Letícia
Preto já começou a ficar puto com a situação, acabou que eu que tava subindo o morro com ele atrás do Patrão, enquanto o resto tava em trocação. No momento a única certeza que eu tinha era que eu era o prato principal, e no momento deveriam todos estar procurando por mim.
"Ana acabou de passar pro beco da luz."
O raidinho do Preto falou alto e ele me olhou, a gente estava a quatro becos de distância dela e eu nem pensei duas vezes em voltar pra poder ir ao encontro dela, Preto segurou minha mão enquanto que com a outra segurava o fuzil.
Quando chegamos no beco eu vi a Ana jogada no chão, o Ryan, Patrão e Peixe já estavam ali, fora os outros moleques da segurança, todos apontando a arma pra ela.
Preto: Circula, procura os outros, não descansa até eles recuarem.- Falou com uns moleques que tavam chegado no beco também.
Soltei a mão dele e entrei no meio de todo mundo, o beco era sem saída e Ana tava encostada na parede olhando tudo assustada, dei um soco na cara dela de primeira e ela bateu a cabeça na parede.
Letícia: Filha da puta.- Gruni dando socos nela sem ao menos me importar aonde iria machucar.- Você é uma nojenta, você sempre foi uma grande merda, o pior erro na vida de todo mundo.
Bianca: Para! - Eu continuei batendo nela a cada palavra, mas quando escutei a voz de choro da Bianca me virei, os moleques tavam tudo apontando a arma pra fora do beco e eu vi a Bianca sendo segurado por um homem com uma tropa atrás e chorando ao olhar pra Ana.
Patrão: Quer resolver isso como, da melhor forma pra mim, ou da pior pra tu? - Falou encarando o homem que riu, destravando a arma e eu arregalei os olhos.
- A melhor forma pra tu é perder mais uma filha? - Sorriu debochado.- Aquela dali até que fez um bom trabalho, até entregou a irmã pra servir de escape pra gente!
Me assustei com o barulho de tiro sentindo meu ouvido gritar e o Peixe segurou o gatilho descarregando todo o pente do fuzil na Ana, ela não tinha nem mais vida e ele continuou atirando até a última nas.
Bianca gritou com a voz de choro negando e eu olhei pra ela que ainda era segurada, ela gritava tentando se soltar, esperneava olhando pra irmã e negando.
Patrão: Solta a minha filha e eu te deixo sair vivo daqui, Goiaba.- O homem riu.
Goiaba: Tu acha que tá em posição de me pedir alguma coisa, Patrão? - Falou batendo a arma na cara da Bianca.- Eu que tô com as ordens aqui.
Patrão: Então fala caralho, o que tu quer? - Gritou.
Goiaba: Deixo essa viva pra tu, mas tu vai meter o pé desse morro agora! - Falou balançando o rosto da Bianca como se fosse uma boneca, e ela estava em êxtase chorando.
O silêncio prevaleceu naquele beco, Preto se encaminhou para o meu lado e segurou minha mão, olhei pra ele e olhei pro Bruno, que levantou a cabeça e aos poucos abaixou a arma.
Patrão: Solta minha filha.- Falou seco e frio, engoli no seco e o homem sorriu vitorioso.
Goiaba: Só quando você sair do meu morro.- Falou apontando com a arma pra fora do beco.
Fechei os olhos querendo chorar e Patrão permaneceu com a cabeça levantada, mas confirmou com a cabeça colocando os braços pra trás. Os homens abriram espaço e foi todo mundo descendo o morro calado, Bianca ainda era arrastada e quando chegamos na entrada do morro, tinha mais homens inimigos ainda.
Ele empurrou Bianca no chão fazendo ela cair de cara e eu segurei ela, ajudando a se levantar, ela me abraçou chorando e eu só fui saindo dali com ela.
Goiaba: Se eu te ver rondando o meu morro, te mato e coloco pendurado na praça como uma arte exposta.- Riu debochado.- Mete o pé com essa tropa de fudido.
Preto falava no raidinho dele e foi geral que tava ali saindo, a gente foi caminhando até se distanciar do morro e quando chegamos numa boa distância vi o Patrão surtar, junto dele todos os quase 30 moleques dali, eu estava sentada numa calçada com a Bianca que chorava no meu colo.
Bianca: A Ana...- Era a única coisa que ela sussurrava.- Minha irmã gêmea.
A Bianca só conseguia falar isso repetida vezes, eu apenas estava abraçando ela e vários carros começaram a chegar, me encolhi achando que era mais problema mas era a tropa do Preto.
Geral deu seu jeito de sair dali, e eu entrei num carro com a Bianca e Ryan, a gente foi pro morro dos dois irmãos e eu fui a única que ficou na casa do Preto, juntamente com a Bianca que ainda estava em êxtase e choque.
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Todo amor do mundo
Teen FictionPerdas são sempre dolorosas, ainda mais quando perdemos alguém só pela ausência, pela falta de amor. Uma história complicada entre um pai perdido é uma filha que não sabe qual caminho deve seguir, entre duas pessoas complicadas, se envolve mais um...