PRISCILLA NARRANDO...
Dor, medo, fraqueza, tristeza, raiva. Eu sentia tantas coisas ruins ao mesmo tempo que eu nunca me vi nesse mix de sentimentos antes. Era ridículo como eu me sentia tão exausta a ponto de não conseguir ir sozinha ao banheiro sem parecer que eu corri uma maratona. Quando eu precisei ficar no hospital, foram os piores dias da minha vida e quando cheguei dei de cara com a Natalie na minha casa. Ela tinha voltado. Eu senti alegria, medo, vergonha, eu senti muitas coisas ao mesmo tempo com a presença dela. Minha mãe foi a festa da mãe dela e contou tudo e ela voltou. Ela voltou por mim. Ela gostava de mim... Eu estava muito fraca, muito cansada, todos tinham que usar máscaras para se aproximarem de mim nesses primeiros dias, e a Jolie não podia ficar no meu quarto e ela era tão inteligente que ela deitava na porta do quarto, mas não entrava. Ela era muito especial. Essa restrição seria por uma semana, do uso de máscaras e não ter contato com mais pessoas e nem com a Jolie, depois eu poderia tentar voltar um pouco com a minha rotina. Eu precisei ficar no soro por causa da fraqueza e da desidratação, Natalie ficou comigo após eu pedir e eu chorei muito. Eu não queria dizer nada, só queria chorar, colocar aquilo pra fora. Ela me ajudou a comer a ir ao banheiro. Eu dormi cedo. Acordei de madrugada com sede e a Vicky dormia do meu lado, ela me deu água, Diorio já tinha trocado o meu soro e dormi de novo. Acordei mais disposta de manhã, a Vicky não estava no quarto. Diorio entrou me ajudou a tomar um banho, me senti muito melhor depois disso. Tomei café da manhã consegui comer melhor.
Diorio: Vamos andar lá fora um pouquinho? Está fresquinho, é bom exercitar pra fortalecer.
Eu: Vamos – sorri de leve. Ela me ajudou a descer e andei um pouco, usando máscara. Tirei um pouco e respirei fundo. – Quando vou poder ver meus cavalos?
Diorio: Em 5 dias.
Eu: Isso vai acontecer sempre? Ficar assim, praticamente incapaz?
Diorio: Não. Você está em queda porque é muita medicação, é tudo muito novo para o seu corpo. Agora você começa a subir de novo, vai passar por isso com mais força, vai se sentir indisposta no dia das quimioterapias e alguns dias após, mas logo voltará a fazer suas coisas, não vai te incapacitar.
Eu: Vamos parar um pouco eu estou cansada.
Diorio: Tá... Quer sentar?
Eu: Quero – nos sentamos num banco.
XX: Dona Priscilla como a senhora tá? – uma das funcionárias perguntou.
Eu: Estou caminhando Vânia, um tanto cansada e indisposta, mas logo estarei bem.
XX: Estamos rezando pela senhora, logo estará montando a cavalo pelas suas terras. Deus abençoe.
Eu: Amém e muito obrigada Vânia – acenei pra ela. Era horrível não sentir esse contato de pegar na mão, não abraçar as pessoas.
Diorio: E a Natalie?
Eu: O que tem a Natalie?
Diorio: Como está seus sentimentos por ela?Eu: Uma bagunça. – suspirei – Eu gosto dela Nathalia, nossa... Gosto muito... Mas não posso fazer isso com ela. Não posso sacrificá-la.
Diorio: Você não está sacrificando ninguém Pri. Ela está aqui porque ela gosta de você, ela largou tudo pra vir pra cá. Ela tinha uma vida de balada, de drogas, de mulheres, de polêmicas antes de vir pra cá e conhecer você, entender que dinheiro não se queima. Você a mudou, e ela te mudou também. Vocês se amam... O que você está vivendo é temporário, é uma fase que você tem que passar. E ela está aqui, porque ela quer passar por isso com você. Ela tem trabalhado tanto... Ela limpou seu quarto com tanto rigor que dava pra fazer uma cirurgia de tanto que ela desinfetou cada centímetro daquele quarto. Ela está fazendo isso porque ela gosta de você, ela quer fazer isso. A Luiza disse que ficou surpresa quando ela chegou aqui cheia de malas dizendo que sabia de tudo e que queria cuidar de você. Deixa ela cuidar de você.
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NATIESE EM: A FAZENDEIRA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 31 anos, sou formada em Administração e Zootecnia. Moro em Goiânia na Fazenda Pugliese. Sou dona de uma das maiores fazendas cafeeiras, frutíferas, de gados e cavalos do país atualmente, herança de famíli...