Capítulo 46

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Luiza: E ai?

Eu: Sua amiga é muito cabeça dura – contei a ela do que falamos.

Luíza: As vezes eu acho que a Pri morre de medo de amar e ser amada novamente. Ela tem medo de sentir o que ela sentia pela Laura, de esquecê-la. As vezes eu acho que o problema dela é esse. Medo de esquecer da Laura de ser feliz e isso ferir a adoração que ela tem pela Laura. De ter que esquecer o que elas viveram.

Eu: Luíza, eu jamais pediria para ela esquecer a Laura. Ela foi importante na vida dela, ela foi parte da vida dela. Elas tiveram uma vida juntas, elas criaram uma coisa linda em meio a dor para ajudar outras pessoas. Eu não quero tomar o lugar dela. A gente pode amar outras pessoas, mas nunca será igual a quem a gente amou antes. Ela amou a Laura e vai guardar isso no coração pra sempre. Nosso sentimento é outro, pode ser menos ou mais, mas será outro tipo de sentimento.

Luíza: Eu entendo eu sei disso. Mas ela não deve pensar assim... Eu não sei o que ela pensa.

Eu: Ela é difícil... – logo alguém chegou, Luíza foi até a porta.

Luíza: É a Vicky.

Eu: Ainda tem isso. – suspirei.

Luíza: Natalie, elas são amigas. Elas já tiveram envolvimento sexual, mas nunca foram apaixonadas nem nada. A Pri ajudou a Vicky no momento mais difícil da vida dela. Eu não sou fã dela, mas com tudo isso, eu tenho visto que ela não é má pessoa e tem ajudado bastante por aqui - ela apareceu na porta.

Vicky: Luíza me ajuda aqui. – ela estava com uma bandeja na mão e com a mala.

Luíza: Que cheiro bom.

Vicky: Minha mãe quem fez e mandou pra vocês e principalmente para a Pri. Biscoitos amanteigados, bolo de laranja, bolo de cenoura.

Luíza: Delicia. A Pri vai adorar.

Vicky: E como ela está?

Luíza: Está bem, mas para entrar no quarto dela, só de máscara pelo menos por alguns dias.

Vicky: O médico avisou no hospital mesmo. Oi Natalie não vi você ai – veio me cumprimentar.

Eu: Oi Vicky como está?

Vicky: Bem e você?

Eu: Bem.

Vicky: Não pensei que voltaria.

Eu: Vim assim que eu soube. Não podia deixa-la assim.

Vicky: E ela com certeza já tentou te botar pra correr não foi?

Eu: É – ri sem graça.

Vicky: Você se acostuma, ela me manda embora umas cinco vezes por dia. É só fingir que não está ouvindo. – rimos. A noite no jantar, Priscilla não quis descer, estava fraca, então eu levei o jantar pra ela. Me sentei na varanda da sala e a Vicky veio.

Eu: Oi.

Vicky: Oi. – suspirou. – Está tensa.

Eu: Estou – suspirei. - Estou muito.

Vicky: Quer falar sobre isso?

Eu: Ela vai ficar bem?

Vicky: Vai. A quimio dela está funcionando e se tudo continuar funcionando bem, ela não vai precisar de transplante de medula. O que aconteceu com ela agora, era esperado, poderia acontecer mais cedo ou mais tarde. Ela está fraca, o sistema imunológico dela está praticamente zerado. Ela vive no lugar mais puro possível, ela se alimenta super bem, a recuperação dela está indo bem apesar de tudo.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora