Nasty Desires - O Despertar da Liberdade | Livro 2 | Aot | Levi + Erwin + S/n

O que há por trás da máscara? (Capítulo Adicional)

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Todos saíram bem cedo, antes mesmo que o sol apontasse no Leste da ilha. Ela por sua vez, decidiu que dessa vez ficaria em casa, afirmando que o clima não estava bom para deixar seus filhos sozinhos. Porém, ela já sabia do que se tratava todo o alvoroço que seu próprio corpo causou durante toda a noite mal dormida, os sonhos esquisitos e a grande vontade de largar tudo de uma vez por todas.

Uma certa vez ouviu de uma velha senhora da capital, que quando algo ruim e não natural está prestes a acontecer, as coisas a sua volta passam a dar sinais claros de que o ruim está mais próximo do que se imagina. S/n sempre foi de acreditar em coisas do tipo, mas por algum motivo não em especial, naquela época estava crente que se tratava de uma história para assustar crianças e fazê-las ficarem quietas por um tempo. Mas quando enfrentou titãs pela primeira vez em sua vida, acabou percebendo o comportamento dos animais, que corriam ou voavam antes mesmo do estouro chegar com tudo nas grandes muralhas. Porém e claramente, não foram acontecimentos suficientes para ela, até a semana seguinte a festa de Martha, quando as coisas pareceram fugir de seu total controle.

Tudo começou com três de suas xícaras se quebrando. Uma quebrou em sua mão a cortando superficialmente, a segunda simplesmente estourou quando foi deixada em cima da mesa e a terceira foi encontrada dentro do poço de água com uma rachadura limpa. O outro acontecimento, foram os sonhos em que viam todos mortos e um grande borrão negro reinando sob os corpos de todos, seguindo assim vários sonhos macabros com este mesmo borrão a perseguindo até as noites atuais. O terceiro acontecimento, são os aparecimentos das pessoas que já matou, todas elas aparecendo em sua frente em algum momento do dia para lhe lembrar das coisas que cometeu. O último, a forma como os animais andam agitados, confusos e reclusos em seus cantos. Até mesmo os pássaros quase se recusam a voar no céu, e somente alguns de todos eles perceberam isso.

S/n ─ Eu sei que as coisas estão estranhas, mas logo vai ficar tudo bem, eu prometo que vai... ─ Ela mantém os quatro bebês em sua cama enquanto os distrai com os cavalinhos de madeira. Assim como ela, não conseguiram dormir a noite toda e mal param de chorar para começar outra sinfonia de lágrimas de agitação.

Connie ─ Comandante, tá tudo bem? ─ Surgindo na porta como se tivesse emergido das sombras, o garoto careca assusta S/n, que estava completamente inerte nos olhos das crianças.

S/n ─ Tá querendo me matar do coração? Aliás, o que você tá fazendo aqui? Achei que o Erwin tivesse dito que levaria todo mundo pra um último treinamento antes de começar os preparativos. ─ Levantando-se e sacudindo a roupa para fingir não estar assustada ao ponto de ter tirado uma adaga para fora, seus olhos cansados encaram os de Connie, que relaxa vagarosamente ao vê-la esconder o metal.

Connie ─ Comandante, já voltamos há uns dez minutos, é quase duas da tarde... Por isso o comandante Levi me mandou vir aqui ver se tava tudo bem, já que ele não te viu lá fora fazendo alguma coisa!

S/n ─ É sério isso?

Connie ─ Sim... A senhora ficou esse tempo todo com as crianças e nem viu o tempo passar, foi isso?

S/n ─ Elas não dormiram essa noite e eu também não, tentei fazer elas dormirem o tempo todo e nada... Acho que por isso que não vi o tempo passar! ─ Olhando para trás, ela vê seus filhos com os olhos pesados e um pouco mais quietos que antes. Suspirando de alívio, ela agradece mentalmente que eles tenham finalmente calado, já estavam se preocupando com tanto choro e escândalo, todos juntos ao mesmo tempo.

Connie ─ Eu vou chamar o Jean, aí a gente fica com os bebês e a senhora descansa um pouco!

S/n ─ Connie, se encontrar o Erwin no caminho, diga que logo vou falar com ele! ─ O garoto sorri e sai em disparada. Ela calmamente se afastada da cama e vai em direção ao banheiro, sentindo seu corpo pesar pelo sono que carrega. ─ Talvez eu tenha que parar de negar o óbvio e agir de uma vez. Se bem que, até agora não descobri muitas coisas sobre o outro lado, a capital nunca nos deu tempo de atravessar o mar.