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Sentada na poltrona do lado da janela, ela tem Apolo em seus braços. O menino de cabelos loiros quase invisíveis, tem seus pequenos olhinhos fechados enquanto mama no seio de sua mãe, confortável nos braços da mulher, que tem seus olhos presos na vasta imagem do lado e fora. Quando mais nova, costumava ver todo o campo da ilha como liberdade, um lugar para onde pudesse correr livremente, sentir o vento tocar seu rosto e o ar quente inundar seus pulmões. Mas agora, olhando de dentro da construção de pedras, terra, barro e cascalho, sente um peso enorme ao olhar para o vasto vale, que se expande para todos os lados até perder a vista. Sua necessidade em proteger seus filhos de todo mau do mundo, tornou-se maior que qualquer outra coisa, qualquer plano que tenha planejado por muitas e muitas vezes em sua mente.
S/n ─ Sabe, querido... Tem momentos na vida, que nós adultos, precisamos fazer escolhas difíceis e em algumas das vezes, essas escolhas podem afetar as pessoas que amamos. Mas não é por mal, quero que saiba disso, nunca é por mal, porque essas escolhas servem para proteger as pessoas que amamos. ─ Com os olhos ainda perdidos no vasto gramado metade seco e metade verde do lado de fora, sua confissão para o filho, torna-se uma confissão para si mesma. Exatamente confirmar para si, que o que está fazendo, não é errado, é apenas uma única forma de proteção que encontrou para não envolver mais ninguém. ─ Confesso que vocês não estavam no meio do meu plano e eu tô completamente perdida, não sabia que ser mãe era algo tão complicado, não sabia que tomar decisões seria a coisa mais dolorosa a se fazer. ─ Ela se levanta calmamente da poltrona dando atenção ao rosto calmo de seu filho. Em seus lábios surge o sorriso terno de uma mãe desesperada, que tenta ocultar ao máximo as loucuras que passam por sua mente. Seu coração a cada "tudum", deixa que as lagrimas controlem o contraste de seu rosto pálido pelo medo. ─ Eu prometo que vou estar aqui quando acordar.
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Sentada em frente a cela de Ana, tendo em sua mão uma xícara de chá recém preparada, uma pena que reluz a luz das velas espalhadas pelas paredes, S/n espera uma reação da jovem, que finge estar dormindo. No entanto, quem dormiria após um ataque de gritos durante a noite anterior, sendo obrigada a manter-se presa por correntes para não cometer loucuras, como tentar tirar a própria vida com uma das correntes penduradas tanto no teto quanto nas paredes?
S/n ─ Finalmente nos encontramos após tantos dias, Ana... Evans... Ana Evans, esse é o seu nome? Então você não é desse lado do oceano, quem diria. ─ Tomando um gole do chá amargo, a mulher tem a atenção que tanto deseja, vendo os olhos da ruiva faiscarem a sua investida. ─ Confesso que foi complicado manter a gravidez e pesquisar sobre você nesse meio tempo, senhorita Evans. Mas me diga, de qual lugar você vem? Duvido que seja de Marley, sua família parece bem recente aqui.
Ana ─ Quem foi que te contou sobre mim, sua velha maldita? Sinceramente, devia ter morrido quando seu maldito filho nasceu.
S/n ─ Três... Foram três filhos, Ana. ─ O som de passos vindos de fora, desperta mais a curiosidade da mais nova, que retira forças da sua raiva para com S/n, para se levantar e manter-se sentada. ─ O que acha de se livrar dessas correntes? Mas pra isso, você tem que prometer que vai me contar tudo sobre o seu escândalo da noite passada.
Ana ─ Eu não tenho que te contar nada, a última vez que veio aqui com os seus joguinhos sujos e aquela barriga estranha, já foi o suficiente, eu disse que não te ajudaria com mais nada. ─ Recusando-se a olhar nos olhos iluminados pelas chamas das velas, a jovem mantem-se olhando para os cantos, sentindo o peso do olhar da comandante cair sob si.
S/n ─ As coisas mudaram, Ana. Dependendo do que vier da capital, nós daqui, iremos precisar de toda ajuda possível, não importando se são prisioneiros ou não. Aliás, eu sei o que eles fizeram com a sua família quando tentaram sair da capital para virem parar aqui.
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Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/n
ФанфикLiberdade [...] Uma das únicas coisas que qualquer criatura que tenha um coração batendo ou ao menos uma fagulha dr vontade de viver, anseia durante a sua pequena existência em uma vasta e carregada linha da vida. Não há alma que deseje manter-se...