Capítulo 48

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Depois de uma hora assim Luíza apareceu na porta com uma bandeja com uma sopa, suco e uma fruta. Ela nos olhou respirou fundo e entrou. Colocou a bandeja na mesa e saiu sem dizer nada – Vamos tentar comer um pouquinho? Eu te ajudo.

Pri: Tá... – falou ainda fungando. Dei um lenço pra ela secar o rosto peguei a bandeja e coloquei no colo dela. – Eu não consigo comer.

Eu: Eu te ajudo, aos pouquinhos... Vamos tentar... – eu assoprava para esfriar e dava na boca dela. Foi bem aos pouquinhos, mas ela conseguiu comer a metade e tomar todo o suco. – Quer um pouco de melancia?

Pri: Não. Eu não consigo. – fez careta. – Preciso fazer xixi.

Eu: Eu te ajudo – coloquei a bandeja na mesinha e a ajudei a sair da cama. Ela ficou tonta – Está tudo bem eu estou aqui, vamos devagar. – ela demorou uns 2 minutos para chegar ao banheiro, estava com dor e estava exausta. A segurei abaixei a calça dela e a coloquei sentada no vaso e sai. Logo ela deu descarga e me chamou. Eu subi a calça dela, ela lavou as mãos escovou os dentes e eu a ajudei a voltar pra cama. Vicky entrou no quarto.

Vicky: Está na hora dos remédios.

Pri: Toda hora é hora dos remédios. – resmungou. Ela tomou e deitou. Não demorou nem 10 minutos, ela já estava dormindo. Eu desci para jantar com as meninas, elas estavam se servindo. Era pouco mais de 21 horas. Todas jantaram tarde nesse dia.

Luíza: Dormiu?

Eu: Sim, acabou de dormir – suspirei. – Ela está exausta. Ir ao banheiro foi quase uma maratona pra ela de tão cansada.

Diorio: Ela precisa movimentar, ela está fraca mais precisa. Amanhã se ela estiver um pouco melhor vamos dar uma volta com ela aqui fora. De máscara mas vai ser bom pra ela.

Dani: Mas Nathalia, ela está muito fraca.

Luíza: Ela mal consegue ficar de pé, vamos mata-la assim. elas falaram preocupadas.

Diorio: Ela vai morrer se ficar naquela cama. – Diorio estava estranha.

Vicky: É duro vê-la assim, mas a Nathalia tem razão.

Luíza: Meu Deus gente, ela mal conseguiu ir ao banheiro, a Natalie deu comida na boca dela. – a Luíza não entendia, mas acho que estava entendendo a Diorio. Diorio acabou perdendo um pouco a cabeça e deu um soco na mesa nos assustando.

Diorio: Quer tentar colocar uma fralda nela? Isso vai mata-la. Ficar naquela cama vai mata-la. Ela está a quase dois meses fazendo tratamento e está sem imunidade, está fraca e mal consegue se levantar pra ir ao banheiro. Ela está no soro e nas vitaminas pra recuperar um pouco das forças, além de toda a medicação que ela toma. Se ela não se movimentar, não respirar um ar puro, ela vai se entregar naquela cama. Você está grávida não vai conseguir carrega-la. Nenhuma de nós além da Vicky está aqui o tempo todo e mesmo assim não conseguiríamos carrega-la até o banheiro. Quer colocar uma fralda nela? Porque quando ela não conseguir ir ao banheiro ela vai fazer as necessidades dela na roupa e isso vai acabar com ela, você conhece a Priscilla melhor que todo mundo aqui Luíza. – deixou cair uma lágrima – Eu estou fazendo o que eu posso para que ela não vá para o hospital novamente e nem chegue nesses extremos. – todo mundo ficou em silêncio – Droga. – saiu da mesa e foi lá pra fora.

Eu: Eu vou falar com ela... – eu fui até lá e ela estava sentada na escadaria e chorando. Diorio ainda não tinha chorado como precisava. Me sentei ao lado dela.

Diorio: É insuportável ser médica agora. – começou a falar – É insuportável ser médica agora e não poder tirar toda a dor que ela está sentindo, toda a fraqueza, todo o medo. – chorava muito sentida.

Eu: Priscilla é uma força da natureza e vê-la tão frágil nos deixa perdidas. E acho que ela fica ainda mais frágil por nos ver tendo que usar máscaras para nos aproximarmos dela. E realmente, se ela tiver que usar uma fralda nesses momentos de fraqueza, ela vai ficar muito pior que já está emocionalmente. Estamos todas com medo, preocupadas. Não é natural ver a Priscilla assim. Isso está doendo muito em nós, mas temos que ficar bem por ela. Mesmo que a gente desabe quando ela não estiver vendo. Estamos aqui dispostas a tudo, embora tudo seja assustador. A gente vai fazer o que for preciso para não ter que tomar medidas extremas.

Diorio: Obrigada. Que bom que você me entende. Eu estou tentando não deixa-la definhar aos poucos na cama, ela precisa reagir por mais que ela não tenha forças pra isso, ela precisa se mexer, senão é isso que vai acontecer.

Eu: Vamos passar por isso... – a abracei de lado. A convenci voltar pra mesa e jantar. A gente comeu sem falar muito, eu subi fiz minha higiene a Vicky bateu no meu quarto. – Oi entra...

Vicky: Eu vou dormir com ela essa noite, se ela precisar ir ao banheiro eu a ajudo, você trabalhou muito hoje precisa descansar.

Eu: Obrigada Vicky, mas qualquer coisa me chama tá?

Vicky: Tá bom, boa noite.

Eu: Boa noite. – ela saiu. Eu peguei meu celular e liguei para única pessoa que eu poderia falar naquele momento, Luana.

Luana: Boa noite vaqueira... – falou em tom de deboche e eu já comecei a chorar – Hei, o que foi? - perguntou preocupada.

Eu: É horrível vê-la assim Lu...

Luana: Ela está mal? – contei tudo a ela.

Eu: Se eu perde-la, eu não vou suportar - soluçava. Ela falou muitas coisas pra me animar. Logo desliguei e fui dormir.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora