Capítulo 122

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Madalena faria chamadas de vídeo com ela todos os dias para que ela não se sinta abandonada por nós. O quarto em frente ao nosso começamos a tirar tudo para arrumar pra ela. Contratamos uma decoradora que faria tudo em tempo recorde para nós.

Eu: Está tudo bem amor?

Pri: Eu já estou com saudade dela.

Eu: Eu também estou. O cheirinho dela, o abraço, o carinho.

Pri: Não vejo a hora dela estar aqui nesse quarto.

Eu: A cor ficou linda.

Pri: Ficou mesmo.

Diorio: Nossa, está ficando lindo, ela vai adorar.

Dani: Está mesmo. A Alícia está separando brinquedos pra colocar aqui pra priminha nova.

Eu: Ela é uma princesa mesmo.

30 DE MARÇO...

Era sábado, o quarto da nossa pequena estava pronto. Recebemos no dia anterior a visita de uma assistente social de São Paulo junto com uma psicóloga que acompanha o caso da Maria Julia em especial. Elas passaram o dia na fazenda, viram o quarto dela, as roupas, os brinquedos, tudo que organizamos pra ela. Nossa convivência, nosso trabalho e foram embora no final do dia. Meus irmãos e meu pai estavam ansiosos pela novidade, minha sogra e meu cunhado também não viam a hora de ver a pequena chegar. No sábado a tarde recebemos uma mensagem da Madalena dizendo que acha que na segunda feira alguém entrará em contato com a gente marcando a audiência para a guarda da Maju. E ela estava certa. No dia 1 de abril de manhã recebemos uma ligação pedindo para comparecermos no dia 04 de abril na vara da infância e do adolescente no fórum da Avenida Paulista. Priscilla e eu viajamos no dia 03 no fim da tarde, nosso advogado foi com a gente. A gente falava com ela todos os dias por vídeo chamada, mesmo ela não falando nada só dando pequenos sorrisos. Era um exercício de paciência e um trabalho de formiguinha conquista-la. Ela era uma criança amedrontada, que vivia no meio do caos e do sofrimento, num lar conturbado e que passou pela dor de se apegar por duas vezes e ser devolvida ao abrigo por duas vezes. Era muita coisa para uma criança de menos de dois anos passar. Em casa estava tudo pronto para recebe-la mesmo sem ter garantias de nada, mas Madalena sempre ressaltava que tudo estava a nosso favor. Na noite anterior eu perdi o sono fui no quartinho dela olhei cada roupa pendurada e também cada gaveta organizada. Chequei os lençóis, os brinquedos, abri o pacote de fraldas que ela ainda usava e coloquei tudo na gaveta perto do trocador. Eu estava feliz, nossa garotinha viria para casa, era nosso sonho. Quando chegamos a São Paulo pedimos um berço no quarto para ela, ficamos com medo de coloca-la na cama sozinha e ela cair a noite. Teríamos que ficar em São Paulo pelo menos uma semana para cuidar de tudo. E o dia 04 chegou...

PRISCILLA NARRANDO...

O dia 04 chegou... A ansiedade era nossa maior inimiga. Queríamos tudo para ontem, mas tínhamos que ter paciência. O quarto da Maria Júlia estava pronto para recebe-la. As meninas nos ajudaram muito e estavam ansiosas com a chegada dela. A Alícia estava ansiosa para a nova amiguinha e priminha, a gente vinha conversando com ela sobre isso que ela teria uma priminha e que tínhamos que dar muito amor e carinho pra ela. Doutor Velez tomou café da manhã mais cedo, estava reunindo algumas documentações ainda. Logo a gente desceu tomou café e o encontramos. Alugamos um carro, Natalie ia dirigir ela estava acostumada a dirigir em São Paulo porque morou um tempo lá quando fez pós graduação. Fomos para o fórum a Madalena estava lá com mais duas assistentes sociais e dois psicólogos.

Madalena: Bom dia, ansiosas?

Eu: Bom dia, muito Madalena. Esse é o doutor Velez nosso advogado. – eles se cumprimentaram. Ele foi levar os documentos que tinham que ser apresentados antes. Logo fomos chamadas, as assistentes sociais falaram do caso dela, os psicólogos, meu advogado falou sobre nós, e nós falamos sobre nós também. O juiz pediu pra ver fotos do quarto dela na nossa casa, e fotografamos tudo, até dentro das gavetas.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora