O Regresso da Loucura (Capítulo Revisado)

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Seria impossível descrever a perseguição de Levi para com S/n no instante em que ela saiu com o seu cavalo rumo ao seu destino oculto. Em seus olhos havia misturas consistentes de ódio, fúria e curiosidade, afinal, em muitas das vezes, ela saia escondida para algum canto diferente e suas desculpas para não ter que dar explicações plausíveis finalmente o pegaram desprevenidos no meio do caminho. Seus berros a chamando ultrapassaram barreiras do som que não se imaginaria vindo de uma pessoa, e esse ato simples a fez sorrir como uma sádica lunática, seu plano estava concretizado como o endurecimento titã.

Seu retorno no meio do jantar, com a cara mais lavada de todas, intrigou ainda mais o líder de todo o esquadrão dos Libertinos. Afinal das contas, o que a mulher saiu para fazer no meio do nada em um lugar em que sua cabeça está a prêmio?
Claramente eles nada perguntaram, teriam as respostas mais absurdas e inventadas que ela conseguisse achar, então, sua "única" alternativa recorrente, foi deixar a mulher seguir sua vida plena de acordo com seus gostos.

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São cinco em ponto da manhã e S/n termina de dar de mamar ao seu último filho das quatro crianças que tende a proteger. Sentindo-se renovada e com disposição de cem homens, com direito a receber as primeiras brisas frescas da manhã, a certeza de que está mais do que pronta para o que vem a seguir, empreguina seus ossos.
Tirando seus olhos da janela entreaberta, eles percorrem para a cama onde os dois homens estão deitados, fingindo estar em um sono comum e tranquilo quando na verdade espiam entre abertos nos olhos na esperança de descobrir algo.

S/n ─ Eles não têm mais vergonha de fazer um trabalho malfeito, Ycaro. Ficam olhando diretamente nos meus olhos e não estão nem aí, são dois velhos bobões. ─ Alimentando Ycaro, o mais novo do quatro, seus olhos curiosos caminham pelo rosto iluminado da mãe, curioso em saber o que é que tanto pensa por estar tão perdida. ─ O que foi, gosta de me observar? ─ Os pequenos olhinhos brilham ao ver a mãe falando consigo o confortando em seus braços. ─ Talvez eu tenha que passar o dia fora, cuide dos seus irmãos, ok?

Erwin ─ Quem diria que estaria de pé a uma hora dessa!

S/n ─ Pelo menos é um velho com uma boa audição!

Erwin ─ Tá chamando quem de velho? ─ Usando apenas uma calça para cobrir seu corpo, Erwin se levanta e vai até S/n, tropeçando nas coisas, com os olhos pequeninos de sono.

S/n ─ Desastrado, o seu pai é uma figura, seja como ele!

Erwin ─ Como passou a noite? Depois de passar quase dois dias fora, achei que tentaria algo. ─ O homem se ajoelha em frente a S/n e deixa um beijo tanto em sua testa quanto a de Ycaro, que aos poucos vai pegando no sono.
Correndo por dentro cada órgão que compõem seu corpo, a mulher sente uma grande vontade de gritar e correr para bem longe dali. Seu foco sempre é totalmente dilacerado quando está na presença de seus filhos, de Erwin e Levi. No entanto, a culpa não é totalmente sua, mesmo que a porcentagem penda mais para o seu lado.

S/n ─ Acha que eu fui fazer algo horrível? Fui apenas vigiar. As coisas estão bem suspeitas e como não tenho mais as crianças dentro da minha barriga, não corro tantos riscos de morrer.

Erwin ─ Você o deixou completamente irado... Nos deixou, na verdade. O que pensa em fazer? Eu nunca vou entender essa sua mania de pensar sempre por fora e não dizer nada a ninguém.

S/n ─ Uma mulher tem seus assuntos pessoais a tratar, Erwin. Principalmente se a mulher for eu mesma, com um alvo nas costas e em todos os lados possíveis!

Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora