Capítulo 121

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Ela perguntou a uma moça sobre a pequena e ela disse que ela estava dormindo. Então fomos até o quarto, ela estava numa caminha.

Madalena: Ela está dormindo, então podem se aproximar. – a gente entrou no quarto e ajoelhou perto dela. Fizemos carinho nela e quando a toquei cada milímetro do meu corpo arrepiou. A Pri não estava diferente...

Eu: Oi minha pequena...

Pri: Somos suas mamães... – o cheirinho de bebê que vinha dela era uma delicia. Logo tivemos que sair.

Madalena: Querem tentar uma aproximação ver se vocês se conectam?

Eu: Queremos sim, né amor?

Pri: Claro queremos sim. Quando a gente pode voltar?

Eu: Amanhã. Venham de manhã por volta de 10 horas que é pouco antes do almoço assim pode chegar mais perto, brincar com ela.

Pri: Podemos trazer um brinquedinho?

Madalena: Claro, podem sim. – saímos da casa e voltamos ao escritório, assinamos alguns papeis.

Pri: Você disse que a família dela perseguiu as famílias que ficaram com ela que foi agravante também pra devolvê-la. Como foi isso?

Madalena: A avó dela e uma das tias que querem a guarda da menina. A tia é usuária de drogas, a avó já é bem idosa não tem condição de cuidar de uma criança e mora num lugar totalmente inapropriado para receber uma criança. De alguma forma elas descobriram quem adotou a menina e estavam sempre na porta da casa deles dando escândalo ameaçando as famílias. Eles não tem a menor condição de zelar por ela tendo em vista que com a criança dentro da casa delas, já que todos moravam juntos, eles deixaram que ela fosse vendida pelos pais. Não tem condição. E ela são as típicas caça dinheiro, elas ofereceram as famílias sossego em troca de pagarem por isso. São duas pessoas totalmente malucas descompensadas. Um risco pra criança... – nos explicou. Fomos a uma loja de brinquedos e compramos um brinquedinho pra ela, um urso de pelúcia na verdade uma coelha de pelúcia. Compramos mais alguns brinquedos para doar ao abrigo também. Chegamos no hotel no fim do dia e eu comecei a chorar.

Pri: Amor está tudo bem?

Eu: É a nossa filha...

Pri: Sim, eu senti isso também, ela é a nossa filha. – sorriu.

Eu: Eu não quero que ela saiba o que os pais fizeram com ela. É muito cruel. A gente inventa alguma coisa amor, mas não quero que ela saiba que ela foi vendida nem nada do tipo por favor – solucei e ela me abraçou.

Pri: A gente vai protege-la de tudo amor. Ela vai ser a criança mais feliz desse mundo você vai ver. Vamos tomar um banho, sair pra jantar. Amanhã a gente vai poder conhecer ela, conversar, brincar.

Eu: Será que ela vai gostar de cavalo?

Pri: Espero que sim. – rimos. Tomamos banho e fomos jantar. Ficamos conversando com as meninas por chamada de vídeo, elas estavam morrendo de ansiedade. Mostramos a fotinho dela e ficaram apaixonadas. No dia seguinte tomamos café da manhã no hotel pedimos um taxi e fomos para o abrigo. Entregamos os brinquedos que compramos para as crianças compartilharem, ficaram muito gratas, e levamos o bichinho de pelúcia pra ela.

Madalena: Ela vai amar, ela é apaixonada por bichos de pelúcia e por bonecas de pano.

Pri: Acho que acertamos então.

Madalena: Ela não se enturma. Ela não gosta de brincar com as outras crianças ela ainda esta bem assustada desde que voltou pra cá a duas semanas. O casal que estava em dúvidas desistiu.

Eu: Então só nós duas agora?

Madalena: Sim... A prioridade são vocês.

Eu: Se conseguirmos nos conectar com ela, em quanto tempo ela pode ir pra casa com a gente?

Madalena: Em 20 a 30 dias no máximo. Mas nesse período poderão vir aqui brincar com ela, leva-la para passear para se conhecerem. Ela está ali... – ela brincava com uma moça embaixo da árvore com uns bloquinhos. A gente se aproximou devagar.

XX: Olha Juju quem está chegando... – ela olhou pra gente. Nossa primeira troca de olhar foi intensa. Eu sorri pra ela e a Pri também. – Aquelas duas moças ali são muito boazinhas e elas querem ser suas mamães... Você quer brincar com elas um pouquinho? Conhecê-las um pouquinho? – a gente chegou perto e nos sentamos no chão.

Pri: Oi bebê... Eu sou a Pri... E essa aqui é a Nat... tudo bem? – ela ficou nos encarando.

Eu: Olha só o que a gente trouxe pra você. – tirei o coelho da sacola. Ela o encarou um tempo e depois o pegou e o abraçou. – Você gostou dele? – ela deu um sorrisinho o abraçando de novo e veio até mim e me deu um beijinho. – Ai que delícia. Posso te dar um abraço? Bem gostoso? – ela se jogou no meu colo. Eu comecei a chorar. – Oi meu amor, que abraço mais gostoso. – a Pri fez carinho nela.

Pri: E eu não ganho abraço? – ela sorriu de leve e abraçou a Pri sem soltar o coelho. – Ai que delicia, que coisa mais gostosa. - Ela se sentou entre as pernas da Pri e a gente ficou interagindo com ela um tempão. Ela sorria bem pouquinho, mas era tão encantadora. A hora do almoço chegou e a gente deu comida a ela. Uma bandeja caiu no chão e ela ficou extremamente assustada caindo num choro desesperado. Eu a peguei no colo e sai do refeitório com ela.

Eu: Está tudo bem meu amor não é nada demais eu estou aqui com você... Não é nada demais tá... Xiii... Você está segura... – ela me abraçava com força. Meu coração estava cada vez mais acelerado. Eu já estava rendida por ela. A Pri veio com um copinho pra ela de água.

Pri: Quer aguinha meu amor... Toma uma aguinha pra acalma... – deu água pra ela. – Está tudo bem – fazia carinho nas costas dela. Ela logo parou de chorar. Não demorou muito e ela dormiu no meu colo.

Madalena: Ela gostou de vocês. Ela não vai no colo assim de ninguém sem conhecer. Os outros adotantes ela demorou pelo menos uma semana para ir no colo.

Eu: Madalena, ela é nossa filha... A gente quer muito ela. Pode dar andamento nos nossos papeis por favor?

Madalena:Sim... Eu vou cuidar disso. –estendemos nossa estadia em São Paulo por mais uma semana para visita-la todosos dias. Ela ainda não tinha dito uma só palavra. Conversamos com uma novaassistente social, uma psicóloga e um juiz. Tivemos que voltar para Goiânia efoi muito doloroso para nós. 

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora