O dia 24 amanheceu daquele jeito, minha mãe e minha avó discutindo por causa da comida, e agora o pai da Natalie também no meio. Acabou que cada um fez sua sobremesa favorita. A noite a mesa estava posta e linda. Comemos horrores, ficamos até as 3 da manhã bebendo e conversando e subimos.
Eu: Acho que eu comi demais.
Nat: Eu estou tão cheia que parece que eu vou explodir – começamos a rir.
Eu: Queria fazer amor.
Nat: Eu também, mas estou cheia demais pra isso, vamos deixar pra mais tarde – rimos outra vez.
Eu: Vamos... Ótima ideia... a gente está parecendo duas velhas.
Nat: Estamos.
Eu: Te amo minha vida.
Nat: Te amo... – nos deitamos. Alguns minutos depois ela falou. – Amor?
Eu: Oi?
Nat: Vamos tentar adotar uma criança?
Eu: Quer fazer isso?
Nat: Quero.
Eu: Então vamos fazer. – dei um selinho nela. No dia seguinte almoçamos em família foi bem divertido e no dia 26 fomos levar meu sogro para conhecer a fazenda.
Nat: O que está achando pai? – estávamos num cavalo. Era a primeira vez que a Natalie montava desde que chegou do Rio. Ainda sentia dores, mas a ajudei a subir.
Leandro: Isso aqui é um paraíso. O ar daqui é incrível, os sons dos bichos, dos pássaros, das águas, o vento. Que lugar memorável Priscilla, mais que valor aquisitivo isso aqui tem um valor histórico e sentimental e que faz um bem enorme para alma. Minha mãe ia adorar conhecer.
Eu: Traz ela Leandro, sempre que quiser, essa fazenda é imensa o que não falta aqui é quarto, fiquem o tempo que quiserem são muito bem vindos aqui.
Leandro: Vou combinar com ela. Tenho certeza que ela vai adorar.
Nat: Vai mesmo. – andamos bastante. Leandro era outra pessoa. Ele tinha outro semblante, era surpreendente como ele estava mudado, tinha um sorriso no rosto agora. No réveillon fizemos uma grande festa com os funcionários da fazenda, nossas famílias foi bem divertido.
Eu: Feliz Ano novo minha rainha, que o próximo ano seja de muita benção e luz para nós – a beijei.
Nat: Feliz ano novo meu amor que seja o melhor ano das nossas vidas que seja um ano de recomeço de paz e de muitas surpresas boas. Te amo.
Eu: Eu te amo. – depois de muito tempo, aquela noite fizemos amor novamente. Natalie se sentia mais segura com o corpo, estava mais feliz e animada. No dia 02 de janeiro a Luana chegou com a Marcela, a Elisa e a Carla, elas passariam alguns dias na fazenda. Todos iam ficar para o meu aniversário exceto a irmã e o cunhado da Natalie que tinham que voltar para o Rio para trabalhar e o restante iria embora depois do meu aniversário. Todos estavam se dando bem e eu estava tão feliz com isso. Natalie estava no escritório respondendo alguns e-mails e eu fui até lá. – Amor, estou atrapalhando?
Nat: Oi, não claro que não entra... – entrei e fechei a porta.
Eu: O doutor Velez me mandou tudo isso...
Nat: Quem é doutor Velez?
Eu: Nosso advogado da vara de família, da infância e do adolescente. Ele foi indicado por uma amiga que tem uma fazenda aqui perto. Ele é doutor nessas causas de adoção e foi ele quem cuidou de todo o processo de adoção dos filhos dela.
Nat: Sério? Deixa ver – pegou a pasta. – Nossa, quanto papel.
Eu: Sim. É uma lista imensa, mas o principal já temos. Estabilidade financeira, somos casadas e não temos problemas conjugais, temos estabilidade emocional embora tudo que nos aconteceu, temos um lar muito feliz, não temos preferência de sexo, nem de cor porque a maioria só querem crianças brancas e não temos essa preferência. Somos abertas a receber uma criança de 0 a 3 anos e temos abertura também para receber dois irmãos para não separar a família. Temos que preencher toda essa papelada, inclusive fazer uma redação sobre como é nossa vida como casal e nossa vida profissional nossa flexibilidade para os cuidados de uma criança.
Nat: Então vamos preencher calma.
Eu: Quer mesmo fazer isso?
Nat: Eu quero e você?
Eu: Eu também. E a inseminação que íamos recomeçar em fevereiro e março?
Nat: Eu não estou pronta para refazer o processo. Vamos esperar pelo menos um ano para passar por isso de novo o que acha?
Eu: Eu concordo com você, vamos fazer as coisas no tempo certo e sem pressão. A noite a gente senta no nosso quarto e começa a preencher essas folhas para entregar ao advogado. Depois que ele der entrada, vamos passar por avaliação psicológica, fazer um curso também que é obrigatório ter, receber assistentes sociais. É bastante coisa, mas dá certo se a gente fizer tudo certinho e se for para ser, logo teremos uma criança correndo por essa fazenda. – os olhos dela brilharam, eu não via o olhar dela assim a muito tempo e eu acho que meu olhar não estava diferente. A noite nos sentamos no nosso quarto e começamos a preencher toda a documentação necessária, como documentos pessoais, endereços, renda, profissão, data do nosso casamento, se já tentamos ter filhos, porque queríamos adotar uma criança. Preenchemos boa parte da papelada naquela noite. Durante a semana conseguimos preencher todo o resto, fazer toda a redação sobre nossa vida conjugal, nosso trabalho, nossos horários e a flexibilidade dele. Em uma semana conseguimos fazer tudo que a imensa lista nos pedia e entregamos ao advogado.
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NATIESE EM: A FAZENDEIRA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 31 anos, sou formada em Administração e Zootecnia. Moro em Goiânia na Fazenda Pugliese. Sou dona de uma das maiores fazendas cafeeiras, frutíferas, de gados e cavalos do país atualmente, herança de famíli...