NARRAÇÃO:
Já haviam se passado mais de três dias desde que S/n havia deixado a sua aldeia. Todos perceberam que ela não estava mais lá, mas evitavam ao máximo tocar nesse assunto pois certamente causaria brigas ou muita comoção, coisas que ninguém lá gostaria de sentir.
Mito era a mais calma de todos. A sua confiança em S/n era tanta ao ponto de ter certeza de que ela iria voltar, então mesmo com saudades, entendeu os motivos e aceitou a decisão da sua aluna sem ressentimentos. S/n era muito jovem, tinha a necessidade de viver coisas novas e Mito entendia isso, pois um dia também pensou assim.
A Uzumaki estava tranquila em sua casa quando começou a sentir dores. Ela já estava entrando no oitavo mês de gravidez, o que significa que ainda não estava na hora do bebê nascer. Eram apenas contrações de treinamento.
— Está tudo bem, querida? -Hashirama perguntou.
— Sim, tudo bem. -ela sorriu fraco. — É só o treinamento para o parto. Nesse tempo de gestação é muito comum.
— Quer ir ao médico? -o hokage segurou as mãos da esposa.
— Não, está tudo bem. -ela insistiu.
Hashirama precisava ir até o seu escritório para resolver as burocracias da expansão do Distrito Uchiha. As famílias do clã estavam aumentando e eles precisavam de um território maior, algo que precisava ser autorizado diretamente pelo hokage.
— Eu posso levar você ao médico. -ele disse, preocupado. — Posso ficar lá com você. Eu deixo os compromissos para outra hora.
— Não é necessário. -Mito cerrou as sobrancelhas. — As dores já passaram. Tenho uma empregada aqui comigo, não vou ficar sozinha.
Mesmo relutante, Hashirama assentiu, pois já havia adiado muito o assunto do Distrito Uchiha. Ele precisava ir para o escritório.
Mito havia contratado uma empregada que também era parteira, para o caso de acontecer alguma emergência. As dores de um parto impediriam a Uzumaki de realizar qualquer ninjutsu médico caso precisasse, então ela não poderia se arriscar.
Hashirama deixou um beijo caloroso em sua esposa e saiu de casa, partindo rumo ao seu escritório. Mito sentou-se no sofá da sala e ficou observando o céu através da janela. Ela se perguntava onde e como S/n estava, pois nunca ficou tanto tempo sem notícias e com tantas incertezas como estava naquele momento.
O shodai chegou em seu escritório, onde já estavam Madara, Izuna e alguns anciãos o aguardando. Ele cumprimentou à todos e tomou o seu lugar em sua mesa, pegando uma papelada e analisando com atenção.
— Você não está dando conta do seu cargo, não é mesmo? -Madara provocou.
— Estou com uma mulher grávida em casa, no momento, as coisas estão um pouco turbulentas. -Hashirama respondeu, sem tirar os olhos dos papéis.
— Se quiser, pode passar o cargo. -o Uchiha continuou.
— Vou passar. Para o meu irmão.
Madara e Izuna se entreolharam e cerraram as sobrancelhas. Se Tobirama se tornasse hokage, o clã Uchiha seria mais negligenciado do que já era.
— Mas quando eu morrer. -Hashirama concluiu, rindo da expressão do seu amigo. — Vocês querem expandir dez metros do território?
— Sim. -Madara cruzou os braços e bufou, emburrado.
O shodai assinou todos os papéis assim que terminou de ler e entregou nas mãos de Madara, que possuía uma expressão séria em seu rosto. A papelada fora entregue para os anciãos que ali estavam e todos os velhos se retiraram da sala para dar início aos detalhes necessários para a expansão do Distrito.
O clima entre os três restantes na sala não era dos melhores.
— Mais alguma coisa? -o hokage perguntou, alternando o seu olhar entre os irmãos Uchiha.
Naquele momento, a porta do escritório é aberta abruptamente por Tobirama, que fecha a expressão assim que vê os dois homens que estão na sala. Hashirama suspira pesadamente, já imaginando o rumo que qualquer conversa irá tomar.
— Pensei que a reunião tivesse terminado. -comentou o Senju, se aproximando.
— Ainda nem começou. -Izuna respondeu, tornando a olhar para o shodai. — Quando vamos atrás dela?
— O quê? -Hashirama ergueu as sobrancelhas.
— S/n. Quando vamos procurar por ela? -o Uchiha mais novo insistiu.
— Não vamos. -o hokage cruzou os braços e fechou os olhos. — Ela partiu por decisão própria, então não há motivos de interferir na escolha dela.
— Você sabe que a irmã dela não é boa coisa, por que não está tentando fazer nada? -Madara questionou, milagrosamente num tom calmo. — A garota amava você e a sua esposa, mas parece que você não se importa com ela.
— Eu me importo. Mito se importa. -Hashirama uniu as sobrancelhas. — Mas nós não devemos fazer nada além de esperar ela voltar.
— Desta vez eu tenho que concordar com esses estrumes. -Tobirama entrou no assunto. — Acho que ela se sentiria muito mal se percebesse que fez a escolha errada e se visse sozinha em uma situação arriscada.
— Até você? -o hokage resmungou, encostando a testa na mesa, já cansado. — O que querem que eu faça? Envie uma equipe de buscas atrás de alguém que nem sabemos para onde foi?
— Essa é a moral de ter uma equipe de buscas: procurar por algo que não sabemos onde está. -Tobirama cruzou os braços e fechou a expressão, com a sua tradicional pose de marrento.
— Ela se despediu de nós, mandou até flores para a minha esposa! -Hashirama exclamou. — Ela definitivamente estava disposta à ir embora.
— Isso não quer dizer nada. -Madara resmungou, virando a cara.
— Por que vocês não tentaram impedir ela de ir embora, então? -o shodai se irritou. — Eu duvido que ela não tenha falado sobre isso com ninguém.
— Se ela não falou nem com a sua esposa, é lógico que não falou com mais ninguém. -Tobirama rebateu.
— Ela falou comigo. -Izuna informou num tom baixo, tendo a atenção dos outros três homens para si. — Ela não falou diretamente, mas comentou sobre algo assim.
— E você disse o quê? -Hashirama agora estava curioso.
— Eu disse que apoiaria ela. -o mais novo murmurou.
— Eu disse o mesmo. -Madara acrescentou.
Naquele momento, Tobirama se sentiu estranhamente incomodado. Ele foi o primeiro homem de S/n, poderia ter sido merecedor dos sentimentos dela e jogou tudo fora por ser babaca. Era difícil para ele aceitar que a garota preferiu se abrir com o Uchihas ao invés dele.
— Então pronto. -Hashirama concluiu. — Ela foi sabendo que poderá voltar, está tudo certo. Ela não é fraca, vocês não confiam nela?
— Se ela se meter em problemas, é forte o suficiente para sair sozinha. -Tobirama finalizou, dando as costas. — Eu venho falar com você mais tarde, irmão.
Hashirama o observou até que saísse da sala, e mais uma vez se viu sozinho com os irmãos Uchiha. Era difícil colocar algo na cabeça daqueles dois, mas o shodai sempre tinha esperanças.
— Eu sinto muito. -lamentou. — Assim que a minha filha nascer, se S/n não aparecer, permitirei as buscas.
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feiticeira • entre uchihas e senjus
FanfictionOnde Hashirama abriga uma jovem órfã em sua aldeia e o seu irmão assume o treinamento da garota. S/n teve a sua família assassinada por serem portadores de um poderoso kekkei genkai, cujo ela foi instruída a esconder de tudo e todos. Após passar a s...
