Capítulo 120

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Estamos bem perto do fim. Acho que até amanhã ou depois acaba...

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Fomos para o endereço marcado. Era uma casa bem grande toda murada e com muitas árvores em volta, o lugar tinha uma área verde bem bonita, tinha um parquinho para crianças, paredes dos fundos pintadas bem coloridas. A cada tinha dois andares e na frente da casa havia um anexo onde funcionava um escritório. Podíamos ouvir crianças brincando e algumas chorando. Logo a Madalena veio nos receber na porta. Ela muito sorridente nos deu as boas vindas e nos convidou para entrar.

Madalena: Já almoçaram?

Eu: Já sim obrigada.

Madalena: Querem uma água, um suco ou um refrigerante?

Nat: Uma água por favor, está bem quente hoje. – ela pegou água para nós. Natalie não soltava minha mão. – Obrigada.

Madalena: E então como passaram esses dias até o dia de hoje? – eu e Natalie nos olhamos e começamos a rir.

Eu: Feito duas mães ansiosas. Não conseguimos dormir de ontem pra hoje, dormimos no voo pra cá. Ficamos preocupadas.

Madalena: E qual era a preocupação de vocês? – sabíamos que ela nos perguntaria tudo, sobre tudo. A assistente social de Goiânia disse que seria assim, que perguntariam detalhes sobre tudo e que era para respondermos como se fosse comum, porque todas as assistentes vão querer saber cada detalhe sobre nós, sobre o que pensamos, sobre nossos sentimentos com relação a adoção e querem saber a verdade.

Nat: Se ela ia gostar da gente, se seriamos boas mães pra ela.

Madalena: Estão mesmo ansiosas.

Eu: É – rimos.

NATALIE NARRANDO...

A adoção... Optamos pela adoção e darmos um tempo sobre termos o nosso filho biológico por um tempo. Ainda somos jovens e também não era um drama se não tivéssemos um filho gerado por nós. Optamos pela adoção e não esperávamos que fosse aparecer uma criança assim tão rápido. Talvez por não termos exigido sexo, nem etnia e nem que fosse um recém nascido as coisas andassem um pouco mais rápidas. Quando a assistente social de São Paulo falou com a gente sobre a Maria Júlia, a gente não conseguiu mais dormir a noite toda de ansiedade. Não sabíamos nada sobre ela, não tínhamos visto fotos nem nada sobre ela. Só sabíamos o nome dela e que ela tinha 1 ano e 7 meses. Chegamos ao abrigo e fomos recebidas pela Madalena, uma mulher de sorriso acolhedor, e muito bonita. Ela tratou logo de nos deixar a vontade e ela nos perguntaria de tudo.

Madalena: Eu vi nos papéis sobre a vida de vocês que vocês estavam esperando um bebê não é? Aliás eram dois.

Eu: Sim, eu estava grávida em eu sofri um aborto depois que fui sequestrada.

Madalena: Eu sinto muito por isso. Vi que seu sequestro foi causado pela sua mãe.

Eu: Sim, foi. Mas ela está presa e não oferece risco a mais ninguém.

Madalena: Natalie, fique tranquila, só estamos repassando as situações. Já sabemos que você não tem qualquer vinculo com a sua mãe a algum tempo eu li tudo sobre você, sobre sua família, sobre a família da Priscilla. Só estamos nos conhecendo. Priscilla você foi diagnosticada com Leucemia a algum tempo não foi?

Eu: Sim, fui. Estou totalmente curada já a algum tempo.

Madalena: Isso é maravilhoso. Bom vamos a Maria Julia. Antes de mostrar a foto dela, vou contar a história dela. A Maria chegou para nós com 6 meses de vida, e aos 8 meses ela foi devolvida a família. Ela chegou por denuncia de maus tratos por parte dos pais. Os pais conseguiram provar de alguma maneira muito absurda creio eu, que não a maltratava e a justiça devolveu a Maria pra eles. Com 11 meses... – ela respirou fundo – A Maria Julia foi vendida a traficantes. – aquilo me deu um nó no estômago. Priscilla apertou minha mão.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora