Capítulo 15

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Eu: Você tem noção de que horas são?

Nat: Oi dona Priscilla. Eu estou de folga sabia? – ria.

Eu: Você veio bêbada pela estrada? Você está maluca garota? Quer morrer? Quer atropelar alguém? – falei furiosa.

Nat: Você não é minha mãe e não manda em mim.

Eu: Você está sob minha responsabilidade e está na minha casa. Você disse que ia comprar algumas coisas que precisava e não que ia voltar a essa hora e ainda bêbada, sua irresponsável. – ela passou os braços em volta do meu pescoço.

Nat: Você é muito careta – o bafo dela estava péssimo.

Eu: Me solta – fui empurrá-la e ela me abraçou mais forte e me beijou com intensidade. Eu aceitei o beijo e logo cai em mim e a empurrei a fazendo cair no chão e a assustando. – Nunca mais faça isso ok? Nunca mais... – falei com raiva e subi. – Abusada, idiota. – andava de um lado para o outro. Logo abriram a porta.

Luíza: Pri?

Eu: O que é Luíza? Não bate nessa merda mesmo né? – falei irritada.

Luíza: Nossa, calma... – levantou as mãos em rendição.

Eu: Aquela petulante chegou bêbada agora em casa e ainda me beijou.

Luíza: O quê?

Eu: Ela me beijou.

Luíza: Como assim te beijou?

Eu: Como uma pessoa beija a outra Luíza? – a olhei irritada. – Ela poderia ter causado ou sofrido um acidente grave, ela poderia ter ferido pessoas, tem noção do que é isso?

Luíza: Calma Pri, já foi. Ela está aqui e está bem, não adianta gritar, não adianta mais surtar.

Eu: Eu vou manda-la de volta para o Rio e ela que se vire com os pais dela. Não vou ficar responsável por uma pessoa que não tem um pingo de amor a vida. – até tremia.

Luíza: Priscilla, calma...

Eu: Não me pede calma Luíza, pelo amor de Deus, e me deixa sozinha. – falei com raiva.

Luíza: Ok... Amanhã a nova veterinária chega ok?

Eu: Entrevistou uma pessoa sem falar comigo?

Luíza: Vai gostar dela. Boa noite e vai dormir antes que você tenha um troço. – saiu fechando a porta. Eu tomei outro banho pra me acalmar. Eu rolei na cama a madrugada toda. Quando era quatro da manhã sai do meu quarto e fui até o quarto da Natalie, ela estava jogada na cama, de roupão. Ela deve ter tomado banho e não deu conta de se vestir. Eu sai do quarto fechei a porta e fui dormir. Acordei por volta de nove da manhã coloquei uma roupa confortável eu não ia sair mesmo. A mesa do café estava posta ainda, eu tomei café com o Rodrigo.

Eu: Bom dia que cara de cansado é essa?

Rod: Eu não dormi nada essa noite, eu e a Luíza mais brigamos que tudo.

Eu: Rodrigo, ela está bem o bebê também. Brigar não vai fazer bem.

Rod: Priscilla eu não estou pronto pra passar por isso de novo.

Eu: Rodrigo, se você não está pronto imagina ela? É o corpo dela, as perdas doeram ainda mais nela. Não a deixe sozinha nisso. Se você a ama de verdade não a deixe sozinha nisso por medo de sofrer, porque você vai sofrer muito mais quando vê-la por ai com seu filho nos braços, sem poder chegar perto. É a primeira vez que ela engravida tomando todos os cuidados. Ela já tinha desistido de engravidar por agora, ela usa um DIU e ela engravidou. Você sabe o quanto isso é raro? Se está vindo é porque é a hora.

Rod: Eu sempre me cuido eu achei que estávamos seguros com ela usando DIU. Foram três perdas, foram três gestações que eu botei uma expectativa imensa e a última... – suspirou – A última eu vi meu filho eu o peguei nos meus braços Priscilla e eu não pude fazer nada. Isso é doloroso demais.

Eu: Eu sei Rodrigo, mas se está vindo de novo tem algum propósito. Acalma seu coração, pense em coisas boas, porque isso atrai o bem, não fica pensando que vai dar errado não. – tomamos café, ele ia pra cidade. O almoço estava sendo feito, e a Rose fazia um almoço especial a Luíza colocava a mesa. – Por que essa mesa tão bonita, toda essa pompa? – cruzei os braços.

Luíza: Para receber nossa veterinária nova, ela vai ser nossa hóspede, já preparei a suíte dela.

Eu: Oi? Luíza? O combinado não era esse... – a encarei.

Luíza: Mas quando você ver quem é, você vai mudar de ideia.

Eu: Quem é essa veterinária misteriosa hein?

Luíza: Calma, o Rodrigo foi busca-la no aeroporto. E a nossa hóspede ilustre já acordou ou está em coma alcoólico lá em cima?

Eu: Não sei e nem me interessa e por falar nisso, já pode ver passagem pra ela voltar. Ela não passa mais uma semana na minha fazenda.

Luíza: Você prometeu a sua mãe e aos pais dela.

Eu: Eu prometi a minha mãe que ajudaria, mas ela é uma pessoa impossível de ser ajudada porque ela não quer ser ajudada, então providencie a passagem dela para o Rio eu vou aproveitar e ligar pra minha mãe. – fui até o meu escritório e liguei pra minha mãe.

Mãe: Oi filha desnaturada, lembrou que tem mãe?

Eu: Oi mãe desnaturada, o mesmo telefone que liga daqui para você, liga dai pra mim também, não funciona só quando está com problemas.

Mãe: Grossa como sempre né Priscilla. Eu ainda sou sua mãe... Como você está?

Eu: Estou bem e a senhora?

Mãe: Bem também. Trabalhando muito tentando tirar uns dias para ir te ver.

Eu: Você? Aqui na fazenda? Eu duvido.

Mãe: Eu passei o ultimo natal ai.

Eu: Não. Eu passei o natal e o ano novo no Rio, a senhora não vem pra cá a 2 anos mãe. Se eu não vou te ver, a senhora não vem. Mas espero por esse milagre. O motivo da minha ligação é para avisar que a garota que esqueceu de crescer e só dá problema vai voltar para o Rio essa semana.

Mãe: Por que? O que houve?

Eu: Além de ter deixado meus cavalos fugirem, quase ter matado minhas galinhas, quase ter afogado minha horta toda porque esqueceu de fechar o irrigador e sair ontem de manhã para fazer umas compras e voltar completamente bêbada a meia noite?

Mãe: Nossa...

Eu: Pois é... Eu não sou babá, eu tenho uma fazenda imensa para cuidar e eu não vou ficar responsável por essa garota, então avise aos pais dela que o problema deles está voltando para o Rio e eles que lutem.

Mãe: Priscilla...

Eu: Mãe, não tente justificar ok? Eu vou desligar. A gente se fala depois. Te amo.

Mãe: Te amo. Se cuida.

Eu: Você também. – desliguei. Natalie descia as escadas, acabada. 

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora