Todo amor do mundo

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Letícia 🎭

Tava cansadíssima quando fui pra casa, o Preto veio me deixar e acabou entrando junto, entrei procurando o Patrão mas nem sinal, então fiquei preocupada porque desde a hora que a Gabi saiu com o Peixe e ele foi atrás, não vi mais.

Andrey ocupou minha cama se deitando e nem aí pra nada, só virando pra dormir. Eu sentei do lado dele quando tirava os acessórios e liguei pro Bruno, que demorou bastante pra me atender.

Letícia: Aonde você tá? - Falei tirando minha sandália.

Patrão: Hospital, Gabriela passou mal. O que foi?

Letícia: Fiquei preocupada porque não te vi. Já tô em casa, quer que eu vá pra aí?

Patrão: Não pô, num é bagulho de se preocupar. Eu logo menos tô indo, fica tranquila.

Letícia: Então tá, eu vou dormir.- Murmurei.- Cuidado.

Patrão: O preto feio tá contigo?

Letícia: Sim, vai dormir aqui.- Olhei pra ele que já tava de olho fechado e nem se mexia.

Patrão: Boto fé.- Falou e desligou.

Coloquei o celular em cima da cama e voltei a tirar a roupa, fui tirar a maquiagem no banheiro e eram quase oito da manhã ja, não sabia mesmo como eu tinha aguentando tanto tempo no baile.

Quando voltei pronta pra dormir, ajeitei o ar e fechei as cortinas, arrastei o preto pro outro lado porque ele tava do lado da parede e esse era o meu lugar.

Preto: O que é cara? Me deixa...- Falou sem nem abrir os olhos nem querer se mexer.

Letícia: Afasta pra lá, Andrey.- Bati no braço dele e ele abriu os olhos.

Ficou maior tempão viajando mas saiu do meu canto, me deitei cobrindo a gente e me encolhi. Logo senti o seu braço na minha cintura e ele me puxando pra perto. Fiquei quietinha ali porque tava morta de cansada e dormir ali foi confortável.

Quando acordei foi porque o outro não parava de se mexer, abri os olhos vendo ele fazendo maior esforço pra tirar o braço que tava embaixo da minha cabeça sem me acordar, ele me olhou e parou de tentar. Eu ri levantando a cabeça e ele tirou, resmungando de dor.

Letícia: Que horas é? - Falei voltando a fechar os olhos e me encolher.

Preto: Três e pouca da tarde.- Abri os olhos respirando fundo.

Letícia: Eu já ia surtar com meu trabalho, mas lembrei que eu tô de folga.- Passei a mão no rosto.- Achei que você ia pro morro lá hoje.

Preto: Eu ia, mas tinha alguém que não me deixava nem virar pro lado, como que eu ia sair? - Revirei os olhos olhando pra ele.

Ele abraçou meu pescoço beijando meu rosto e eu deitei a cabeça no peito dele, fiquei ali quieta por um bom tempo mas me levantei sentando na cama, fiquei analisando as vantagens de me levantar e ele tirou os olhos do celular, olhando pra mim.

Preto: Vai ter uma reunião com uns moleques do comando hoje de noite, quer ir? - Fiquei encarando ele.

Letícia: Eu trabalho amanhã.

Preto: A gente volta cedo. Aposto que teu coroa também vai.

Letícia: Pode ser, mas tem que ser cedo mesmo.- Ele concordou.

Preto: Amanhã vou descer meus bagulhos lá pra casa nova.- Encarei ele.-  Aí não sei se vou pra lá manhã mermo ou como vai ficar.

Letícia: Infelizmente por você não posso fazer muita coisa por você.- Ele esticou o celular pra mim.

Preto: Quer clonar? Te ensino.- Eu gargalhei.

Letícia: Que obsessão é essa, amor? - Falei rindo e parei aos poucos, vendo que tinha chamado ele de amor.

Preto: Meu deus cara, muito emocionada.- Falou rindo da minha cara e eu estirei dedo, vendo ele me puxar pra cima dele.- Nem deu um beijo, amor.

Letícia: Claro, faz quantos dias que você não escova os dentes? - Ele segurou meu queixo me dando um selinho.- Vou falar com o Bruno, Gabi foi no hospital ontem.

Me levantei ajeitando minha roupa e amarrei meu cabelo, sai procurando meu pai mas a porta do quarto tava trancada e eu preferi bater pra não acordar ninguém, então tomei uma água e peguei alguma besteira e levei pro quarto pra poder comer.