Ela ficou a quimio toda quieta e com o olhar vago. E como sempre, depois da quimio a gente vai para o apartamento. A Diorio já tinha voltado para a fazenda.
Eu: Amor está tudo bem? Não disse nada.
Pri: Está, só estou pensativa.
Eu: Acho que você está impactada.
Pri: Isso também. – rimos. – Eu achei que eu não sobreviveria a isso, sinceramente. Eu pensei que eu ia morrer e agora eu estou entrando em remissão. Eu vou voltar a ter a minha vida normal. Aliás, o mais perto do normal possível porque vou continuar o tratamento via oral por muito tempo ainda. Mas estou viva.
Eu: Sim você está viva – sorri.
Pri: E agora depois dessa reflexão poderosa eu preciso vomitar – correu para o banheiro e eu comecei a rir. Fui cuidar dela, ela passou muito mal nesse dia. Dois dias depois voltamos para a fazenda. No dia 15 voltamos para a cidade ela fez a última quimio normal e ficamos dois dias lá e voltamos pra fazenda novamente. Meu celular tocou era noite, a Pri estava dormindo, estava cansada e enjoada. Eu sai do quarto para atender.
Eu: Oi Luana tudo bem?
Luana: Sua mãe sabe onde você está. – eu travei.
Eu: Co... Como assim Luana?
Luana: Ela me perguntou onde você estava e eu disse que achava que estava no Chile que você queria conhecer lá. Ai ela riu e disse que sabia que você estava na fazenda. Eu não confirmei, só disse que eu ainda achava que você estava no Chile.
Eu: E o que mais ela disse?
Luana: Nada. Ela me olhou como se fosse tirar meu fígado e comer na minha frente e saiu da minha sala. Agora ela não fala comigo direito e está bem pensativa.
Eu: Pensativa?
Luana: Sim, tipo, "arquitetando algo".
Eu: Luana se ela aparecer aqui, vai ser um caos.
Luana: Vai. Então estou te avisando para se preparar. Fuja para as colinas – brincou.
Eu: Não brinca com a morte – ri nervosa. Conversamos um pouco e desligamos. Me deitei de novo e não dormi mais. Eu passei o resto do mês preocupada com a possibilidade da minha mãe aparecer lá na fazenda e ela não apareceu. No dia 29 minha sogra apareceu na fazenda junto com meu cunhado. Ela e meu cunhado ficariam alguns dias. Patrícia desceu do taxi praticamente voando subiu as escadas e me abraçou.
Patrícia: Eu juro que não contei nada pra ela, eu juro que eu nem sabia de nada e eu levei muito susto quando a vi no mesmo avião e ela graças a Deus não me viu porque só faltei pedir pra ir junto com as cargas pra ela não me ver.
Eu: Do que você está falando? – não estava entendendo nada por causa do nervosismo. A ajudei com as malas e ouvi um carro chegando. Um carro apontou na entrada da fazenda e quando parou na minha frente o meu coração quase parou com a pessoa que desceu dele primeiro. – Mamãe?
Mãe: Oi Natalie Smith. Quanto tempo não é? – cruzou os braços. Meu pai desceu em seguida. Eles tinham alugado um carro certamente, já que meu pai quem dirigia.
Eu: O que fazem aqui? – perguntei ainda em choque.
Mãe: Vim saber pessoalmente o que você quer da sua vida. - eu engoli seco e pensei "Agora não sobra uma galinha viva nessa fazenda" e fugir para as colinas seria uma ótima ideia.
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NATIESE EM: A FAZENDEIRA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 31 anos, sou formada em Administração e Zootecnia. Moro em Goiânia na Fazenda Pugliese. Sou dona de uma das maiores fazendas cafeeiras, frutíferas, de gados e cavalos do país atualmente, herança de famíli...