e assentiu devagar, suspirando pesado logo após.

— Eu não trouxe você aqui para te fazer mal. -falou. — Eu trouxe você porque eu te amo, você é a minha irmã e eu preciso que governe tudo o que conquistei, após a minha morte.

— Acha que eu acredito nessa história de doença? -ironizei, apoiando as mãos na mesa. — Eu nunca pensei que você seria assim, mas agora que te conheci pela segunda vez, sei que é capaz de falar qualquer besteira para conseguir o que quer!

— Eu jamais mentiria sobre isso! -Amaya elevou o tom.

— Qual é essa doença, então? -perguntei, cruzando os braços.

— O uso da magia não é como o chakra normal. -explicou, entrelaçando os dedos em frente à boca. — Quanto mais usamos, mais a nossa vida é ceifada.

    Não me atrevo a dizer nada, apenas ouço.

— Eu era uma criança muito raivosa, por isso despertei a magia muito cedo. -ela prosseguiu. — Esconder o castelo, enfeitiçar as pessoas, tudo isso é magia e tudo isso me mata aos poucos.

— Então deixa essa merda de castelo visível e deixa essas pessoas livres! -elevei o tom.

— Me desculpe, irmã, mas não quero que você se meta em assuntos que estão fora do seu alcance. -deu de ombros e pegou um pergaminho que estava guardado na gaveta da sua mesa.

— O que é isso? -perguntei.

— A administração de todo aquele pavimento ficará por sua conta. -ela desenrolou o objeto e pegou uma caneta de tinta.

— Eu tenho que assinar isso? -arqueei uma sobrancelha. — É um contrato de invocação, eu estudei muito sobre.

— Vou provar que as minhas intenções com você são as melhores. -ela me entrega a caneta. — Você invoca algum animal?

— Não. -cerrei o cenho. — Quer dizer, eu sei o jutsu, só não tenho o animal.

— Agora você tem. -ela me passa o pergaminho. — Se eu quisesse ferrar com você, não a incentivaria em aumentar o seu poder.

— Qual é o animal? -indaguei receosa.

— Ah, aí você está querendo demais. -bufou, cruzando os braços.

    Dou uma olhada nas pessoas que já assinaram este pergaminho. Somente o nosso clã, e pelo visto não tiveram muitos antes de Amaya.
    Faço menção de assinar, mas ela ergue a mão e me manda parar.

— Idiota, você usa a caneta para furar o seu dedo e assina com o seu sangue. -explicou. Tão carinhosa. — Pensei que você já soubesse o jutsu.

— Sei o selo de mãos e o jutsu, mas não sei assinar a porcaria desse pergaminho idiota! -xinguei, emburrada.

    Furo o dedo e assino lentamente. Espero acontecer algo comigo, mas não acontece nada.

— Você está esperando o quê? Um super poder? -Amaya gargalhou. — Agora você já tem um animal e já pode invocá-lo, porém sugiro que faça isso longe do castelo e numa área bem grande.

— Qual é o tamanho dele? -ergui as sobrancelhas.

— Pff... -ela bufou e colocou uma das mãos no rosto. — O tamanho será de acordo com a quantidade de chakra que você usar.

— Então se eu ativar o byakugou, vou ter o maior animal do mundo? -meus olhos brilharam.

— Não é para tanto, bobona. -ela revirou os olhos. Amaya nunca gostou de explicar, às vezes parece que a veia da sua testa pode saltar de tão brava que fica.

— Tudo bem, então. -devolvi o pergaminho assinado. — Então a administração daquele circo de horrores é por minha conta agora? -perguntei.

— Sim, você só não pode deixar aquelas pessoas saírem de lá. -lembrou, enquanto guardava o objeto de volta na gaveta.

— Mas posso mudar tudo, inclusive as regras de cada ala? -questionei.

— Sim, S/n. -ela respirou fundo e assentiu. — Pode.

— Era só isso mesmo. -sorri largo. — Nos vemos outra hora. Tenho muito trabalho à fazer. -dei as costas e saí saltitando da sala.

— S/n. -Amaya chamou. Paro de andar e viro o rosto em sua direção. — Não faça mais aquilo com os guardas.

    Revirei os olhos e assenti, finalmente saindo do escritório.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora