feiticeira • entre uchihas e senjus

• capturada °

S/N:

    Após mais um dia de viagem, finalmente estamos próximos do território inimigo. Madara me instruiu a ativar os olhos sempre que anoitecer, assim eu treino um pouco e aprendo sobre o que o doujutsu é capaz.

    Estou concentrada na reta final do nosso percurso quando ouço meu nome ser chamado de algum lugar da mata à minha esquerda. Olho de soslaio, mas começo a achar que estou enlouquecendo e ignoro.
    Até ouvir novamente.

— O que foi? -perguntei. A equipe me olhou, um mais confuso do que o outro. — Quem me chamou?

— Está louca. -Osamu respondeu. — Ninguém te chamou.

    Ele é o homem que me chamou de fraca antes. Discutimos durante todo o percurso, e mesmo assim ele não parou de me lançar piadinhas machistas. Me irrita o fato de que Madara e Izuna não falam nada e nem me deixam brigar.

    Ouço meu nome ser chamado mais uma vez à minha esquerda e viro o rosto rapidamente, buscando ver alguém, mas nem mesmo com o doujutsu ativo e enxergando no escuro, não consigo ver nada.

    Desacelero o passo e fico alguns metros para trás, assim posso ouvir melhor. Eles nem perceberam que mudei a minha posição, e parece que não estão ouvindo o meu nome ser chamado.
    Eu só posso estar ficando maluca.

— S/n! -ouço mais uma vez.

    Olho na direção daquela voz desconhecida, mas estou tão concentrada em encontrar quem me chama, que nem percebi um ninja inimigo me atacando pelo lado oposto.

    O peso da pessoa me faz cair das árvores direto para o chão. Sou envolta por um par de braços extremamente musculosos, então preciso fazer uma força extra para conseguir me soltar.

    O ninja provavelmente não esperava que a única mulher da minha equipe possuísse a força que eu possuo, então me desvencilho facilmente no seu toque. Acerto alguns socos na cabeça do homem, mas sou cercada por no mínimo cinco deles.

— Droga! -xingo baixo.

    Eu estava muito afastada do meu esquadrão, mas eles devem ter notado a minha ausência. A maneira que o inimigo conseguiu me tirar de cena sem fazer nenhum barulho tão alto demonstra que eles talvez não sejam tão fracos como o hokage havia nos dito.

— Olha só, uma moça. -um dos homens que está me cercando, diz. — Tudo o que queríamos.

— Não chega perto! -ordenei, em posição de alerta.

— Você é forte, conseguiu bater em um dos meus homens. Mas está sozinha. -ele parou de andar há alguns metros de mim.

— O que você quer? -perguntei.

— Ah, querida, olhe para todos nós. -ele aponta para os seus quatro comparsas. — Estamos sedentos por uma mulher. Não sentimos o toque feminino há meses, estamos cheios de vontade e você apareceu na hora certa.

    Era só o que me faltava. Madara que me desculpe pelo barulho, mas não vou deixar esses homens chegarem perto de mim.

    Fecho a mão em punho e dou um soco no solo, destruindo um pouco do chão ao meu redor e afastando os homens. Salto para longe da poeira e faço um selo de mãos rapidamente.

— Suiton: suidan....

— S/N! -ouço a voz de Izuna antes que eu termine o jutsu.

    Ele está logo atrás de mim. Caio de pé ao lado dele e somos novamente cercados, desta vez por apenas quatro ninjas.

— Eles estão em dez. -alertou o Uchiha. — Para a nossa sorte, os outros cinco estão mais à frente.

    Sinto uma ardência no pescoço e percebo que estou arranhada. Faço uma careta e aos poucos começo a me sentir fraca.

— Ele deve ter me arranhado quando me derrubou da árvore. -digo para Izuna.

— Atrás de você! -ele alertou.

    Fomos atacados e eu enfrento dois ninjas, enquanto Izuna cuida dos outros dois. No meio da luta, começo a me sentir tonta e muito fraca. Me esforço para ficar firme, mas não consigo por muito tempo.

— Izuna! -chamo.

    Tento fazer alguns jutsus mas por algum motivo estou sem chakra. Um dos ninjas consegue me acertar e eu caio, batendo com a cabeça com força no chão. O impacto causa uma dor aguda, e em seguida já não vejo mais nada.

• • •

— Acorda! -ouço uma voz masculina desconhecida.

    Abro os olhos e estou sendo segurada de pé, com uma kunai pressionada contra o meu pescoço e sem a minha armadura habitual. Tento me soltar, mas percebo que minha corrente de chakra ainda não voltou ao normal.
    O que eles fizeram comigo?

    Estou de costas para um homem, sendo feita de escudo e de refém. Minha equipe está há alguns metros de nós, parados, provavelmente tentando um acordo para que eles me soltem.

— Me solta! -ordenei.

— O que vocês querem? -Madara perguntou, visivelmente furioso.

    Ele poderia usar qualquer jutsu para me tirar daqui, mas não acho que seria útil comigo estando tão fraca como estou agora.

— Não queremos um acordo. Vamos levá-la, só queremos que vocês nos deixem ir. -disse o homem que me segura.

— O que vocês vão fazer com ela? -perguntou Izuna.

    O homem começou a citar coisas nojentas que gostaria de fazer comigo. Tudo com um fim sexual, o que me deixava com ainda mais nojo.

— Ela nunca vai deixar que façam isso. -o garoto Uchiha rosnou, igualmente furioso.

— Ela está com um veneno no organismo que vai atrasar o retorno da corrente de chakra dela. -o inimigo explicou. — Ela está bem fraquinha.

— Não vai levar ela! -Madara gritou, fazendo um sinal de mãos.

    O homem pressionou a kunai com mais força no meu pescoço, e por um segundo eu pensei que ele realmente poderia me matar.

— Ele vai matar. -alertou Izuna.

    Madara parou o que estava fazendo e ficou frustrado. Eu nunca o tinha visto daquela maneira. Os sharingans ativos, as sobrancelhas e os olhos cerrados, a boca entreaberta dando lugar à uma respiração acelerada, as bolsas embaixo dos olhos mais evidentes.

— Eu vou. -ele finalmente disse.

— O quê? -falei. — Não, você é o líder do esquadrão, você volta!

— Eu tomo o veneno, fico sem o meu chakra, mas eu fico. -ele continuou.

    Talvez agora eu tenha entendido o que Izuna quis dizer quando me contou que o irmão estava com medo de ser enfeitiçado. Ele queria me proteger, e isso era tão raro que parecia um feitiço.

    Mas não posso deixar eles se frustrarem por minha causa..Fecho os olhos e faço um selo de mãos, com uma das minhas mãos que está amarrada nas costas.

— Byakugou...