Capítulo 112

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Fui ver quem havia chegado e era o Leandro. - O que faz aqui?

Leandro: Eu não vim brigar Priscilla - falava baixo e calmo. - Eu soube o que houve e eu não vim antes por causa de todo o estresse e não queria piorar tudo. Ela é minha filha e a Deborah é um monstro. - eu suspirei. Ele entrou e nos sentamos. Minha mãe e a Zuleica foram para dentro do quarto ajudar Natalie a se vestir e distraí-la enquanto conversávamos. - Como ela está?

Eu: Mal... Com dor, muito ferida, triste, com raiva. Todos os piores sentimentos que você imaginar.

Leandro: Eu sei. - suspirou - A Deborah e eu não estávamos nos entendendo desde que fomos a sua fazenda. Ela é manipuladora, ela é egoísta, é fria e calculista. Desde aquele dia nossas brigas ficaram constantes. Deborah parece que ativou um lado monstro nela e passou a viver nele. Passamos o Natal brigados. Eu fui para a casa da minha mãe e ela ficou sozinha em casa porque nem a mãe dela e nem os irmãos querem falar com ela mais. Ela conseguiu afastar a família toda. Quando vimos que a Natalie se casou, ela surtou disse que era um absurdo não sermos convidados que éramos os pais dela, então eu a lembrei do que ela fez, de quando alterou o testamento não deixando nada para os filhos dizendo que não eram mais filhos dela. Eu fiquei triste, quis ligar, mas eu não tinha o direito. Eu sabia que minha filha estava feliz, e finalmente tinha encontrado uma direção e uma boa pessoa. Ela estava em segurança e o principal, longe da mãe. Ai veio o casamento da Emilly, e ela recusou a tirar foto com a mãe, mas tirou comigo, aquilo acabou com a Deborah. Provocou a ira dela também e ela tentou afetar o emprego dela e é óbvio que ela não conseguiu, ela não é a dona do mundo e menos ainda do Rio de Janeiro. A empresa começou a falir, ninguém mais queria fazer negócios com a gente por causa da grosseria infinita dela, então antes que a empresa ficasse inutilizada, decidimos vender. Ela vivia estressada, xingando, brigando por causa disso. Não dormíamos mais no mesmo quarto, quase não fazíamos mais as refeições juntos. Eu fui para NY visitar meu filho, eu queria conhecer meus netos eu queria ser avô. Conversei muito com o Kevin inclusive ele foi o primeiro a saber que eu ia pedir divórcio. Há pouco mais de dois meses quando comecei a organizar os papéis do divorcio e pedi um inventário dos nossos bens para dividirmos, a gente discutiu feio. Falei que fui visitar o Kevin e conhecer meus netos e ela se sentiu traída por eu querer ter minha família por perto, por eu pedir perdão. Disse que falaria com a Emilly também e falei com ela ontem e nos entendemos e procuraria a Natalie e ela fez isso - mostrou o braço - 27 pontos... Ela me esfaqueou. Quando ela viu a besteira que fez, pedi que meu advogado fizesse um documento onde ela garantisse me dar o divorcio quando a papelada ficasse pronta. Ou ela fazia isso ou todos os nossos bens em comum ficariam para mim e ela sairia sem nada desse casamento e ela assinou senão eu iria acusa-la de tentativa de homicídio. Ela foi pra um hotel e ficou lá até ir para o apartamento dela na Avenida Atlântica. A gente assinou o divórcio ela levou os quadros dela, as coisas que ela gostava e desde então não nos falamos mais, e também não divulgamos nosso divórcio que obviamente agora virá a tona.

Eu: Então não sabia que ela ia causar isso tudo a Natalie? Que a Natalie seria sequestrada, agredida e perderia nossos bebês?

Leandro: Não. Por que se eu soubesse, isso não ia acontecer. Eu seria preso, mas eu a mataria antes e ela não causaria mal a mais ninguém. - eu arrepiei.

Eu: Leandro, eu não tenho que te perdoar de nada, o seu problema é com a Natalie. Mas eu sinceramente não sei se ela quer te ver agora, não sei se ela vai te receber porque ela não sabe dessa loucura toda. Ela está fragilizada, está com dor, está sofrendo. Então eu vou perguntar a ela, se ela quer te receber agora e se ela não quiser, você tenta de novo outro dia, porque é tudo muito conturbado, intenso e difícil nesse momento.

Leandro: Eu entendo perfeitamente. - eu levantei e fui até o quarto.

Nat: Quem está ai?

Eu: Seu pai. Ele quer te ver...

Nat: Não... Hoje não...

Eu: Tudo bem. Ele volta outro dia.

Nat: Obrigada. - eu fui até ele.

Eu: Como eu pensei... Hoje ela não quer.

Leandro: Tudo bem, eu entendo... Dê isso a ela. - me deu as flores. - Eu volto depois. Obrigado por me ouvir e por tentar.

Eu: Obrigada pela visita. - ele deu um leve sorriso e foi embora. Ele estava quebrado. Ele era um homem quebrado. Entrei no quarto coloquei as flores num vaso. - Ele deixou as flores pra você, volta outro dia.

Nat: Ele sabia de tudo?

Eu: Não. Seus pais estão separados a alguns meses. Sua mãe esfaqueou seu pai Natalie. Ele pediu divorcio, ele já ia pedir antes. E ela fez isso porque ele foi pra NY ver seu irmão, conversar com ele, conhecer os netos e ela se sentiu traída. Ela tentou prejudicar sua irmã no trabalho. Seus irmãos estão bem com seu pai agora que ela está fora da vida dele também. Seu pai notou quem sua mãe era a algum tempo... - contei a ela tudo que ele me falou. - Quer falar sobre isso?

Nat: Não. Eu só quero dormir... Eu estou com dor... - ela se deitou. A enfermeira logo veio fez a medicação dela e ela dormiu. Zuleica e minha mãe foram embora. Luana foi lá, mas ela estava dormindo então nos sentamos para tomar um café.

Luana: Como você está?

Eu: Triste, cansada e com raiva. Quero voltar pra minha fazenda, levar minha mulher e cuidar dela.

Luana: Emilly me ligou disse que a mãe vai ficar 90 dias em detenção até o juiz decidir se ela poderá aguardar julgamento em liberdade com tornozeleira eletrônica.

Eu: Espero que ela mofe naquele lugar.

Luana: Ela está toda machucada.

Eu: Eu sei...

Luana: Foi você não foi?

Eu: E porque seria?

Luana: Por que eu faria o mesmo. - ela já tinha entendido que tinha sido eu. - Quando ela terá alta?

Eu:Se tudo for bem, em três dias. Depois que ela for pra casa, em uma semana elatem que voltar pra ver o nariz e as fraturas e a gente vai poder voltar prafazenda. -conversamos um pouco e ela foi embora. Esses 3 dias logo passaram e fomos pra casa. - Está confortável assim amor? - ajeitei os travesseiros.

Nat: Sim está.

Eu: Vou pedir nosso almoço.

Nat: Pede uma massa, estou com vontade de comer lasanha.

Eu: Vou pedir. - isso era bom. Ela estava com fome, com vontade de comer. Diorio já tinha voltado para fazenda tinha que atender pacientes. Essa semana em casa passamos bem reclusa, Natalie não conversava muito. Passava boa parte do dia dormindo, as vezes chorava, ficava pensativa. Falava dos bebês. Ela estava deprimida. Uma psicóloga foi até em casa atende-la eu sai para comprar algumas coisas no supermercado pra casa. Quando voltei a sessão dela estava acabando. O Leandro me mandou mensagem perguntando se podia vê-la então eu perguntei a ela se ela queria receber o pai dela e conversarem de uma vez e ela aceitou. Eu resolvi fazer um jantarzinho para nós. Eu sabia que ela queria ele por perto, ela queria entender, colocar as peças no lugar, preencher as lacunas que aquela loucura toda deixou na vida dela. Ele chegou era 18:30, estava com o olhar apreensivo e com um leve sorriso. Estava confiante de que recuperaria a filha como recuperou os filhos. Eu os deixei sozinhos e fui pra cozinha preparar o jantar desejando que a conversa terminasse da melhor maneira possível...

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora