Capítulo 114

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A Priscilla achou melhor irmos de jatinho, seria um pouco mais rápido embora a viagem não fosse longa, mas seria mais confortável pra mim, eu ainda sentia muitas dores, usava bota ortopédica, e precisei colocar um colete cervical por causa das dores. Voamos as 8 da manhã chegamos as 9:20. Rodrigo estava nos esperando no aeroporto.

Rod: Oi... Bem vinda de volta Natalie.

Eu: Obrigada Rodrigo.

Pri: Desce devagar amor. - ela saiu primeiro para me ajudar a descer.

Eu: Dói tudo. - Rodrigo guardou as malas, eu entrei no carro com a ajuda da Priscilla e fomos para casa. Uma hora depois estávamos na fazenda. Uma cachorrinha apareceu abandonando o rabo. - Temos outro cachorro?

Pri: Oh, sim, esqueci de falar dela. Ela se chama Lola. Ela apareceu no portão com a patinha quebrada com dor então cuidamos dela, mas ela já está bem melhor né Lolinha... - ela abanou o rabo ainda mais, parecia bem feliz e latiu pra Priscilla. Logo veio aquele furacão de cachorro chamado Jolie. - Jolie calma... Senta... - ela se sentou - Não pode pular na Natalie tá? - ela aproximou de mim e lambeu minha mão. - Isso, boa garota. - fez carinho nela.

Eu: Hei minha menina estava com saudade? Eu também estava. - Priscilla me ajudou a entrar, as meninas estavam na sala conversando e me esperando. A Vicky estava lá também - Oi família. Eu sei que eu estou parecendo um ET, mas vou ficar bem - sorri de leve e elas vieram me abraçar. Me sentei no sofá a Alícia veio.

Alícia: Titi, dodói? (Titia, dodói?)

Eu: A titia fez dodói amor, mas vai sarar. - ela foi no meio dos brinquedinhos dela e pegou uma maletinha rosa subiu no sofá e pegou os materiais dela, era uma maletinha de médico de brinquedo e começou a me examinar. - Ai como eu amo esse pingo de gente meu Deus.

Luiza: Minha filha é uma princesa mesmo.

Diorio: Vai ser igual a tia aqui.

Eu: Como que eu estou doutora Alícia?

Alícia: Vai salar o dodói titi... Dá memédio tá? (Vai sarar o dodói titia. Vou dar remédio tá?)

Eu: Tá amor...

Alícia: Memédio mamãe. ( O remédio mamãe) - Luíza pegou uma balinha e deu na mão dela. - Agua mamãe... - Deu um copo pra ela. - Toma titi... (Toma titia) - eu peguei e tomei.

Eu: Pronto amor, tomei.

Alícia: Agola abaço pa salar... (Agora um abraço pra sarar)- abraçou ela com cuidado.

Eu: Eu morro de amor desse jeito eu não aguento. - A Alícia era uma boneca. Inteligente demais, fala horrores igual a mãe dela, muito carinhosa, muito amorosa. Tomei café da manhã direito que eu não tinha tomado no Rio. - Amor me ajuda a subir preciso deitar. - ela me ajudou a ir até o elevador e subimos. Fomos para o nosso quarto eu coloquei um pijama e me deitei. A última vez que estive aqui eu estava grávida e tão feliz. O choro foi instantâneo. Priscilla não dizia nada só me abraçava me fazia carinho.

Pri: Quer alguma coisa?

Eu: Não. Só vou dormir um pouco estou cansada.

Pri: Eu vou descer, qualquer coisa me chama tá?

Eu: Tá. - ela desceu e eu chorei e chorei muito. Tudo que eu mais amava eu tinha perdido. Eu queria tanto esses bebês que desde que eles se foram eu desejava todas as noites acordar e ver que tudo não passou de um pesadelo. Mas era real. Eu não tinha mais os meus filhos, eu não seria mais mãe. Os dias foram se passando e a depressão foi me consumindo. Eu quase não saia do quarto. Comia pouco, não conversava muito. Me limitava a conversar com a Pri, trocar um carinho com a Alícia que vinha todos os dias para a minha cama pedir um chameguinho. No meu aniversário não quis comemorar, eu não quis nada. A Pri pediu que fizessem um almoço gostoso pra mim, eu desci almocei com todo mundo ganhei presentes. A Vicky chegou com um bolo que a mãe dela fez e que estava uma delicia por sinal. Agradeci a todos pelo carinho, porque estavam se esforçando muito para me ajudar. A casa já estava sendo decorada para o natal estava ficando bem bonito. Meu irmão chega no dia 23 com a família junto com a minha irmã meu cunhado e meu pai. A Família da Pri chega dia 20. Eu não estava animada pra nada. Fiz todas as compras de presentes da família pela internet, comprei os papeis de presentes e as sacolas pra embrulhar em casa. Não estava a fim de enfrentar shopping nem nada. A Pri foi ao shopping com as meninas fazer compras. Era dia 18 eu achei um baseado nas minhas coisas, sentei na varanda do quarto e acendi. A um ano eu não fumava nada. Priscilla chegou pouco depois.

Pri: Está fumando maconha Natalie?

Eu: Sim, porque?

Pri: Já conversamos sobre isso.
Eu: Posso quebrar as regras uma vez ou outra.

Pri: Natalie...

Eu: Me deixa Priscilla, me deixa ser imperfeita pelo menos uma vez, eu estou precisando. - falei com raiva e entrou no quarto. Terminei de fumar e entrei. Ela estava no banho. Ela não falou mais comigo aquela noite. 

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora