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Uma enorme ilha, três muralhas, tiranos presos no meio delas, um segundo castelo afastado, alguns soldados, um escritório, quatro paredes e três pessoas espalhadas pela sala. Ambos se olham com certa indiferença, ambos tem em suas gargantas, coisas para dizer, sentimentos para expressar, descontentamentos, incertezas, alucinações. Claro que todos tem motivos para estarem reprimidos no próprio espaço, mas vendo de fora, não se parece com a gravidade do extermínio, para agirem como bebês chorões quando nada do que querem, acaba não dando certo.
Levi ─ Hoje eu vou ser o líder nessa droga, já que vocês dois não me dão muita escolha. Então vamos começar com o que era pra ser mais responsável de todo mundo. Sei que é complicado ter tudo nas suas mãos, mas nada justifica falar as coisas que falou... Erwin, o que eu quero saber, é, por quê falou aquelas coisas pra ela?! ─ Sentado na cadeira do chefe, ele segura em suas mãos uma espada, encarando com afinco o loiro a sua esquerda. Suas pernas vagarosamente se cruzam, sua superioridade transparece e o direito de fala é jogado aos pés do maior deles.
Erwin ─ Eu estava nervoso e preocupado...
Levi ─ Só vai dizer isso?
Erwin ─ Poderia se acalmar? ─ O homem se levanta e caminha em direção a S/n para que possa olhar diretamente em seus olhos sem que a distância atrapalhe os seus, de ver a verdade. ─ Quando percebi que tinha saído de novo sem dizer nada e levado uma cadete com você, a minha mente entrou em estado de choque e apenas consegui pensar no pior, esqueci da sua capacidade, esqueci de quem você é, deixei que minhas emoções falassem mais alto que a minha razão. Tentei te procurar em todos os lugares que costuma ir quando está entediada ou com raiva, movi todo o esquadrão a sua procura e nada, você não estava em lugar nenhum. Então eu enlouqueci mais ainda, jurei que tinha te perdido e esperei pela pior notícia, deixei que o medo me fizesse tóxico ao ponto de deixar que aquelas palavras saíssem da minha boca. Assim que apareceu no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido, sorrindo sem preocupação alguma, com cortes nas mãos, suja... Senti um grande aperto no coração e agi na emoção, fui além do que eu poderia ir.
Levi ─ Você já tinha visto aquela sombra alguma vez?
Erwin ─ Aquele dia em que fomos no lago com o Sol. Ela estava escondida e quando tentei chegar perto, ela simplesmente foi desaparecendo como fumaça. Mas isso não justifica as minhas ações para com ela, não justifica eu ter dito que ninguém gostava dela, quando isso nem sequer era verdade. ─ Agora ajoelhado, ele toca a mão da mulher em silêncio, que friamente o encara, mantendo seu disfarce o máximo que consegue. ─ Eu não vou pedir que me perdoe sem sentir que realmente tenha que ou queira me perdoar. Mas eu quero que saiba que me arrependo amargamente de tudo que eu falei, de ter colocado os cadetes contra você, de ter te colocado correntes invisíveis, sabendo que é uma alma livre. Vou entender e aceitar qualquer decisão que tome.
Levi ─ Estaria disposto a deixar ela ir se ela quisesse? ─ Mascarando suas lágrimas com um olhar sério, suas orbes vão na direção dela, buscando uma recusa para sua pergunta. No entanto, seu silêncio parece cortar como faca, passando por cada membro lentamente, atingindo os ossos, seguido de uma risada ecoada do fundo de uma alma cansada.
Erwin ─ Estarei disposto a vê-la partir, se assim ela quiser e estarei aqui, esperando de braços abertos caso ela queira voltar! ─ Levantando vagarosamente, sua mão vai até a enorme barriga, onde um carinho é feito, seguido de um beijo singelo e lágrimas molhando o tecido envelhecido do vestido.
Levi ─ Tem algo a dizer, S/n? Esse é o momento de expor toda a sua raiva. ─ Guardando suas armas, tirando seu colete, saindo do muro que construiu para se proteger, a mulher finalmente respira fundo e busca sua decisão. Intercalando sua visão entre um e outro, a resposta torna-se simples e lógica, afinal, se tem em mente o desejo de completar o seu trabalho, deixar que os dois fiquem longe não é uma boa escolha. Para si, foi uma boa escolha de ancoras para se manter sã e quebrar o vínculo agora é uma grande falta de vergonha na cara, afinal, era de se esperar que ninguém confiasse em uma assassina.
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Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/n
FanfictionLiberdade [...] Uma das únicas coisas que qualquer criatura que tenha um coração batendo ou ao menos uma fagulha dr vontade de viver, anseia durante a sua pequena existência em uma vasta e carregada linha da vida. Não há alma que deseje manter-se...