Capítulo 2

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No dia seguinte fui até a empresa meus pais estavam lá de manhã, como sempre, vivem para o trabalho. – Eu vim dizer que vou pra essa fazenda ridícula fazer o que querem e quero saber quanto tempo vou ficar por lá. – falei irritada.

Mãe: Três meses.

Eu: O que? Três meses é muito tempo mãe. – falei assustada.

Mãe: Eu queria que fossem seis. Então cala a boca e não discute Natalie. – grossa como sempre.

Eu: Preciso de mais dinheiro. Não vou viver com 5 mil em três meses.

Mãe: É mais que suficiente, você não vai pra balada nenhuma, você vai se limitar a fazenda e aos trabalhos lá, não vai precisar de dinheiro. E espero que se dê bem com a filha da Patrícia, porque ela é bem geniosa. Vai ter uma pessoa te esperando no aeroporto.

Eu: Não... A filha daquela loira metida? Isso é sério? Se ela for igual a mãe eu estou ferrada.

Mãe: A Patrícia é um anjo perto da filha dela. Então boa sorte, você vai precisar.

Eu: Mãe, por favor, reconsidera. Eu paro com as festas, venho trabalhar todos os dias nos horários certos, pode diminuir meu salário, mas não me obriga a ir pra roça. Eu nem sei como me comportar num lugar assim.

Mãe: Não é uma roça é uma fazenda. E você não vai chegar lá e encontrar um bando de caipira com chapéu de palha, descalço e com um capim no canto da boca, isso não é um gibi do Chico Bento, é vida real. Agora tenho uma reunião. O motorista passa pra te pegar as 11 da manhã de domingo ok? Boa viagem – me deu um beijo na testa e saiu. Eu fui até minha sala peguei umas coisas e fui pra casa. Terminei de arrumar minha mala sai comprei maconha, precisava ver como viajaria com isso. Me organizei para essa maldita viagem e no domingo embarquei rumo ao brejo que minha mãe chama de fazenda, porque pra mim deve ser um brejo cheio de mosquito e que fede a bosta de vaca. 1h45min depois eu estava desembarcando em Goiânia. Peguei minhas malas consegui embarcar com a maconha sem ser notada no meio de um monte de coisas na mala que despachei. Ainda bem, senão seria presa. Quando passei pelo portão tinha um homem de botina, calça apertada e camisa xadrez me esperando com uma plaquinha com meu nome. Fui até ele empurrando o carrinho com as malas.

XX: Natalie Smith?

Eu: Sim.

XX: Rodrigo Tardelli. Vamos?

Eu: Espera... – paramos – Quem me garante que você não é um assassino? – ele rolou os olhos.

Rodrigo: Eu tenho cara de assassino?

Eu: Não.

Rodrigo: Eu estaria aqui em pé te esperando com uma placa com seu nome com dezenas de câmera filmando meu rosto se eu tivesse intenção de te sequestrar?

Eu: Acho que não?
Rodrigo: Ok. Então não me faz perder mais tempo. Vamos...
– fomos para uma caminhonete enorme e bonita. Fiquei um tanto surpresa.

Eu: Essa caminhonete é sua?

Rodrigo: Sim, é por que?

Eu: Não esperava.
Rodrigo: Achou que eu viria de cavalo ou de charrete?
– eu rolei os olhos que cara arrogante. Ele colocou as malas no banco de trás eu entrei no banco da frente e fomos para a fazenda. – Precisa parar em algum lugar para comprar alguma coisa? A fazenda é um pouco distante da cidade.

Eu: Preciso parar numa farmácia.

Rodrigo: Ok. – ele parou numa grande farmácia eu desci, comprei alguns remédios que eu havia esquecido de comprar, comprei absorventes também que eu havia esquecido de comprar. Logo passei no caixa e fomos embora. Ele dirigiu cerca de 30 minutos depois que saímos da cidade, pela rodovia até entrarmos numa estrada mais estreita e cheia de árvores o lugar era bonito. Quando paramos em frente a um portão imenso pude ver de longe a casa da fazenda. – Chegamos... – eu olhei tirei os óculos.

Eu: Essa é casa da tal da Patrícia?

Rodrigo: Não. Essa é a casa da Priscilla. Patrícia é a mãe dela que mora no Rio de Janeiro e ela não é dona de absolutamente nada aqui e sim a filha dela. – era uma casa que... nossa... Ele entrou com o carro e paramos em frente a mansão. Logo uma mulher magra de cabelos pretos apareceu na porta trajando uma calça jeans clara, bota marrom, uma camisa marrom também e ela tinha uma cara bem feliz.

XX: Bem vinda Natalie... – me abraçou apertado.

Eu: Obrigada Priscilla. – o tal Rodrigo riu e ela também.

XX: Priscilla nunca te abraçaria. Ela não abraça ninguém. Eu sou a Luíza. Luíza César eu sou administradora da fazenda junto com a Priscilla.

Eu: Ah... Me desculpe... – falei sem graça.

Luíza: Tudo bem. – ajudou com as malas e entramos na casa. – Vem, vou te mostrar seu quarto. - Fomos para o segundo andar da casa e eu estava chocada com a casa. Minha mãe ama um luxo, mas a casa dela fica no chinelo diante daquela casa. Andamos por um longo corredor até uma porta e ela abriu. – Esse vai ser seu quarto, espero que goste. Aqui tem um closet pode colocar suas roupas aqui. Seu banheiro tem uma banheira bem confortável também. A TV é a cabo e a senha da internet está anotada junto com a senha dos canais proibidos – riu e eu ri também. – A Priscilla está percorrendo as terras a cavalo, não deve demorar. Fique a vontade.

Eu: Obrigada. – ela saiu me deixando sozinha... – Nossa... – a suíte era espetacular. Eu não esperava nada daquilo sinceramente. Coloquei todas as minhas roupas no closet, coloquei a senha do wifi no meu celular e no meu notebook, logo eu desci pra conhecer a casa. Estava numa sala com uma lareira bem bonita quando ouvi uma voz.

XX: Boa tarde... – era uma voz imponente. Me fez arrepiar toda e a dona da voz também. Olhei para trás e nossa... Que mulher bonita. Ela tinha cabelos pretos, usava um chapéu de couro marrom, uma camisa preta, uma calça jeans bem apertada preta que delineava bem seu quadril que poxa... que bunda... Usava uma bota da cor do chapéu, um cinto grande bem bonito e um chicote na mão. Ela tirou o chapéu.

Eu: Bo... Boa tarde...

XX: Senhorita Smith eu presumo... – falava ainda com seu tom sério.

Eu: Sim. Senhorita Pugliese eu presumo...

Pri: Sim. Bem vinda a fazenda Pugliese. Já foi devidamente instalada em seus aposentos?

Eu: Sim, confortavelmente.

Pri: Que bom. O jantar será servido as 19:30 não se atrase.

Eu: Ok.

Pri: Amanhã as 5 da manhã deve estar me esperando aqui no hall da casa para suas primeiras funções.

Eu: O que? 5 da manhã? Funções? – assustei.

Pri: Claro. Está pensando que está na Disney? Achou que veio pra cá de férias? – saiu andando e subiu as escadas.

Eu: Isso só pode ser brincadeira. – tão grossa quanto o funcionário.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora