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A mulher havia parado de correr e caminhou junto ao lobo até onde pode caminhar, e tendo que parar por estar cansada demais, ela contou com a graciosidade de seu cavalo aparecer em algum momento para dar continuidade ao seu caminho para um novo lugar. E foi o que aconteceu, seu cavalo apareceu meia hora após ter parado de andar, e com ele havia alguns suprimentos para manter seus passos para o oeste. Graças a alguma força divina que talvez exista por aí, tudo havia saído como o combinado e restaria apenas agir e esperar o efeito de suas ações.
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Já é dia, uma manhã que já é quase tarde. As coisas parecem estar sendo levadas em calmaria, no entanto, a respiração pesada e as palavras baixas que são jogadas para o vento, diz o contrário da situação toda. Calmamente levantando sua cabeça deixando que o sol reflita no espelho em sua frente, que reflete na pedra azul de seu colar, um brilho incomum, que ilumina um pouco mais o rosto cansado da guerreira e toma forma em seu reflexo.
Na superfície do espelho tendo seus olhos banhados pelo brilho azul, a mulher ali parada idêntica a rainha do outro lado, do reino de Lótus, deixa sua respiração se esvair com mais calma ao ter uma certeza louca de que tudo realmente está dando certo. A mulher no reflexo entende que está sendo observada de algum lugar, então retira o colar de seu pescoço e sussurra palavras tão baixas quanto o sopro de vento calmo.
S/n ─ Eu sei que vem me observando por todo esse tempo, ela me contou há um tempo sobre você vir para salvar seu povo... Você não está sozinha. ─ Um leve brilho arroxeado transcende um pouco mais nos olhos da mulher. No topo, quase sob sua cabeça, um homem se inclina sob o ar para observar com um grande sorriso em seu rosto.
Kenny ─ Agora deu pra falar sozinha? ─ Aparecendo como um rato, segurando uma faca e uma laranja, encostado em uma parede que a qualquer momento pode cair, o homem dá a ela um gostinho da sua nova realidade.
S/n ─ Tá aí há quanto tempo?
Kenny ─ Acabei de chegar. Não se preocupe, eu não vou te julgar se estiver falando com Deus ou algo do tipo, sou um homem que tem crenças. ─ S/n coloca o colar de volta em seu devido lugar e sai andando por cima das pedras no chão.
S/n ─ Eu tenho cara de quem acredita nesse tipo de coisa?
Kenny ─ Sua mãe acreditava e seu pai também acredita. Nunca vi um homem tão devoto a Deus quanto ele!
S/n ─ Se ele é tão devoto quanto diz, ele deve ter a certeza de que vai arder como nunca antes.
Kenny ─ Falando em pai de família e tudo mais. O que achou daquela revelação por carta?
S/n ─ De eu ser uma Ackerman e aquele lixo também? Não estou tão surpresa, já tinha minhas suspeitas.
Kenny ─ E quais são os motivos dessa sua suspeita tão em potencial? ─ Ambos vão andando pelas ruínas do Oeste, passando por alguns cavalos e alguns soldados que decidiram trocar de lado.
S/n ─ Qual foi o seu motivo? Sabe, pra você ser quem é hoje.
Kenny ─ Eu não quero falar disso...
S/n ─ Mas teve um motivo, não teve? É assim que se desperta e essa "epifania" sempre vem até mim quando se trata deles. Mas é algo duas vezes mais cruel do que para um Ackerman comum. ─ Eles se sentam em frente a porta de entrada, em uma escadaria média de uma igreja abandonada. A vista do lado de cá para eles parece ser um pouco melhor do que estar no centro de tudo, as coisas parecem estar mais limpas para se ter noção de onde colocar os pés.
Kenny ─ E como foram as coisas com os bem feitores? Aposto que o moleque teve um surto de raiva.
S/n ─ Me fizeram ficar de joelhos e jurar coisas tão... Achei que iria perder a cabeça no meio de todo mundo e tudo iria ser em vão. Mas eu inventei uma parcela de coisas na hora e consegui fugir, mesmo que todo mundo tenha vindo atrás de mim na tentativa de me pegar.
Kenny ─ E o grandalhão?
S/n ─ Ele gritou como louco e eu apenas devolvi com um uivo.
Kenny ─ Um uivo? Você claramente não bate bem da cabeça.
S/n ─ Foi libertador, devia tentar qualquer dia!
Kenny ─ Eu não faço o tipo lobo que sai uivando por aí.
S/n ─ E como ela está? Conseguiu acalmar ela depois do susto?
Kenny ─ Um bom soco e ela ainda tá dormindo como um anjo!
S/n ─ E depois a desregulada da cabeça sou eu... Levanta, vamos falar com os outros antes da noite cair.
Kenny ─ O que pretende fazer a noite?
S/n ─ Eu não, você vai fazer algo pra mim!
Kenny ─ Tá querendo abusar dos trabalhos de um velho? Eu vou te denunciar por maus tratos.
S/n ─ Ah, vai? E pra quem? ─ As portas da igreja se abrem e os que estão do lado de dentro são agraciados com a ilustre presença de S/n, que esconde seu cansaço na bota e vai andando pelo corredor como se fosse a rainha.
─ Achamos que seu plano tinha falhado.
S/n ─ Tirei um tempinho pra falar com Deus, nada demais.
─ Deus? Você nem acredita que existe anjo, imagina Deus.
S/n ─ Tanto faz, o importante é que eu estou aqui e as coisas estão começando a ficar do jeito que planejamos. Em breve teremos um deles em nossas mãos, em seguida um leva na vala e depois direto para a toca do monstro.
Kenny ─ E esse que você quer pegar é referente a hoje a noite?
S/n ─ Sim, quero que você de uma boa observada nos nossos amigos de lá de dentro e depois eu vou intervir. E falando em amigos, ela já foi levada?
Kenny ─ Tá falando da maluca de poucas palavras? Ela com certeza tá a um passo de sair da capital, só não garanto que ela vá sair ilesa de qualquer ataque.
S/n ─ Isso é o de menos, saindo viva é o que importa.
Kenny ─ Igualzinha ao pai, que orgulho de ver dois malucos disputando espaço.
S/n ─ É melhor calar essa boca, velhote.
Kenny ─ Temos quase a mesma idade!
S/n ─ Eu tenho a mesma idade do seu sobrinho, não exagera. ─ A mulher se senta na cadeira de frente para todos e enfim relaxa o seu corpo antes de qualquer discurso motivacional que tenha preparado até o presente momento.
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─ Tá fluindo galera, os mundos estão se conectando
─ Não vejo a hora da S/n descer o pau no pai dela
─ Kenny já tá pra lá de não ter medo de morrer.
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Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/n
FanficLiberdade [...] Uma das únicas coisas que qualquer criatura que tenha um coração batendo ou ao menos uma fagulha dr vontade de viver, anseia durante a sua pequena existência em uma vasta e carregada linha da vida. Não há alma que deseje manter-se...