Letícia 🎭
Alguns dias após meu aniversário tinham se passado e tava tudo normal, estávamos na primeira semana de dezembro e era um pulo pro ano acabar.
Eu tinha chegado do trabalho e encontrei meu pai em casa assistindo televisão sozinho, encarei ele porque quase nunca ele estava em casa no horário que eu chegava.
Letícia: Oi, qual é a boa? - Falei fechando a porta e ele me olhou.
Patrão: Nenhuma, me diz tu.- Neguei.
Letícia: Nada, só quero saber por que você tá em casa essa hora.
Patrão: Coloquei Ryan pra assumir a frente hoje, tô cansadão.- Olhei pra ele interessada.
Letícia: Já que o Preto não é mais o seu braço direito aqui, o Ryan tá nessa patente, né? - Falei indo pro quarto, colocando a bolsa e voltando pra sala.
Patrão: Mais o menos, tem outros menor que tá mais tempo querendo subir do que ele. Mas tô pensando em deixar ele de gerente por enquanto.
Letícia: Não há melhores.- Dei os ombros.
Patrão: O peixe por exemplo pô, tá maior cota de vapor, doido pra subir. E já me auxiliou em altos bagulho, provavelmente o cargo de braço direito é dele.- Encarei ele, sentando ao seu lado.
Letícia: Você tem um bom gosto.- Eu ri.
Patrão: Qual foi dessa ideia aí, Letícia? Vou dizer pro mano lá cara, se liga.- Eu gargalhei.
Letícia: Só comentei. Mas cadê a Gabriela?
Patrão: Foi comprar uns bagulhos com a amiga dela aí, tá na visão.- Falou balançando o celular.
Letícia: Legal, e o que vamos comer? - Falei desbloqueando meu celular.
Patrão: Eu num sei pô, não sei que horas a outra vai chegar.- Encarei ele e desviei, pro celular.- Quer ir jantar comigo em algum lugar?
Letícia: Preto me fez essa mesma pergunta agora.- Falei rindo e olhei pra ele novamente.- Mas vamos eu e você, pode ser?
Patrão: Jae, vai se arrumar porque tu quando entra naquele quarto pra sair é maior confusão.- Fiz careta.
Levantei enquanto escrevia pro Preto que iria com o Bruno e ele fez maior drama, porque a gente não se via desde domingo, e hoje era quarta.
Mas ignorei o gatinho e fui me arrumar, quando tava saindo do quarto escutei a voz da Gabriela e parei pra escutar antes de sair.
Patrão: Vou lá jantar com a Letícia, tu já comeu? - Fiquei triste no momento que escutei porque achei que ele iria chamar ela.
Gabi: Não, vim pra casa pra gente comer juntos.- Fiz bico, enquanto escutava atrás da porta.
Patrão: Peço pra algum moleque vim te deixar algum bagulho, tá suave? Quero sair com a Letícia, momento nosso e pá.- Sorri animada.
Gabi: Tudo bem, mas não se preocupa que eu faço algo, cozinhar me deixa tranquila.- Abri a porta, vendo ela sentada e ele em pé perto do sofá.- Oi, Lê.
Letícia: Oi, boa noite.- Falei simpática.
Patrão: Bora.- Me olhou.- Qualquer coisa tu me liga ou chama alguém, num coloca fogo em nada.
Gabi: Se manca.- Falou empurrando ele e eu fui saindo.
A gente foi jantar e eu fiquei feliz por estar com ele, conversamos sobre tudo, ele perguntei sobre como tava o bebê, ele perguntou sobre o Preto e sobre como tava.
Patrão: Tu pretendo mesmo ir morar sozinha? - Falou e eu olhei pra ele tomando refrigerante.- Eu sei que tu não queria que a Gabriela fosse morar lá agora, mas eu não queria acompanhar a gravidez de longe.
Letícia: Eu não pretendo ir morar lá, não agora. Queria sair da loja e poder criar algo fixo meu, sabe? Que eu tenha a certeza que vou ter pra sempre, a loja a qualquer momento algo pode acontecer e eu perder o emprego.
Patrão: Por que tu não cria tua própria loja? - Eu ri.- Ué pô, é sério. Tu desenha, contrata alguém pra fazer e vende, pronto! Uma loja no morro ou na zona sul, qualquer lugar geral ia se amarrar. Tu tem talento e dinheiro pra investir eu tenho de sobra, e não faço questão de investir em tu.
Leticia: Tu acha mesmo que ia pra frente? - Falei rindo.
Patrão: Por que não? - Falou sério e eu sorri mais.- Tô te falando, se num der certo o que a gente vai gastar é dinheiro, tem nada para perder.
Leticia: Como se dinheiro não fosse muita coisa.- Revirei os olhos.
Patrão: Pra mim é como água.- Deu os ombros.- Encontro em qualquer lugar.
Fiquei pensando nisso e ele só colocando mais pilha na mente, até eu realmente possibilitar essa história. Quando chegamos em casa ele continuou enchendo cachola e eu fui dormir, ou virar a noite pensando nisso, melhor dizendo.
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Todo amor do mundo
Teen FictionPerdas são sempre dolorosas, ainda mais quando perdemos alguém só pela ausência, pela falta de amor. Uma história complicada entre um pai perdido é uma filha que não sabe qual caminho deve seguir, entre duas pessoas complicadas, se envolve mais um...