• guerreira •

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S/N:

    Não costumo gritar, mas a dor que eu senti com a explosão na minha perna me arrancou um grito desesperado junto de grunhidos agoniados. Me contorço no chão, rastejando para longe do Hyuuga e percebendo que a minha perna havia sido praticamente cortada ao meio, não restando nada do joelho para baixo.

— Eu preciso levar você e eu vou levar! -o homem se aproxima de mim.

    Sento-me ao pé de uma árvore e escoro as costas no tronco, atirando a cabeça para trás e muito ofegante. A adrenalina diminui a intensidade da dor, mas parece que quanto mais eu olho para o ferimento, mais dói.

— Desta vez você não escapa do meu punho suave. -ele proferiu, assumindo uma posição corporal desconhecida por mim.

    Fecho os olhos e ativo o doujutsu, que aumenta os meus sentidos. O desgraçado está ciente de que vai me acertar de novo com aqueles malditos golpes, mas assim que se aproxima de mim com uma das mãos abertas para me atacar, consigo segurar o seu pulso de última hora e uso a minha mão livre para acertar um soco no seu estômago.

    Ele é arremessado alguns metros para trás e eu sei que não vai levantar tão cedo depois de ter levado aquele golpe carregado.

Inferno! -xinguei, começando a chorar feito uma criança ao mesmo tempo que controlava o sangramento da minha perna com ninjutsu médico.

    As lágrimas quentes escorrem pelas minhas bochechas, mas não estou triste, e sim aliviada. Lembrar da minha irmã e em seguida sentir todo aquele poder me dá a certeza de que ela ainda está me protegendo, mesmo sem estar aqui.

— Ouvimos o som de explosões. -Osamu se aproximou junto de alguns outros homens do nosso esquadrão.

    Todos pararam de andar e fixaram os olhos na minha perna decepada. Ignorei os olhares assustados e continuei o meu trabalho, pois se eu não controlar esse sangramento, provavelmente vou morrer.

— Que droga, onde está o Izuna? -perguntei, agora chorando de raiva. — A Ryu não vai aguentar muito. Eu estou fraca, não consigo manter ela por tanto tempo.

— Hashirama, Madara e Mito estão perto. -Osamu revelou, me proporcionando uma gigantesca alegria. — Mito pretende selar permanentemente o shukaku dentro daquele receptáculo, Madara quer matar todos os inimigos e o hokage ainda está neutro, não sabemos quais são as suas intenções.

— Que bom. -murmurei.

— De qualquer jeito, não é seguro ficarmos perto deste território agora, principalmente nas suas condições. -ele me estendeu a mão.

— Eu não posso sair agora. Não posso parar o ninjutsu. -respondi.

    Osamu me pegou no colo com muito cuidado e delicadeza e partiu de encontro com o nosso esquadrão. Não parei o que estava fazendo, mas era difícil agir quando via a minha perna destruída.

    Isso me dá vontade de chorar mais. Como eu pude ser tão ingênua? Eu estava indo tão bem. Por conta de um segundo de burrice, vou ter que lidar com esses resultados pelo resto da vida.

— Meu Kami, S/n! -Kagami me recebeu.

— Nós vamos atrasá-los mais um pouco. -disse um dos homens que acompanhou Osamu para me resgatar. — Recolha o seu animal de invocação, S/n. Use essa energia para se curar.

— Certo. -assenti e obedeci, mandando Ryu voltar.

    Todos se dispersaram rumo aos inimigos, mas ninguém sabia onde o kazekage estava. Isso me preocupa, mas não posso me desconcentrar.

    Ouço barulhos vindo das árvores ao meu lado. Entro em alerta, concentrada no som, até finalmente ver o rosto de Izuna. Está neutro, mas arregala os olhos quando me vê.

— S/N, VOCÊ PERDEU A PERNA?! -ele se agachou na minha frente.

— Não entre em desespero, estou bem. -assegurei.

— Mito e Hashirama já estão com o inimigo, lutando para selar a bijuu no receptáculo, mas será algo rápido. -ele explicou.

— Ah, que bom. -suspirei aliviada, fechando os olhos.

    Mais uma pessoa se aproxima de nós. Continuo como estou, pois sei que não será nada grave, afinal, Izuna está aqui também.

— Pode ir, Izuna. Eu fico com ela. -a pessoa assegurou.

    Abro os olhos abruptamente ao reconhecer a voz de Madara. Izuna alterna o olhar entre nós dois e assente, correndo na direção do inimigo para ajudar os outros.

— Você deve ir, precisam de você. - falei. — Eu vou ficar bem aqui.

— Mas e se alguém vier te atacar?

— Derrubei um homem segundos depois de perder a perna, agora é mais fácil ainda. -sorri fraco.

    Madara me analisa, olhando de relance para a minha perna. Ele estala os lábios e em seguida força o maxilar, o que sempre faz quando está muito irritado.

— Quem fez isso com a sua perna? -perguntou entre os dentes.

— Eles me acorrentarar em uma árvore e dentro da argola, havia um papel bomba. -expliquei. — Quem o explodiu foi um hyuuga traidor da folha, mas eu já o derrubei logo ali atrás.

— Bateram muito em você? -ele não me olha diretamente.

— Mais no Izuna do que em mim. -respondi.

— Bateram em você? -repetiu.

— Lógico, acha que eu fiquei assim porque me fizeram carinho? -ironizei, recebendo um olhar furioso da parte dele.

    Que pergunta besta.

— Quem bateu em você? -perguntou ele.

— O Kazekage e o Hyuuga foram os únicos. -dei de ombros. — Fica tranquilo, ok? Eu consegui vencer, o pior já passou.

    O Uchiha de repente segura o meu rosto com ambas as mãos, me fazendo olhar para ele. Seus polegares esfregam as minhas bochechas, ainda molhadas pelas lágrimas que eu soltei antes. Seu olhar passeia pelo meu rosto, que está com alguns arranhões.

— Para de ser boazinha, idiota. -ele forçou o maxilar. — Eu vou acabar com todos eles.

— Me erra. -me livrei das suas mãos, desviando o olhar e sentindo as minhas bochechas esquentarem. — Você não é meu marido para ficar me protegendo, nem meu irmão, nem meu pai. Ao invés de querer vingar a minha perna, vingue a honra que o seu irmão precisou jogar fora para me proteger.

— Já que esse é o ponto, então... -ele se coloca de pé e leva ambas as mãos à cintura. — S/n, quer ser a minha mulher?

— O QUÊ? -minha voz saiu alta e fina.

    De repente, Madara é atacado com a guarda baixa, o que não é um problema porque ele prevê e se defende sem qualquer esforço. É o Hyuuga, muito ousado por sinal, que decidiu tentar um suicídio voluntário na esperança de conseguir me levar.

— Eu preciso levá-la! -ele disse.

— Mas não vai. -Madara respondeu.

— Por que você se importa tanto, seu maldito?

— Me fale o porquê de querer levá-la. -o Uchiha cruza os braços, num ar de superioridade. — Aí eu penso no seu caso.

— O nosso líder quer uma mulher jovem, poderosa e bonita para procriar! -revelou, fazendo o meu estômago embrulhar. — As mulheres Gogatsu são tudo isso e também são fáceis. Ele quer ela e eu preciso levá-la!

    F para o traidor.




































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N/A: Gente, não vou aposentar a S/n, mas vcs querem q ela fique sem a perna ou não? rsrs

Nossa guerreira 😭✋🏻

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora