Capítulo 64

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PRISCILLA NARRANDO...

Tudo aconteceu... Os pais da Natalie, a discussão com eles, a minha quimio que eu achei que ia me matar e me deixou 3 dias em coma e mais 6 dias na semi e no quarto. Fomos pra casa finalmente eu estava feliz estava me recuperando de tudo aquilo. Minha mãe foi embora dois dias depois tinha que trabalhar, mas voltaria para o natal. Minha tia também e eu fiquei muito feliz. Eu e minha mãe nos demos muito bem nesse período. Natalie foi deserdada junto com os irmãos e ela não e importou com isso, estava magoada demais, com raiva demais para se importar. Afinal a mãe dela nunca foi mãe de verdade para eles. A pedi em namoro já que ela dizia que eu nunca a pedi em namoro oficialmente e estou planejando pedi-la em casamento em breve. Como pode uma garota destrambelhada como essa mudar minha vida dessa forma? No dia 12 acordei no susto no meio da madrugada com a Luíza quase derrubando a porta do meu quarto. Ela estava em trabalho de parto. O bebe era até o dia 16 de outubro para nascer. Eu estava assustada e em choque. Natalie me mandou chamar a Diorio, uma ambulância ou um padre eu não entendi nada. Fui até o quarto da Diorio e a acordei.

Diorio: Espero que você esteja morrendo Priscilla ou já esteja com uma etiqueta de identificação no pé pra tá me acordando a essa hora como se o mundo estivesse acabando. Pra quê esmurrar a porta desse jeito? – abriu a porta. Mau humor da porra que ela tem a essa hora.

Eu: O bebê vai nascer. A bolsa estourou.

Diorio: Ai Deus... Ok... tinha que ser no meio da madrugada e de uma tempestade numa fazenda. Quando as coisas vão ser normais por aqui? – suspirou e foi comigo. Luíza estava parecendo possuída.

Luíza: Tira esse bebê de dentro de mim pelo amor de Deus. – falava apavorada.

Diorio: Calma, eu vou checar sua dilatação primeiro, de quanto em quanto tempo estão suas contrações?

Luíza: 3 a cada 10 minutos de 1 minuto cada. Aaaaiii... – apertava a mão da Natalie que arregalava os olhos.

Diorio: Desde que horas você está com contração Luíza?

Luíza: Desde as 20 horas.

Diorio: E porque você não disse nada? Essa hora ainda não estava chovendo, a gente poderia ter ido para a cidade e ter ficado no apartamento. – falou nervosa.

Luíza: Eu achei que fosse contração de treinamento e não fica brava comigo... AAAAIIIII...

Nat: AAAAAHHHHH minha mão... – gritou com ela. Aquilo deveria estar doendo muito mesmo.

Diorio: Preciso te examinar.

Luíza: Você não vai ver minha amiguinha não... Isso não é bonito não. – eu segurei o riso.

Diorio: Eu sou médica, e eu preciso ver como você está de dilatação pelo amor de Deus o mundo está acabando lá fora, facilita Luíza. – ela a examinou e arregalou os olhos.

Eu: O que foi?

Diorio: Seis centímetros...

Eu: E isso é bom ou ruim?

Diorio: Pode chegar em dez em duas horas ou pode demorar horas ainda. O colo do útero dela está super fino e eu senti a cabecinha dela.

Nat: E o que a gente faz?

Diorio: Arruma tudo pra essa criança nascer aqui.

Luíza: O QUÊ? VOCÊ TÁ MALUCA? NINGUÉM VAI NASCER AQUI... ALÍCIA OBEDECE SUA MÃE, VOCÊ NÃO VAI SAIR DAI DE DENTRO... – gritava apontando para o meio das pernas dela e a gente ficou olhando sem entender nada.

Dani: O que está acontecendo hein? – veio sonolenta. – Ah meu Deus... Vai nascer...

Eu: Vai...

Dani: Não tem como sair da fazenda.

Eu: Não.
Dani: Então ela vai nascer aqui?

Eu: Não, ela vai nascer no estábulo numa manjedoura igual o menino Jesus. Caralho gente o que está acontecendo com vocês? – perdi a paciência com a lentidão dela.

Dani: Mas você tá brava?

Eu: Vai tomar no cu Daniele. – rolei os olhos.

Diorio: Gente foca aqui... Preciso de algumas coisas, vou ter que ir no ambulatório. Pelo menos dá pra entrar no carro e descer lá sem me molhar.

Luíza: Não. Nós vamos colocar as nossas malas no carro e vamos pegar estrada. Essa criança não vai nascer aqui.

Eu: Está maluca? Olha a chuva que está caindo, a gente não vai conseguir enxergar nada na rodovia com essa chuva, não são nem três da manhã Luíza.

Luíza: Eu estou esmagando ela, eu estou sentando na cabeça dela. – falou assustada.

Diorio: Não está não, é só ela descendo e dá essa sensação, encosta na cabeceira e eleva as pernas que passa a sensação.

Dani: O que a gente vai fazer?

Diorio: Vou no ambulatório pegar tudo que eu preciso pra fazer esse parto.

Nat: E aqui tem o que precisa?

Diorio: Algumas coisas, afinal é um ambulatório tudo pode acontecer. 

Nat: Você já fez um parto antes?

Diorio: É claro que já Natalie. E qualquer coisa a Dani me auxilia.

Luíza: Minha filha não é um cabrito.

Dani: Mas você é uma vaca.

Nat: Mas o filho da vaca não é bezerro? – divagou... Aquela conversa estava tão aleatória que eu estava achando que eu que estava ficando maluca ali.

Eu: Olha o foco... Talvez a chuva passe e a gente a leve ao hospital.

Diorio: Se dermos sorte sim... Mas vamos nos preparar. Natalie vem comigo.

Luíza: Nathalia, ela não vai nascer aqui, eu não estou pronta. Ela estava com 44 centímetros na ultima consulta, isso não vai passar pela minha vagina, isso não é natural. É praticamente um melão saindo por um buraco de fechadura, é humanamente impossível não tem como, não é possível – falava apavorada.

Diorio: O corpo da mulher foi feito para isso Luíza, ela vai sair de um jeito ou de outro.

Luiza: E se ela precisar de algum procedimento? – falava desesperada. – Eu não posso perder ela, eu fiz de tudo para tê-la. Não posso perde-la – chorava assustada.

Diorio: Luíza, prefere pegar rodovia agora e a gente sofrer um acidente ou ficar parada na estrada ou essa menina nascer no carro ou você prefere que ela nasça aqui, com água quente, luz, com materiais esterilizados, oxigênio se ela e você precisarem e roupa limpa protegida da chuva e de qualquer acidente? – ela não respondeu – Foi o que eu pensei... – a Natalie foi com ela para o carro e iriam até o ambulatório.

Luíza: Me leva para o meu quarto.

Eu: Fica aqui Luíza já está aqui.

Luíza:Não, eu quero ficar no meu quarto. –eu e a Dani a ajudamos ir para o quarto dela. 

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora