Uma viagem (Capítulo Adicional)

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É sábado em plena cinco da manhã, ao seu lado há um jovem de olhos verdes e cabelo comprido, em total silêncio por ser arrastado pela mulher à um lugar aparentemente desconhecido. De acordo com as sábias palavras de alguém que já viveu muito, a única forma de não ter que dar explicações aos seus superiores, é sair o mais cedo possível e voltar pelo começo da tarde como se nada tivesse acontecido, inventando uma desculpa qualquer para não ter que dizer o que de fato foi fazer. S/n sempre se apoiou nessa tática nas vezes em que fugia da capital para dar uma volta pelo vasto campo entre uma muralha e outra, observar as coisas era seu passa tempo favorito, lhe garantia várias formas de escapar sem ser vista, de voltar para casa e não ser lembrada de que sumiu por um tempo.

Por terem saído cedo demais, o alcance da vista da muralha Sina, preenche os olhos de ambos no horizonte norte. Por ser muito alta para evitar a entrada de titãs menores de quarenta metros, a mesma aparenta estar muito perto de onde estão cavalgando. No entanto, o caminho percorrido se encontra o mais distante possível para que não os vejam passando pelo local proibido. Mas, mesmo que passassem na porta da muralha, não poderiam ser atingidos, seria um risco tanto para eles quanto para os militares, que dariam a razão para a tropa libertina.

Eren ─ O que estamos fazendo aqui?

S/n ─ Se lembra da pergunta que eu te fiz? Quero te mostrar uma coisa que eu encontrei ano passado.

Eren ─ Não é arriscado vir aqui sem permissão?

S/n ─ Desde quando se importa com permissão? ─ Ao virar seu rosto para Eren, o sol aponta no leste e por estar contrária a luz, o jovem tem a certeza de ver algo de cor roxa cintilando nos olhos da mãe. ─ O que foi?

Eren ─ Não foi nada, vamos logo. ─ Ambos apressam seus cavalos e mais um vento atravessado passar pelos fios de ambos. ─ Esse vento é preocupante...

S/n ─ Sabe o que significa?

Eren ─ Maus tempos...

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Com as mãos desesperadas buscando por S/n na cama em que dividem, Levi não a sente de modo algum, chegando a pensar que ela se levantou para cuidar do pequeno Sol. Porém, ao olhar para frente vê Erwin com o menino nos braços enquanto o alimenta com uma mamadeira improvisada. Nos lábios do loiro um meio sorriso é esboçado, divertindo-se com as gracinhas naturais que o bebê sempre faz quando está nos braços do homem.

Levi ─ Onde ela tá?

Erwin ─ Saiu cedo com o Eren, não disse nada, só saiu!

Levi ─ Quando ela chegar, faça perguntas, mesmo que ela finja não ouviu.

Erwin ─ Por que tá tão preocupado?

Levi ─ Você quem deveria estar preocupado, Erwin, se ela nos trair, estamos perdidos. ─ Colocando a criança de volta no berço, ele se abaixa em frente a cama chamando Levi com os dedos.

Erwin ─ Acha que em todo esse tempo do nosso lado, das dificuldades de que passamos, ela seria capaz de nos trair? E não tente usar como argumento a encenação daquele dia, foi uma ideia mal planejada e totalmente ruim.

Levi ─ Eu sei que não pode ter dúvidas ou suspeitas entre a gente, mas a forma como ela falou aquele dia, ainda me assusta.

Erwin ─ Bobagem, ela nunca faria isso, e se caso fizesse, eu mesmo a faria se arrepender de nós trair da forma mais suja possível!

Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora