•preparação •

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ITSUKI:

    Acordo no dia seguinte e Izuna ainda está dormindo. Confesso que estou um pouco aéreo por tudo o que aconteceu na noite passada, mas provavelmente não passaremos de sexo casual.

    Assim que sento na cama, Izuna desperta e me olha, sonolento.

— Bom dia. -ele disse. — Faz tempo que está aí me olhando?

— Acordei há pouco. -respondi. — Bom dia.

— Só de pensar que preciso treinar, fico com mais sono. -ele vira de bruços, num ar preguiçoso.

— S/n deve chegar logo. -avisei e ele deu um pulo do colchão.

— Eu esqueci que ela também mora aqui! -saiu catando as roupas pelo quarto, desesperado. — Vou no banheiro, gatinho! -correu.

    Não contenho um riso por isso, levantando e me vestindo logo em seguida. Vou até a cozinha e decido preparar um café para esperar S/n chegar, pois não acho que ela vai comer antes de vir.

    Izuna sai do banheiro, ainda sem camisa e com a toalha ao redor do pescoço. Ele se aproxima e segura a minha cintura, me empurrando até o armário e me beijando de repente. Não retribuo e o empurro imediatamente.

— O que foi? -ele torceu o nariz.

— Eu nem escovei os dentes ainda, seu nojento! -xinguei.

    Como se não houvesse hora melhor, a porta de casa é aberta abruptamente e S/n congela ao olhar para nós dois. O rosto de Izuna fica vermelho como um pimentão, assim como o dela.

— Eu não sabia que você estaria acompanhado. -ela disse travessa.

— Não é isso que você está pensando! -o Uchiha protestou.

— Como você sabe no que eu estou pensando? -ela gargalhou, entrando em casa e fechando a porta atrás de si. — Não se preocupem comigo, não julgo vocês.

    Izuna suspirou aliviado, mas a atitude dele me deixou bem incomodado. Ele ficou envergonhado demais, provavelmente vai fingir que tudo isso nunca aconteceu. Eu devia esperar.

— Como foi a noite? -perguntei, me aproximando de S/n.

— Só consigo andar porque tenho essa marca abençoada na minha testa. -ela apontou para a própria cabeça, rindo alto. — Mas foi ótima, como sempre.

— Que nojo. -Izuna murmurou.

    De repente, um pássaro mensageiro pousa no peitoril da janela da sala. S/n anda até ele e pega o pergaminho, rompendo o selo e abrindo. Ela lê e a sua expressão muda nitidamente.

— O que aconteceu? -Izuna se aproximou dela, agora num tom mais profissional e nada brincalhão.

— A nossa missão será hoje. -ela entrega o pergaminho para ele. — Não teremos tempo de treinar.

— Eu serei o capitão do esquadrão, passo o plano no caminho. -ele informou.

    S/n assentiu e foi até o seu quarto, provavelmente para se arrumar. Enquanto isso, o Uchiha passou por mim e me deu um beijão repentino, me deixando sem reação por um segundo.

— Me desculpe, eu só não estou acostumado. -ele une a testa na minha, segurando o meu rosto com ambas as mãos. — Mas eu não tenho vergonha disso.

    Ele parece ter lido os meus pensamentos. Não reajo, apenas fico olhando nos seus olhos e refletindo a sua resposta. Tem uma sensação desconhecida fluindo muito forte dentro de mim.

— Eu volto para te ver assim que chegarmos da missão. -ele finalizou e se afastou, saindo também de casa.

    Fico alguns segundos parado exatamente na mesma posição até que tenho um pico de serotonina e começo a pular pela casa. S/n percebe isso e se aproxima, carregando um sorriso divertido no rosto.

— Se apaixonou, foi? -brincou.

— Não. -neguei. — Só estou feliz.

— Hum. -ela me analisou, mas não contestou.

    S/n senta no sofá e começa a enrolar as ataduras de maneira bem firme nos tornozelos e nos pulsos, bastante concentrada no que está fazendo. Ela também enrola o cabo das suas espadas e reforça a amarra da mochila de perna com armas ninja. É uma verdadeira guerreira.

— Sabe, Itsuki, a missão que iremos hoje é rank S. -ela revelou, tendo a minha atenção para si. — Deveria ser confidencial, mas eu sinto que vou ser mais corajosa se contar para alguém. É difícil partir com um segredo entalado na garganta.

— Então me conta. -pedi, sentando-me ao lado dela no sofá.

— O hokage recebeu uma denúncia direta informando que aquele kage que eu enfrentei no evento está se movendo rápido na nossa direção, buscando vingança pela minha petulância. -explicou, encarando os próprios pés. — O shodai queria ir resolver isso pessoalmente, mas como a culpa é minha, me ofereci para realizar essa missão.

— Mas é só você enfeitiçar eles e tudo estará resolvido. -concluí.

— Eu poderia, mas seria um feitiço contínuo de duração incerta. -continuou pacientemente. — Se eu o mantesse por muito tempo, poderia ficar doente como a minha irmã, pois estaria mexendo no livre arbítrio das pessoas.

— Mas mesmo que ele seja um kage e tenha uma equipe, vocês são fortes o suficiente! -contestei. — Se não fossem, o shodai não os mandaria sozinhos.

— Ele tem os seus motivos. -ela se se recostou no sofá, fechando os olhos. — Tem uma grande possibilidade de que eles estejam usando uma bijuu.

— Bijuu? -torci o nariz.

— Uma besta com cauda. -explicou. — Sunagakure possui o uma cauda, que é fraco e podemos vencer. Porém, se eles estiverem em um número muito elevado de homens e com o kazekage... eu já não sei o que acontecerá.

— Está me dizendo que vocês estão partindo para uma missão incerta, de nível incerto, de vitória incerta e mesmo assim você quer que eu fique tranquilo? -ironizei, irritado.

— Não quero que fique tranquilo, quero que tranquilize os outros. -ela concluiu.

— O Madara sabe disso? -perguntei.

— Não, e você não vai contar. -seu tom pareceu com uma ameaça. — De qualquer forma, Itsuki, se acontecer algo comigo, quero que você cuide do Koji como sempre cuidou e que proteja ele.

— S/n, eu não posso protegê-lo! -me encontro levemente desesperado.

— Os Uchihas vão fazer isso exclusivamente. Eu só quero que você cuide dele, droga! -ela parece irritada, fechando os olhos com mais força.

    Engulo em seco, sem saber direito como reagir à isso. S/n parece despreocupada, mas ela sabe que está me colocando em uma situação delicada demais. Isso me deixa trêmulo e nervoso, mas ela é uma guerreira tão forte e destemida. Não posso ser um fraco agora, o mínimo que posso dar à ela é uma garantia de que vou pelo menos tentar.

— Tudo bem. -murmurei.

— Obrigada.

































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feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora