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Letícia 🎭

Quando vi meu pai saindo de casa pulei da cama e fui até o quarto de hóspedes, as gêmeas estavam dormindo lá e eu peguei a tesoura, parei com a porta aberta e quis muito ir lá.

De verdade, eu queria pegar a tesoura e cortar até o cabelo do cu delas, mas eu não consegui.

Não consegui porque não queria que o Bruno me visse como uma criança imatura e pirracenta, eu sabia que eu estava certa, mas sabia que ele iria ficar bolado. Eu queria muito provar pra ele que conseguia ser consequente.

Então respirei fundo e fechei a porta, joguei a tesoura no sofá e voltei pro meu quarto. Me deitei pra dormir mas não consegui, fiquei com a mente cheia e só consegui tirar um cochilo.

Quando acordei ainda era hora do almoço, eu saí coçando a cabeça e vi as duas sentadas na sala assistindo televisão, e eu sabia que a Ana não iria perder a grande oportunidade.

Ana: Como tá o namorado? - Debochou e eu virei o rosto, coçando o pescoço pra distrair enquanto andava.- Você perde tudo que toca né garota, não consegue manter nada perto de você.

Letícia: Do que você tá falando? - A Gabriela abriu a porta do quarto caminhando lentamente pra perto de mim.

Ana: Que você não consegue manter nada, você deve ser péssima pessoa de se conviver. Meu pai nem gosta de ter por perto, tanto que te ignorava, o namorado não consegue nem te assumir de tão chata, nem sua mãe permaneceu com você.- Eu parei no tempo, olhei pra ele sentindo meu olho encher de lágrima e tudo ficou em silêncio.

Bianca: Ana...- Sussurrou negando e se levantou.- Por que você falou isso?

Gabi: Vamos pro quarto.- Pediu segurando minha mão e eu me soltei dela.

Caminhei até a frente da Ana que me encarou, como ela estava sentando e eu em pé, soquei a cara dela bem no meio e dei vários tapas escutando a Bianca pedindo pra parar, Gabriela tava parada olhando pra gente e só quando eu peguei a tesoura do sofá que gritou comigo.

Puxei os cabelos da Ana e sai arrastando ela pelo chão, abri a porta, abri o portão e os meninos todos se assustaram, tentando me segurar.

Letícia: Se vocês tocarem em mim eu faço um inferno na vida de vocês.- Gritei com ódio e no mesmo momento eles me soltaram.

Aproveitei o calor de quase quarenta graus do rio de janeiro e arrastei a cara dela no asfalto, dei uns bons tapas no rosto dela e comecei a picotar seu cabelo como folha de papel.

Letícia: Isso é pra você nunca mais abrir a porra da boca pra falar da minha mãe.- Gritei na cara dela, saindo de cima dela, fui até a Bianca que chorava e apontei na cara dela.- Eu só não faço o mesmo com você porque tu não abriu o bico, mas se eu escutar qualquer coisa da tua boca, eu faço pior.

Preto: Porra Letícia, aí é foda Letícia.- Olhei pra trás vendo ele com o rosto todo machucado de ontem, fui até ele sem entender e ele me encarou.

Letícia: O que você tá fazendo aqui? Bruno vai ficar puto quando te ver.- Ele segurou meu rosto.

Preto: O que ela fez? O que rolou cara.- Falou sem entender.

Letícia: Ela falou da minha mãe, ela falou da minha mãe, Andrey.- Falei chorando e ele deitou minha cabeça no peito dele.

Abracei ele com força sentido ele beijar minha cabeça e escutei o barulho das motos, escutei o grito do Patrão com geral e continuei de olhos fechados abraçada com o Preto.

Preto: Eu preciso ir, Lê.- Falou me soltando aos poucos e olhou pra mim.- Patrão mandou eu sair do morro, eu preciso ir, jae?

Letícia: Não, você vai pra onde? - Neguei chorando mais ainda e ele beijou minha cabeça.

Preto: Eu falo contigo, não te deixo de fora da minha vida. Só agora não vou bater cabeça contra ele, ele ainda tá puto, deixa ele.- Falou dando vários beijinhos na minha testa.

Soltei dele sentindo dor, não queria que ele saísse do morro porque não queria ele longe.

Coloquei a mão no rosto chorando e senti mais um peito acolhedor em volta de mim. Ryan me abraçou com força e me puxou pra dentro de casa.

Todo amor do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora