Capítulo 26- Segundo crime

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Pov normal

O homem estacionou o carro em uma lanchonete de beira de estrada, ele havia dirigido por horas e estava faminto. O lugar não parecia ser muito bom, era mal iluminado e cheirava a gordura velha que se acumulava de forma aparente em algumas partes do lugar, mas o homem não se importou, ele apenas queria comer qualquer coisa antes de seguir para o hotel que ficava a poucos quilômetros dali.

Ele escolheu uma mesa próxima a uma janela que ocupava quase a parede inteira e lhe dava uma ampla visão da estrada, o homem ficou ali observando os poucos carros que passavam de tempos em tempos,iluminando o asfalto com seus faróis. O homem pensava na mulher e em como ele a encontraria. Ele já se imaginava ao lado dela novamente.

Foi então que algo chamou a atenção do homem, o trazendo de volta para a realidade.

Em uma das mesas havia uma família, um casal com seus dois filhos, uma garota de longos cabelos castanhos e um menino com os cabelos da mesma cor que estavam bagunçados, como se ele acabasse de acordar. Os quatro conversavam e davam risadas, aquela era uma cena que o homem solitário sentia falta, as noites na casa de sua namorada, juntamente com os filhos gêmeos dela.

Ele balançou a cabeça, voltando seu olhar para a janela novamente, tentando de alguma forma afastar aquele passado onde cometera tantos erros. Claro, o homem tentaria uma segunda chance com a única mulher que realmente amou, afinal ele sempre aprendera que todos merecem essa tal segunda chance e ele lutaria por isso.

Nesse momento uma voz feminina disse.

-Boa noite, o que vai pedir?

Ele deu um pequeno salto no banco já desgastado pelo tempo, rapidamente o homem se recuperou do susto e olhou para a mulher de pé ao seu lado, ela deveria ter por volta de seus quarenta anos, seus cabelos loiros estavam presos em um coque bagunçado. Assim o homem olhou para o cardápio, afinal, sua distração fora tão grande que ele, nem ao menos, escolheu seu pedido.

Depois de um breve instante olhando as opções, ele respondeu.

-Vou pedir um número três, com batatas e Coca-cola.

Ela anotou tudo em um pequeno bloco de papel e se afastou.

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Não muito longe dali, a criatura se arrastava, andando com uma certa dificuldade, se escondendo nas sombras das árvores. A figura sabia o caminho que teria que percorrer até chegar na casa que visitava todas as noites. Ele também tinha alguém em seus pensamentos e seus objetivos eram bem semelhantes aos do homem na lanchonete a poucos metros dele, ambos queriam conquistar uma mulher, mas nem imaginavam que se tratava de uma mesma pessoa.

O enorme coelho continuou andando, até notar as luzes fracas de um estabelecimento decadente, ele encarou o local por um breve instante, até notar o letreiro que piscava descontroladamente por conta de um mal contato e que já tinha algumas letras que nem acendiam mais. O letreiro dizia: "lanchonete"

A criatura olhou para dentro do local e seu olhar parou em um homem de cabelos castanhos avermelhados que parecia o encarar de volta. Rapidamente o coelho se escondeu atrás de uma árvore, com a certeza de que aquele rapaz o vira. E sim, o homem sentado à janela havia notado aquele par de olhos brilhantes em meio a vegetação, mas deu de ombros, imaginando que se tratava de alguns adolescentes com lanternas.

A criatura mudou seu trajeto, se embrenhando entre as árvores para sair do outro lado da estrada, foi quando ele notou, ali no meio fio, um rapaz parado ao lado de sua moto. Ele falava ao telefone enquanto gesticulava nervosamente.

O ser conseguia ouvir o que o homem dizia entre intervalos de tempo.

-Eu sei... Eu sei... eu estou atrasado... Sim, eu sei disso...Eu tive um problema com a moto, mas eu vou chegar logo, meu amor e nós vamos comemorar o nosso aniversário... Está bem...fique calma, lembre-se do nosso bebê... Eu já estou chegando...Vou tentar pegar uma carona aqui...Não se preocupe...Tchau, meu amor.

Enquanto ouvia a conversa do jovem, o coelho o encarava e logo percebeu algumas características familiares. O dono da moto era alto, tinha pele escura, cabelos curtos e não tinha barba, o enorme robô se lembrou de um de seus funcionários: Connor Walker, o homem de 27 anos que fora morto por um dos animatrônicos da Circus Baby Pizza World.

Sem se importar em fazer barulho, o coelho correu e saltou sobre o homem que nem teve tempo de fugir ou de reagir. A criatura o segurou pelo pescoço com uma força sobre humana, fazendo o jovem engasgar. Ele ainda tentou gritar, mas antes que pudesse, o coelho aumentou o aperto, fazendo com que um estalo soasse e assim tudo ficou em silêncio.

O robô permaneceu imóvel por alguns instantes antes de finalmente largar o corpo de sua segunda vitíma.

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora