Preto 🥋
Eu tava na maior paz jogado no sofá da casa do patrão que era minha também, ele tava lá na frente com os moleques e eu tava assistindo até ele entrar.
Nem sabia como iria ser esses dias sem a Letícia, bagulho foda é tu se acostumar a ter alguém, criar uma rotina com a pessoa, aí vai passar uns dias longe a mente já bate neurose.
Patrão: Qual foi cara de rato.- Falou entrando em casa.- Bora pra uma resenha ali, anima logo.
Preto: De quem cara? Tu nessa idade querendo ir pra resenha.- Falei apontando.
Patrão: Bora caralho, os menor tudo vão.- Me levantei.
Preto: Tô preso aqui mermo, bora logo.- Ele balançou a cabeça pegando o boné.
A gente saiu na minha moto e foi pra casa do mano peixe, já que a resenha ia ser aí. Tava geral sentado no quintal, já tinha churrasco, bebida, droga e mulher a vontade ali.
Fui atrás do meu whisky e o Patrão entrou na onda ali, eu me sentei bem tranquilo e fiquei olhando os bagulhos, até a Beatriz, a viúva do falecido Galego, aparecer na minha frente.
Beatriz: Oi cara, quanto tempo. Nem esperava te encontrar por aqui.- Sorriu e eu balancei a cabeça.
Preto: Ué, já fui deserdado do morro? - Brinquei e ela riu.
Beatriz: Que nada, você só fica no seu morro agora. E quando vem pra cá é direto pra casa do Patrão, então né...- Deu os ombros se sentando do meu lado e eu me ajeitei.
Preto: Vida tá corrida demais pra tá indo pra festa, sou homem que fica casa agora.- Gastei.
Beatriz: Que nada, só caô isso. Cê deve viver nos bailes lá, dois irmãos tem muita menina bonita né cara, tu faz a festa.- Eu olhei negando, maior graça geral falar que o morro só tinha mina bonita, deve ser porque não viram elas de frente.
Preto: Se tem não procuro saber desse bagulho, eu sou casado né.- Ela me encarou.
Beatriz: Já arrumou uma fiel lá? - Olhei pra ela metendo serinho.
Preto: Minha dona continua a mesma, nada mudou. Filha do Patrão, a mais gatinha desse morro e tal.- Dei os ombros.
Beatriz: Ah, a criança.- Debochou e eu encarei ela.
Preto: Se liga cara, Leticia tem mais postura e moral que tu.- Falei rindo.- Mas aí pô, corta o papo que tu não tem nada a ver com isso.
Eu me levantei e fui em busca de algum menor que tava fazendo ronda lá em baixo, quando encontrei, perguntei se a polícia já tinha metido o pé mas ele falou que continuou na mesma.
Tava todo pra ir pra casa, sem pique até pra beber, mas tava foda o bagulho.
Voltei pra dentro e me sentei perto do Patrão, tava ele e uns moleques conversando com uns meninas e eu fiquei na minha, só olhando a movimentação.
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Todo amor do mundo
Teen FictionPerdas são sempre dolorosas, ainda mais quando perdemos alguém só pela ausência, pela falta de amor. Uma história complicada entre um pai perdido é uma filha que não sabe qual caminho deve seguir, entre duas pessoas complicadas, se envolve mais um...