Capítulo 53

1K 72 11
                                    

NATALIE NARRANDO...

Minha mãe estava atrás de mim e colocou a polícia atrás de mim. Luana se saiu bem dizendo que eu estou fora do país e por isso não estavam conseguindo falar comigo. Fiquei preocupada dela mandar Luana embora por minha causa, mas minha mãe não é louca de perder a Luana como Marketing dela. Fomos para a cidade para o velório do pai da Vicky. Tudo muito triste. Eu me afeiçoei a ela, embora ainda sentisse um pouco de ciúmes, mas vi que elas realmente criaram um laço de amizade muito grande e estavam bem com isso e tinha muito respeito ali. Alguns dias depois Vicky chegou na fazenda com a mãe, fiquei com o coração partido ao vê-las tão abatidas, mas seria bom respirar um ar diferente, fora de casa. Elas colocaram a casa delas a venda não querem ficar lá onde tudo lembra o pai dela. Priscilla altruísta que é, as recebeu de braços abertos e o tempo que for necessário. Ela disse que me ama, e meu coração quase explodiu por isso e eu retribui, eu queria dizer isso todos os dias o tempo todo, mas não tinha coragem, eu não sabia se era reciproco e agora eu tinha certeza. Um mês se passou desde esse dia, Priscilla voltou a fazer quimioterapia. Nos primeiros dias ela se sentia mal, mas depois ficava bem. Voltou a trabalhar, não como antes, mas com um pouco mais de energia. Eu fui ao médico com a Luíza, a Pri tinha uma reunião importante na fazenda. Era dia 15 de junho. Luíza está com quase 23 semanas de gestação, ou seja cinco meses e meio mais ou menos. Ela não queria chá revelação mas pediu para colocar nas imagens o sexo do bebê para abrir com todo mundo na fazenda. Só eu poderia ver, porque eu ia comprar um sapatinho e um bolo para comemorar. Eu vi e quis gritar, mas não podia demonstrar emoções ainda. Saímos do consultório fui na confeitaria, e eles montariam o bolo com o recheio que a gente queria e em uma hora poderíamos pegar. Eu dei o papel para o moça ler, a Luíza e eu fomos ao shopping, ela foi comprar algumas roupas pra ela, eu também precisava de roupas, e aproveitei e escapei para uma loja de roupas de bebê e comprei um sapatinho e um macacãozinho. Pedi para colocarem numa caixinha. Depois das nossas compras fomos buscar o bolo, as cozinheiras da fazenda estavam fazendo salgadinhos, a Dani e a Diorio estavam tão ansiosas que mandavam mensagem a cada cinco minutos. Eram mais ou menos 16 horas quando chegamos. Coloquei o bolo na geladeira, tínhamos que esperar a Priscilla chegar. Fomos tomar banho nos trocamos e descemos. Arrumamos a mesa, a Vicky e a mãe dela estavam lá ainda e a mãe da Vicky ajudou a fazer os salgados. Fizemos uma mesa linda de café. A Pri chegou tomou banho feito um foguete de tão ansiosa que estava.

Luíza: Prontos ou não aqui vou eu, porque eu vou botar essa criança pra fora se eu não souber o que é – demos risada. Ela usou duas espátulas para cortar o bolo ao mesmo tempo e a Pri uma embaixo para levantar a fatia. Quando ela levantou todo mundo começou a gritar. Luíza chorava e ria ao mesmo tempo, a Pri também e a abraçou.

Pri: Oi princesa da titia, seja muito bem vinda meu amor – beijou a barriga dela. Sim, era uma menina. Dei a sacola pra ela e ela abriu pegando a primeira roupinha da filha era a roupinha mais linda que encontrei na loja e o sapatinho mais fofo que encontrei. Luíza estava sem palavras, estava extasiada, feliz demais.

Diorio: E o nome já escolheu?

Luíza: Já... Alícia. – ficamos comendo e conversando por horas ali. Luíza estava muito feliz, mas no fundo faltava algo e era o Rodrigo. Ele não queria saber. Ele não ia a fazenda desde que decidiu morar na fazenda vizinha. Eu e a Pri fomos dormir, a gente está dormindo no mesmo quarto a duas semanas.

Eu: Eu quero uma Alícia pra mim também.

Pri: Oi?

Eu: Eu quero isso... Bebê...

Pri: Está falando sério?

Eu: Sim. Você não quer ter filhos?

Pri: Quero. Mas com tanta quimioterapia nem sei se serei capaz. Eu congelei óvulos fertilizados antes de começar a quimioterapia.

Eu: Se você não puder, eu ficarei muito feliz em carregar seus óvulos – ela riu.

Pri: Só depois que a senhorita parar de fumar o cigarrinho do capeta.

Eu: Eu não fumo mais. – menti.

Pri: Fuma sim, eu sinto o cheiro de longe senhorita Smith.

Eu: Não sou uma viciada, e é natural, não vai matar o bebê. – dei de ombros.

Pri: Nem vem com essa, não vai transformar meu filho num viciado dentro do útero. E desfaz esse bico e para de fumar baseado, antes que a gente brigue por isso.

Eu: Chata.

Pri: Bicuda...

Eu: Careta.

Pri: Inconsequente.

Eu: Nem sou.

Pri: Ahhh é sim. – ela veio se deitar e me beijou – Eu te amo... Rebelde sem causa.

Eu: Eu também te amo, certinha careta. – ela rolou os olhos e riu. – Boa noite amor.

Pri: Boa noite amor...

15 DE JULHO...

Mais um mês se passou... Luíza estava cada vez maior e com 28 semanas. O Rodrigo soube que vai ser pai de uma menina e não demonstrou qualquer tipo de sentimento e isso acabou com a Priscilla. O tratamento da Pri está ótimo, ela está cada vez melhor e está funcionando. O irmão dela está vindo para fazenda, vai passar 10 dias aqui e isso me preocupa. Se ele contar a mãe dele que eu estou aqui, ela vai contar a minha mãe. O dia estava cheio, era colheita de frutas, inspeção da área coberta do haras onde vai acontecer os treinos de competição e equoterapias quando estiver chovendo então a Priscilla estava uma pilha. Ela chegou para almoçar, todos nós já tínhamos almoçado.

Eu: Está tudo bem amorzinho?

Pri: Estou esquecendo alguma coisa amor. – ficou pensativa – A inspeção é daqui uma hora, a colheita está fluindo, a seleção de frutas também está organizada, a Dani está cuidando da saúde dos cavalos... – ia repassando. – Ai meu Deus...

Eu: O que foi?

Pri: Eu preciso pegar meu irmão no aeroporto.

Eu: Eita... Que horas ele desembarca?

Pri: Em 50 minutos – olhou no relógio. Levantou largando o prato que ela tinha acabado de fazer para almoçar e ficou tonta.

Eu: Não... Você vai se sentar, vai almoçar. Você toma remédios fortes, faz quimioterapia, está trabalhando mais do que deveria então, vai ficar sentadinha ai. Eu vou ao aeroporto e busco seu irmão ok?

Pri: Amor...

Eu: Priscilla, eu faço isso. E você vai descansar um pouco, está exagerando. Está exigindo demais do seu corpo sabe que isso não é bom – dei um selinho nela. – Vou me trocar e vou busca-lo.

Pri: Obrigada. Você é maravilhosa sabia?

Eu: Eu sei. – pisquei pra ela.

Pri:E convencida também. –subi me troquei peguei minha bolsa e desci. Eu sabia como o irmão dela entãonão seria difícil reconhece-lo.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora