NATALIE NARRANDO...
Eu estava trabalhando quando cheguei na casa e vi os meus amigos lá mexendo em tudo, principalmente na adega da Priscilla. Meu mundo parou, eu não estava acreditando que eles estavam ali, que eles estavam fazendo aquilo. Eu pedia para pararem, que não eram nem para estarem ali, que a Priscilla ficaria possessa. Eu não estava acreditando que eu estava vivendo aquilo. Já era de madrugada quando todos bebiam e cantavam subindo nos móveis caríssimos da Priscilla. Dani e Luíza lavaram as mãos e disseram que era pra eu me virar e sumir com todo mundo antes da Priscilla voltar, porque senão seria o inferno na terra. Eles foram embora de madrugada eu mal consegui dormir de tão tensa que eu estava. Fui trabalhar exausta e quando voltei no fim do dia estavam acabando com o jardim principal da casa. Copos e garrafas para todos os lados. A Priscilla surtaria com certeza. Eu tentava fazê-los ir embora e sem sucesso. E eu só pensava que eu perderia meu apartamento, meu dinheiro, minha vida no Rio por causa dessas visitas inesperadas e indesejadas. Pegaram o Trovão e a Maya e eu só sentia que tudo ficava cada vez pior. Quando a Priscilla chegou tudo ficou ainda pior de fato. Ela deu três tiros para o alto e aquilo me fez ver que ela não estava brincando e quando ela apontou a arma pra mim e atirou no meu chapéu, me assustou muito. Ela era perigosa, cheguei nessa conclusão. Fiquei furiosa com ela, com essa atitude horrorosa dela, ela poderia ter errado e acertado minha cabeça. A polícia chegou e levou todos os meus amigos... Inimigos pra quê com amigos como esses, que chegam e invadem a casa dos outros e fazem uma zona e destroem tudo. Quando ela entrou na adega dela e viu os vinhos revirados, falou inúmeras coisas, e brigou comigo e eu acabei brigando com ela envolveu a noiva dela, ela pegou no meu braço e me jogou do lado de fora da casa, me mandando embora, debaixo da chuva que logo ganhou uma intensidade terrível. Eu não sabia pra onde ir, eu não podia andar na rodovia que de carro eram mais de 30 minutos, que dirá a pé. Eu fui para a vila que ficava nas propriedades da fazenda, mas ninguém me abrigaria, pois todos haviam sido avisados de que se me ajudassem seriam demitidos. A chuva ficou cada vez mais forte então fui para um dos celeiros onde quase não tem muito movimento. Os novos cavalos vão ficar lá então eu fui pra lá e me deitei nas palhas para tentar me aquecer. Eu estava com muito frio e meu corpo doía. Acho que eu já estava com febre. O frio estava cada vez pior e eu acabei adormecendo. Eu não sabia se eu tinha sonhado ou se estava acontecendo. Meu corpo sendo carregado e depois uma água quentinha o aquecendo, roupas secas em meu corpo e eu bebendo algo bem quentinho e saboroso. Pela manhã vi que eu não estava sonhando, ela estava cuidando de mim. Priscilla estava cuidando de mim. Ela me deu comida na boca, eu estava tão fraca que eu não conseguia comer sozinha. A febre era forte, a dor no corpo também. Eu dormi o dia todo praticamente. Quando a doutora Nathalia Diorio chegou, fomos até o ambulatório que tinha na vila da fazenda e fiz um raio x e eu estava com pneumonia. Voltamos para a casa, ela me colocou no soro e na medicação. No dia seguinte eu estava muito melhor, já saia da cama sozinha, tomava banho sozinha e andava pela casa. Fiquei bem triste que o cavalo da Pri teve que ser sacrificado e me sentia culpada por isso, afinal foi eu quem o deixou escapar. Eu ficaria alguns dias sem trabalhar pelas terras, mas na quinta feira fui ajudar a doutora Diorio a refazer um cadastro das famílias que moram na vila da fazenda. Ela era muito gentil, agradável, conversamos bastante. Voltamos no fim da tarde para a casa, eu tomei o remédio e tomei um banho. Logo bateram na porta, eu estava só de roupão.
Eu: Entra... – fechei o roupão era a Priscilla.
Pri: Como passou o dia hoje?
Eu: Bem. Me sinto um pouquinho cansada ainda, mas estou bem melhor. – sorri de leve. - Como foi seu dia?
Pri: Cansativo e cheio de problemas. – suspirou, parecia mesmo cansada. Meu roupão abriu e eu fechei rapidamente. – Não tem nada ai que eu não tenha visto, você sabe né? Dei banho em você duas vezes. – eu com certeza fiquei vermelha.
Eu: É o habito de sentir vergonha – ri. – O que aconteceu?
Pri: A chuva causou danos no celeiro novo. Choveu e entrou água lá. Trabalho mal feito da empresa que eu contratei que por sinal está desesperada porque se perder a credibilidade comigo, perde com todas as fazendas do estado e abrem falência. Amanhã cedo virão consertar, porque os cavalos chegam na semana que vem e não posso abriga-los sem segurança. E o Rodrigo quer demissão – ela se sentou na poltrona e eu sentei na outra.
Eu: Por que? – assustei.
Pri: Por causa da Luíza, da gravidez dela. Ele não aceita Natalie. Eles já tiveram algumas perdas e foram muito sofridas e ele ficou traumatizado com isso. Ele não quer que a Luíza tenha o bebê então os dois terminaram, porque ela vai fazer tudo pra essa gestação ir até o fim. Hoje ele pediu demissão, disse que fica até eu arrumar alguém de confiança para ficar no lugar dele e que quer voltar para a fazenda da família dele que é super autoritária e quase escravagista. Ele prefere isso a ter que ficar do lado da Luíza e ter o bebê.
Eu: Nossa... Mas e a Luíza como está com tudo isso?
Pri: Ela não sabe... E eu não sei como contar, porque eu não quero que ela fique mal, nem nervosa com isso pelo bem do bebê. Ela quer muito essa criança.
Eu: Pior que já deu pra perceber que ele é teimoso. Ele não vai ficar para preservá-la.
Pri: É, não vai mesmo – suspirou.
Eu: Seu nariz... Está sangrando – peguei um lenço e dei a ela.
Pri: Obrigada... Nossa já é a quarta vez em três dias...
Eu: Melhor ir ao médico.
Pri: Eu estou bem, deve ser o sol quente. Vou tomar um banho, a gente se vê no jantar. Obrigada pelo papo.
Eu:Imagina... –sorri de leve e ela saiu. – Gata demais –sussurrei e sacodi a cabeça. – AiNatalie, ela não hein... Ela é uma ogra... Uma ogra até que fofinha... Mas umaogra... – hidratei meu corpo coloquei uma roupa confortável minha mãe me mandouum email, antiquada que só ela. Respondi o email dela e desci.
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Acho que alguém está se apaixonando pela senhorita Pugliese...
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NATIESE EM: A FAZENDEIRA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 31 anos, sou formada em Administração e Zootecnia. Moro em Goiânia na Fazenda Pugliese. Sou dona de uma das maiores fazendas cafeeiras, frutíferas, de gados e cavalos do país atualmente, herança de famíli...