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Letícia 🎭

Acordei num susto quando escutei a porta bater, catei minha blusa me me enrolei no lençol, vendo meu pai bater na porta antes de abrir.

Patrão: Por que tu não almoçou? Teve alguma dor ou outro bagulho? - Me olhou preocupado e eu cocei a cabeça.

Letícia: O remédio pesou e me deu sono.- Falei olhando pra mão dele que tinha sacolas.- O que tem aí?

Patrão: Comprei pra tu.- Falou colocando em cima da cama.- Mas vai comer.

Confirmei e ele beijou minha cabeça, tranquei a porta e fui pro banheiro, tomei um banho e me vesti. Fui abri a sacola e era um novo caderno de desenho e vários chocolates. Sorri animada e sai do quarto, ainda era quatro da tarde.

Letícia: Por que você veio tão cedo? - Falei passando por ele que tava sentado no sofá.

Patrão: De noite a gente vai invadir o Dois irmãos.- Parei pra olhar pra ele.- Só vou ter paz quando isso acabar, aproveitar pra quando tu voltar a trabalhar isso já ter acabado.

Letícia: Eu não quero que você vá.- Coloquei minha comida no prato.

Patrão: Mas eu tenho que ir. Por você e pela sua mãe, tenho que acabar com isso.

Letícia: O que ele tem a ver com a minha mãe? - Bruno me olhou.

Patrão: Ele que matou ela. Eu sei que você não lembra porque era novinha, mas ele falou que iria fazer o mermo contigo e só ia ter paz depois disso.- Me sentei olhando pra ele.

Letícia: E o que aconteceu antes pra ele ter esse ódio todo?

Patrão: A tua mãe era irmã dele, eu do comando vermelho aqui no morro e ele do tcp. Tua mãe sempre gostou de uns bagulhos errados, a gente se conheceu e bateu aquela onda.- Eu engoli no seco.- Quando ele descobriu que a irmã dele tava pegando inimigo, quis matar ela. Aí eu trouxe ela pra cá e tentei proteger, mas não fiz o suficiente.

Letícia: Se não tivesse feito o suficiente eu nem estaria aqui, pai.- Ele me olhou sorrindo.

Patrão: Acho dahora quando tu me chama da pai.- Mudou a cara de triste sorrindo e eu ri.

Fui esquentar meu almoço e me sentei pra comer, ele continuou deitado no sofá e eu fiquei mexendo no celular até ele chamar minha atenção.

Patrão: Aí Letícia, me fala um bagulho.- Desviei o olhar pra ele.- Se tu tiver se envolvendo com qualquer moleque, seja la de onde ele for, vai me deixar ciente?

Letícia: Eu não me envolvo com muitos moleques.- Falei voltando a olhar pra comida.- Com nenhum na verdade.

Patrão: Mas vai me falar? - Fiz cara de triste.

Letícia: Não sei pai, desculpa.- Falei com carinha de triste.- Mas porque talvez eu só não me sinta confortável.

Patrão: Só não quero descobrir da pior forma e a gente brigar, porque eu vou ficar bolado pra caralho.- Falou se levantando e indo beber água.

Eu sabia que ele tava falando sobre me envolver com gente inimiga, como a minha mãe. Mas eu senti o peso de ter ficado com o Preto, o melhor e mais confiável amigo dele. Na hora minha consciência pesou e eu nunca quis ser sincera com meu pai, como eu queria ser agora.

Todo amor do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora