Capítulo 68

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NATALIE NARRANDO...

Nossa madrugada do dia 12 foi de muita chuva e de muitas emoções. A Alícia chegou assim super rápido, para nós né, porque para a Luíza e para a minha mão que estava sendo destruída por ela não passou rápido não. Ela era linda, parecia uma bonequinha, toda delicada e pequenininha. Priscilla estava cansada, aquilo foi demais pra ela. Aquele dia ela mais dormiu que qualquer coisa. A noite ela achou que eu fiquei chateada por ela não ter libido pra transar e eu não fiquei eu entendia super bem e ela com certeza ficou se culpando. Eu ainda dormia quando ela saiu e ela sumiu a manhã toda, não era dia de trabalho nem nada. Quando ela chegou, ela desmaiou na porta da sala, pedi ajuda para coloca-la no sofá, liguei para o médico dela e ele disse que assim que ela acordasse era para dar um remédio que ele tinha indicado a ela e fazê-la comer também ela não podia se esforçar o corpo dela não aguentaria desse jeito. E como sempre, ela não respeitou as orientações e nem os limites do corpo dela. Eu estava explodindo, porque eu estava fazendo tudo para ela ficar bem, eu morria de medo de perde-la, mas ela parecia que não se importava com isso. Ela não via o corpo dela como algo frágil e que precisava de cuidados e que se não cuidasse, ele poderia simplesmente parar e se ele parasse, ela me deixaria completamente sozinha e cheia de dor por amá-la tanto. Eu decidi terminar, era melhor assim. Eu não podia fazer isso comigo era tortura. Eu sai, resolvi andar até a cachoeira, era um pouco longe a pé, mas eu precisava. Eu fiquei ali por mais de três horas. Me perdi tanto em pensamentos que eu ao mesmo tempo não pensava em nada. Resolvi voltar, era hora de fazer as malas. Voltei pra casa já era fim de tarde, as meninas estavam babando na Alícia no quarto dela e a Priscilla também estava lá. Eu peguei minhas malas, comecei a arrumar tudo e deixei num canto do meu antigo quarto. Eu mantive as minhas roupas lá mesmo tendo me mudado para o quarto da Priscilla. Fui até o quarto dela peguei o resto das minhas coisas lá, como notebook, ipad, produtos de higiene e maquiagem, algumas roupas e levei para o outro quarto. Tranquei a porta e fui tomar um banho, me troquei e mandei uma mensagem ao Miguel perguntando se ele poderia me levar até a cidade e ele disse que logo chegaria. Guardei o que faltava e sai do quarto com as minhas malas. Desci tudo, o Miguel colocava tudo no carro, ela apareceu...

Pri: Natalie? Onde vai?

Eu: Vou voltar para o Rio. – fui fria.

Pri: Por que? Por causa da nossa briga? Amor me perdoa eu não queria te magoar e... – eu a cortei.

Eu: Para de falar Priscilla, eu não quero te ouvir. Chega... Para... – falei irritada. – Eu vou embora, eu não posso ficar do lado de uma pessoa que não respeita os próprios limites do corpo, que não respeita o descanso que precisa fazer e que pode morrer se não se cuidar direito. Eu não posso fazer isso comigo e eu não posso ver isso... – sequei a lágrima que caia.

Pri: Natalie, vamos entrar e vamos conversar, não é assim que se resolve as coisas. Está sendo egoísta... – eu a encarei.

Eu: Eu estou sendo egoísta? Tem certeza que eu que estou sendo egoísta? Eu larguei tudo pra vir atrás de você e eu tenho cuidado de você enquanto eu não fazia isso nem por mim mesma. E eu estou sendo egoísta por estar cansada de fazer tudo por você e você não se esforçar para fazer o mínimo para se manter saudável e viva? Faça-me o favor Priscilla... – eu entrei no carro ainda mais magoada e com raiva dela.

Pri: Não foi isso que eu quis dizer, isso saiu errado. Natalie vamos conversar...

Eu: Adeus Priscilla... – fechei o vidro – Vamos Miguel... – saímos. A vi sumir pelo retrovisor do carro e como aquilo estava me doendo. Eu engoli o choro o máximo que pude. Miguel não dizia nada até que chegamos na cidade.

Miguel: Para onde dona Natalie?

Eu: Me deixa naquela praça central. Uma pessoa vai esperar por mim lá. – menti. Eu na verdade não queria que ela me encontrasse. Ele me deixou na praça cheia de malas, eu atravessei a rua com um pouco de dificuldade e entrei num dos hotéis ali.

Eu subi para um dos quartos, era frio estar ali. Peguei meu ipad e olhei uma passagem. Consegui uma para as 9:50 da manhã do dia seguinte. Eu desci jantei no restaurante do hotel subi fiz minha higiene e me deitei. As lágrimas vieram com força. Eu a amava tanto que doía... Eu nem sei que horas fui dormir, mas acordei assustada as 7 da manhã com meu celular despertando. Eu estava morrendo de dor de cabeça. Tomei um banho, me troquei desci tomei café, encerrei a conta do quarto e pedi um taxi, desci com as malas e fui para o aeroporto. Retirei minha passagem fiz check in e logo embarquei. Quando o avião decolou meu corpo todo doeu, eu estava indo embora, eu estava deixando meu amor para trás. Quando cheguei no Rio peguei um taxi e fui para o lugar que eu sabia que seria bem recebida. Eu já tinha livre acesso lá então o porteiro me deixou subir. Toquei a campainha e ela logo atendeu.

Luana: Natalie? – eu desabei em lágrimas e ela me abraçou. – Hei... O que houve? – me abraçou mais forte e eu só chorava. – Entra – me ajudou com as malas e fechou a porta. Ela pegou um copo d'água e me deu. – Toma essa água. – eu tomei e depois de cinco minutos em total silêncio eu falei.

Eu: Acabou...


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Eita...

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora