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Letícia 🎭

O Preto estava bem, tinha feito cirurgia, poderia ficar sem andar direito mas isso só iria ser descoberto quando ele acordasse, eu estava no postinho preocupa com ele porque era o punico lugar que eu tava conseguindo me acalmar, ao lado dele.

Não imaginava que perder a Gabi iria doer tanto, porque não imaginava primeiramente perder ela. Mas tinha sido uma dor grande, tava sendo um aperto no coração, como se fosse um pedacinho de mim.

Quando Andrey acordou da cirurgia eram seis horas da manhã, eu tinha vindo pro hospital de dez da noite, ou seja, não preguei um olho se quer, nem conseguiria se tentasse.

Primeiro os médicos foram fazer vários exames pós cirurgia e eu só pude falar com ele mesmo de dez horas da manhã, entrei no quarto tomando um copo de café e ele brincava com os fios, ou melhor, tentava tirar.

Preto: O que rolou? - Foi a primeira coisa que falou quando me viu.- Tô sentindo bagulho ruim, se lá.

Leticia: Ana matou a Gabriela.- Falei baixo, quase sem voz e ele se sentou na cama, ajudei o mesmo e limpei o rosto.

Preto: Que isso, que brincadeira feia é essa...- Riu sem graça e me encarou.- Para cara.

Eu não tive forças pra falar porque comecei a chorar novamente, Andrey me puxou de alguma forma pra perto de si me abraçando com força e beijou minha cabeça, seu coração batia rapidamente e eu chorava.

Letícia: Ainda bem que eu tenho você, porque eu não aguentaria passar por isso sozinha.- Falei entre o choro e ele me alisou.

Preto: Não tá entrando na minha mente cara, não tem como...- Falou rouco.

Precisei me controlar pra poder pensar em algo, me afastei dele indo no banheiro e joguei uma água no rosto, fiquei por lá por alguns minutos e quando voltei ele tava encarando a parede calado, negando com a cabeça.

Letícia: Você tá sentindo suas pernas né? - Falei mudando o assunto pra ver se me distraia.

Preto: Aham, tô sentindo tudo.- Falou baixo me olhando.- Cadê o Bruno?

Letícia: Em casa, juntando as coisas do bebê e da Gabi.- Falei engolindo o choro, bebendo o café.

Preto: Quero ir pra casa agora, vai chamar algum moleque pra me ajudar, namoral.- Falou tirando as coisas do corpo.

Letícia: Mas você fez uma cirurgia, fica quietinho aí cara.- Apontei e ele negou.

Preto: Só não vou fazer nada pesado, quero ir pra casa e falar com o meu irmão cara, só isso.- Falou nervoso.

Letícia: Tudo bem, só calma...- Falei saindo do quarto.

Fui atrás de algum moleque e achei, chamei eles pra me ajudarem é assim se fez, foram dois ajudando ele a sair do posto e deixaram a gente em casa, ele se sentou no sofá e fui até o quarto do Bruno, vendo ele de cabeça baixa enquanto segurava uma roupinha de bebê.

Letícia: Oi, Andrey quer falar com você.- Falei caminhando até ele, e me sentei na cama.

Patrão: Dessa vez não foi só uma pessoa, eu perdi meu filho, minha mulher...- Falou negando com a cabeça.- Eu ia ter um moleque, um herdeiro.

Letícia: Eu não sei como te ajudar...- Falei passando a mão no rosto dele.- Pai, eu sei que aonde a Gabi estiver, ela vai estar torcendo por você, por nós. Não era pra ter sido assim, mas infelizmente foi, e agora a gente precisa honrar ela das formas mais bonitas possíveis.

Patrão: Nem sei se eu sou capaz.- Riu sem graça, esfregando o rosto e levantou a cabeça pra me olhar.- Aconteça o que for, não sai do meu lado agora! Eu preciso pra caralho de você, porque se não eu vou ficar perdido.

Letícia: Você não tá sozinho, eu te prometo.- Abracei ele, deitando em seu colo.

O que não durou muito, porque o Andrey começou a gritar chamando pela gente e a gente teve que se levantar pra ir ver o que ele queria, mas ele só queria conversar com o Bruno mesmo, então eu fui tomar um banho pra tentar relaxar ao menos por segundos.

Todo amor do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora