Desci com a bandeja e a Natalie entrou.
Eu: Achei que já estivesse dormindo senhorita Smith.
Nat: Que susto. – acendeu a luz. – Porque fica assim no escuro? Meu Deus – falou com a mão no peito.
Eu: Eu acabei de entrar na cozinha você entrou junto comigo.
Nat: Preciso comer alguma coisa. – abriu a geladeira.
Eu: Bateu a larica já? – soltei uma risada anasalada.
Nat: Sabe o que é isso é? – me encarou.
Eu: Eu não moro na lua não senhorita Smith. Achou que ia chegar aqui e ia encontrar uma casa feita de barro e palhas, uma cadeira de balanço na porta, eu descalça com uma grama na boca e cheia de galinhas em volta e que ao invés de uma caminhonete eu teria uma carroça? – cruzei os braços.
Nat: Mais ou menos isso. – deu de ombros.
Eu: Pois fique sabendo que eu falo inglês, espanhol e italiano. Saiba também que conheço, Estados Unidos, Itália, Espanha, Argentina, Chile, Portugal, Japão, Coréia do Sul, China, Polônia, Alemanha, Suíça entre outros lugares e estou no meu segundo passaporte porque o primeiro já não tem mais folhas para preencher. Eu não sou uma caipira, eu sou uma fazendeira, empresária e zootecnista. Boa noite Senhorita Smith. Amanhã cedo uma pessoa vai instruir seu trabalho.
Nat: E por que não vai ser você?
Eu: Por que eu tenho mais o que fazer do que ser babá de uma patricinha mimada. – falei com raiva e subi para o meu quarto. Ela me incomodava. Algo nela me incomodava bastante, mas ao mesmo tempo ela me atraia. Que droga. Não vou facilitar a vida dela aqui e eu não vou me deixar levar pela beleza dela. Não demorei muito a dormir estava um pouco cansada e estava preocupada com a Luíza também. No dia seguinte eu acordei um pouco mais tarde, fiz algumas coisas no escritório pela manhã e antes do almoço eu e Luíza fomos ao médico. Ela quase não falou nada no caminho e eu dirigi em silêncio respeitando o momento dela. Ela entrou para ser atendida pela médica dela e eu fui junto. Ela fez os exames necessários se trocou e voltou para a médica falar com ela.
XXXX: Você está bem Luíza, o bebê também está até o momento. Você está de 7 semanas, pela sua contagem e pelos exames também. Vou te pedir mais alguns exames, peço que faça na próxima semana, porque você já faz e trás pra mim. Ficam prontos na hora aqui na clínica tá?
Luíza: Acha que dessa vez, eu posso levar essa gestação até o fim? – apertou minha mão.
XXXX: Toda gestação tem riscos Luíza, suas perdas passadas tiveram motivos reais com o feto, não foram por problemas com você. Então pode ser sim uma gestação saudável e chegar nas 40 semanas. Vamos fazer mais exames frequentes, cuidar de tudo para evitar ao máximo qualquer coisa ok? E se está vindo, tem propósito, você usa DIU então pensa como é difícil isso acontecer? Vamos fazer dar certo.
Luíza: Tudo bem. – ela explicou várias coisas pra ela e saímos.
Eu: Vamos almoçar? Estou morrendo de fome.
Luíza: Vamos também estou. – fomos num restaurante que a gente gostava ali perto e por ironia do destino quando saíamos dei de cara com meus ex sogros entrando.
XX: Priscilla... – falou surpresa.
Eu: Oi Valéria tudo bem? – sorri de leve e a cumprimentei com dois beijos no rosto. – Alfredo como vai?
Valeria: Bem e você? – sorriu.
Eu: Estou bem.
Alfredo: Como vai a fazenda?
Eu: Muito bem.
Alfredo: Soube que a procura por equoterapia lá aumentou bastante né?
Eu: Sim aumentou. Aqui na cidade é um serviço bem caro e lá é gratuito então estou selecionando por prioridades. Quem não tem condição de pagar em primeiro lugar e por ai vai. Consegui mais 5 cavalos para fazer as atividades, mais instrutores, está indo bem.
Alfredo: Fico feliz que tenha continuado com isso. – sorriu de leve.
Valéria: Assim que possível vamos fazer uma visita ok?
Eu: Claro, vai ser um prazer recebe-los – nos despedimos e saímos do restaurante. Eu entrei no carro e tremia.
Luíza: Calma... Está tudo bem. Quer que eu busque uma água pra você?
Eu: Não... Eu estou bem. Só dirige pra mim, eu não consigo. – respirava fundo.
Luíza: Tá bom – sai do carro e troquei de lugar com ela. – Goiânia desse tamanho e a gente deu de cara com eles, é muita coincidência.
Eu: Muita. Eu não os vejo desde a missa de um ano da Laura.
Luíza: Isso tem 2 anos Pri.
Eu: Eu sei. Quando vinha para as missas eu os via, mas não os cumprimentava, dava um jeito de não ser vista por eles, ai parei de ir na mesma igreja e não os vi mais. Dói lembrar, dói demais.
Luíza: Pri, você fez tudo que pôde. Não estava nas suas mãos mais. A equoterapia existe porque você fez isso para ajudar a Laura e hoje está ajudando tanta criança, tanta jovem e adulto que precisa. Foi a coisa mais linda que você fez por ela depois que ela se foi. Continuar com as atividades gratuitas para quem precisa. – eu não falei mais nada. Falar da Laura doía muito. Mesmo eu tendo encontrado a Vicky depois e a gente tendo um relacionamento aberto, a Laura ainda era ferida aberta. Chegamos na fazenda por volta de 14:30 e estava a maior confusão. – O que está acontecendo Marcos?
Marcos: A hospede da dona Priscilla estava limpando as baias e deixou aberta algumas. Doze cavalos estão correndo soltos por ai. Entre eles, o Trovão, a Maya e o Vilão.
Eu: O QUE? JUSTAMENTE OS TRÊS CAVALOS QUE NÃO PODEM SUMIR POR AI ESTÃO SUMIDOS? – já comecei a gritar. – Cadê o Rodrigo?
Marcos: Está junto com alguns homens atrás dos cavalos.
Luíza: Cadê a Natalie?
Marcos: Não sei. Já procurei em todo canto, a Célia procurou na casa e não a encontrou. E ela saiu na sua caminhonete – meu corpo até doeu quando ele disse que ela saiu na minha caminhonete. Ninguém além de mim, dirige minha caminhonete. Essa garota só pode estar querendo mesmo morrer.
Eu: EU ESPERO QUE ELA ESTEJA MORTA EM ALGUM LUGAR DESSA FAZENDA E QUE OS URUBUS A COMAM, PORQUE SE EU BOTAR AS MINHAS MÃOS EM CIMA DELA EU VOU MATÁ-LA. É O SEGUNDO DIA DELA AQUI E ELA JÁ FAZ UMA MERDA DESSA? POR QUE NÃO TINHA NINGUÉM SUPERVISIONANDO ESSA MALUCA? – berrava.
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Acho que o tempo fechou na fazenda Pugliese...
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NATIESE EM: A FAZENDEIRA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 31 anos, sou formada em Administração e Zootecnia. Moro em Goiânia na Fazenda Pugliese. Sou dona de uma das maiores fazendas cafeeiras, frutíferas, de gados e cavalos do país atualmente, herança de famíli...