Capítulo 65-Outro pedido de perdão

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(S/n)'s pov

William manteve a mão sobre meu ferimento por alguns minutos, ele segurava meu rosto com força e ao mesmo tempo com carinho.Depois, com seu polegar, ele começou a acariciar o lugar do ferimento.

-O que você está fazendo, William?-Eu o questionei em voz baixa, ainda com medo do que ele poderia fazer.

Ele levou um breve instante para responder

-Eu estou cuidando de você- Sua voz soou ríspida, era quase como se uma força maior o obrigasse a cuidar de mim naquele momento e o coelho fazia aquilo a contragosto.

Fiquei em silêncio enquanto o dedo esverdeado corria pelo meu rosto, William encarava minha bochecha com atenção, era quase como se ele tentasse fazer com que o ferimento desaparece, meu rosto se contorcia de dor de forma involuntária, enquanto William esfregava seu dedo em minha pele.

Após mais alguns minutos, William correu sua mão por meus cabelos e finalmente falou.

-Acho que agora sou eu que lhe devo um pedido de perdão, (S/n)...

Eu o encarei completamente confusa por um instante.

-Como assim, Will?

-Bem... Eu te machuquei... Eu não deveria ter feito isso com você.

Arquei uma sobrancelha, sem entender mais nada. Ele não estava prestes a me matar? E de repente, sem mais nem menos, William estava pedindo perdão? Eu já não sabia mais se deveria confiar nele.

-Não me olhe desse jeito, (S/n)... Eu reconheço que eu errei... E eu te perdoo, se você também me perdoar.

Eu continuei o encarando por um instante, seus olhos pareciam mais mecânicos do que humanos e brilhavam na penumbra da pizzaria, permitindo que eu visse seu rosto. Suas pálpebras pareciam estar um pouco caídas e inclinadas, quase como em uma expressão de culpa, até mesmo as orelhas do enorme coelho pareciam mais baixas que o normal.

Não sabia como respondê-lo, afinal William estava negociando um pedido de perdão.

Soltei um suspiro profundo, ainda sentindo algumas pontadas de dor em meu rosto.

-Tudo bem, William... Eu te perdoo...-Tentei me desvencilhar de seus braços, mas o assassino me impediu.

-Fique aqui minha coelhinha... Vamos aproveitar um pouco.

Parei de tentar me livrar dele e apenas me aconcheguei, encostando minha cabeça em seu peito, no fundo ainda sentia medo, pois sabia do que ele era capaz de fazer.

William então começou a cantarolar suavemente.

She has always watched over me

She takes good care of me

She is such an integral part of me

That I forgot who I was

And I forgot she was there

For me

Por alguma razão, meus pensamentos,antes agitados, começaram a se acalmar, era como se esquecesse de tudo o que vinha acontecendo graças a voz de William.

We have traveled this world for years

We have consoled each other's fears

We dried each other's tears

Yet always in doubt, and never in bed

Of we

Aquela sensação de amortecimento começou a tomar conta de mim, eu sabia que mais uma vez, William estava me levando para aquele estranho quarto, onde apenas nós dois existíamos,

Logo me vi novamente naquele longo corredor preenchido por uma névoa e pelo perfume de William, eu conseguia ouvir a voz de meu marido ao longe.

With a fever, with a passion

Within anger or with compassion

In a rage, when distrustful

When she's screaming or when she's lustful

With the fever, with a passion

When in anger or in compassion

In a rage, when distrustful

When she's screaming and when she's lustful

Segui sua voz, decidida a vê-lo em sua forma humana. Assim que cheguei ao quarto onde William estava. O homem arrumava uma pequena mesa de jantar enquanto cantarolava.

-William...-Eu murmurei, o fazendo parar de cantar e se voltar para mim.

-Minha coelhinha, você chegou- Ele sorriu de forma doce e continuou arrumando alguns detalhes na mesa.-Eu pensei que um jantar romântico nos ajudaria a recomeçar.

Eu caminhei até a mesa e sorri para William. Ele terminou de posicionar um garfo ao lado de um prato e olhou novamente para mim,voltando seu corpo em minha direção, rapidamente o homem passou uma mão pela parte de trás de minha orelha e quando trouxe sua mão de volta, William segurava uma linda rosa vermelha.

Ele estendeu a flor para mim e disse com um ar galanteador.

-Uma flor para a minha flor.

Eu não pude deixar de rir com aquilo.

-William, você é tão bobo.- Tomei a flor de sua mão e disse- Mas eu não sabia que você sabia fazer mágica.

Ele sorriu novamente.

-Tem muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim- O homem falou, tentando criar uma aura de mistério.

Eu o encarei e questionei em tom desafiador.

-Muitas coisas, é?

William assentiu.

-Sim, mas um bom mágico nunca revela seus truques.

Assim que ele disse isso nós dois caímos na gargalhada, mas ao se recompôr, o homem explicou, com um certo orgulho em sua voz.

-Na verdade, eu tenho total controle sobre esse lugar. -Ele olhou ao redor e continuou- Posso controlar a névoa, a temperatura, a iluminação, assim como posso criar o que eu quiser- William apontou para a flor solitária em minha mão e em questão de segundos outras flores idênticas surgiram, formando um lindo buquê.

-Uau...-Eu murmurei.

William, então tomou o ramalhete e o colocou cuidadosamente em um vaso sobre a mesa.

-Que tal assim?

Eu assenti, William então tomou minha mão e olhou para mim de cima a baixo.

-Feche os olhos, minha coelhinha.

Eu obedeci, sem saber o que esperar.

Mantive meus olhos fechados por alguns segundos, assim William falou.

-Pode abrir.

Ao abrir meus olhos percebi que todo o ambiente havia mudado, se tornando um enorme salão, decorado em uma mistura de tons de amarelo e roxo, eu não sabia nem o que dizer, apenas fiquei ali olhando para cada detalhe da decoração.

Logo notei que William estava parado diante de mim, o homem vestia um terno em um tom púrpura escuro, exatamente igual ao que ele usara em nosso casamento e eu usava um vestido longo em um tom mais claro da mesma cor de seu terno.

Ele se aproximou com um sorriso em seu rosto e disse se curvando para frente.

-Me concede essa dança?

Devolvi o sorriso e peguei em sua mão, e nesse instante uma música suave começou a preencher o ar.

Nós dançamos e dançamos muito, eu parecia nunca me sentir cansada e enquanto nossos corpos rodopiavam em sincronia, através do enorme salão William falou.

-Então nós perdoamos um ao outro, certo?

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora