Capítulo 91

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LUÍZA NARRANDO...

Eu tenho uma filha perfeita. Ela tem 3 meses e eu amo tanto que até dói. As vezes eu choro olhando pra ela de tão perfeita que ela é. Meu sonho realizado, minha benção, a pessoa que eu mato e morro. Alícia era minha conquista, minha maior vitória e eu era tão feliz em tê-la que nada mais me importava. Ela nasceu com meu DIU nas costas dela. Nosso medo era que o machucasse, mas não aconteceu nada. Como as coisas de Deus são perfeitas não é? Era a hora dela. Eu planejava ser a melhor mãe do mundo pra ela, a mais presente, a que brinca de casinha, que faz tudo com ela, que aproveita cada segundinho da vida dela com ela. As meninas me ajudavam tanto, minha filha tem uma sorte tão grande em tê-las como tias e anjos. Eu e o Rodrigo não nos falamos a meses e ele não veio atrás. Eu o entendia e ao mesmo tempo tinha raiva. Ela está aqui, ela está bem, e como pode alguém não se apaixonar por esse pedacinho do céu? Não é possível ser tão duro assim. Era um dia comum, eu precisava de um banho e ela não dormiu o dia todo. A deixei com a Pri e a Nat e fui tomar banho, me lembrei que não troquei a fralda dela então peguei uma fralda os lenços e uma pomada e desci. Meu corpo deu um choque quando a vi no colo do Rodrigo. Eu me senti jogada em queda livre de um precipício. Eu falei um monte de coisa e Priscilla começou a nos encarar e fazer com que a gente conversasse. Eu subi tomei banho e chorei, eu não poderia desabar na frente dele. Eu não o amava mais, eu não conseguia mais gostar dele. Terminei meu banho, me troquei e desci. O Rodrigo estava com ela no colo, a fazia arrotar. Ela estava quase dormindo. As meninas se retiraram.

Eu: O que quer?

Rod: Fazer a coisa certa.

Eu: Depois de todo esse tempo?

Rod: Antes tarde do que nunca. Eu sei que se eu te pedir perdão para o resto da minha vida não vai ser suficiente Luíza, mas eu quero ser o pai dela. Eu a peguei no colo quando ela nasceu, eu estive no hospital eu fiquei com ela o tempo todo - eu o encarei. - Eu conversei com a sua médica, com a pediatra, eu tive noticias de você e dela toda sua gravidez, mas eu não queria alimentar esperanças. Eu alimentei 3 vezes e nas 3 vezes eu foi jogado no chão eu sofri eu me torturei.

Eu: E você acha que eu não sofri Rodrigo? E você acha que eu não penso todos os dias como seria minha vida se os três tivessem sobrevivido? Se a gente tivesse se casado? E se queria noticias era só ter falado comigo e não ter sido covarde como você foi. - falei com raiva e a Alicia se assustou. - Coloca ela no carrinho. - ele a colocou e eu a levei para a sala ao lado deixando a porta encostada. - Você teve tempo, você esteve com ela no hospital podia ter batido na porta do meu quarto e assumido a paternidade e você não fez isso Rodrigo. - falei controlando as lágrimas.

Rod: Eu fui covarde Luíza e eu admito isso. Eu penso nela todos os dias, eu não sou um monstro. Se você permitir eu quero ser o pai dela, eu quero estar perto, mas se você não quiser eu vou entender porque eu sei que eu errei. Não estou tentando me rastejar de volta pra sua vida, mas eu quero ser o pai que ela merece ter. A gente poder ser amigos por ela a gente pode tentar. - eu fiquei o encarando - Me perdoa por te deixar no momento em que mais precisou de mim, me perdoa por ser covarde e babaca e ter perdido toda a gravidez, por ter sido imbecil e ignorante. Me deixa consertar? - deixou cair uma lágrima. Eu não podia negar a minha filha o direito dela de ter um pai que aparentemente a queria. Que mãe eu seria pra ela se fizesse isso? Respirei fundo.

Eu: Tudo bem Rodrigo, a gente pode tentar, mas eu preciso de tempo pra digerir isso.

Rod: Leve o tempo que precisar. - ela acordou. - Eu pego... - foi até a sala ao lado. - Oi pequena, você não dormiu nem meia hora. - a beijou - Cheirosinha demais papai... Mas tem alguma coisa aqui que não está cheirando muito bem não.

Eu: O quarto dela é ao lado do meu é toda sua essa fralda de coco.

Rod: Luíza, eu nunca troquei uma fralda na vida. - desesperou.

Eu: Não quer ser pai? Já pode começar. E só para avisar? Estão bem fedidos ultimamente. - subi na frente dele. Era isso, tentar conviver, para o bem dela, mas seria apenas isso. Nós dois como casal não existia e nem voltaria a existir nunca mais.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora