Capítulo 117-Pizzaria

104 9 3
                                    


Pov normal

Assim que Vincent atravessou o primeiro quarteirão, ele percebeu a figura de um homem adulto que caminhava ao seu lado.

-Olá, Vincent.

O garoto olhou para o homem de cabelos castanhos e o questionou.

-Quem é você? Como você sabe o meu nome?

O homem sorriu e explicou

-Meu nome é Henry, eu era amigo do seu pai, estou aqui para te ajudar.

-Você é um dos fantasmas...- O garoto murmurou.

Henry assentiu.

-Sim, eu sou- O homem olhou para a direção oposta por um instante, observando enquanto um carro se aproximava, o motorista encarou Vincent por um breve instante com uma expressão estranha.Assim que o veículo se afastou, Vincent concluiu.

-Ninguém pode te ver, não é?

-Exatamente, apenas você consegue me ver.

-As pessoas vão achar que eu sou maluco...-Vincent comentou em voz baixa e Henry soltou uma risada.

-Talvez eles pensem isso- Henry fez uma pausa e logo mudou de assunto.- Você quer ir para a Freddy 's não é?

Vincent meneou com a cabeça.

-Sim... Eu sinto que há algo lá, não sei como explicar...

- Eu vou te levar até lá, apenas me acompanhe.

Henry então começou a caminhar mais rápido, ficando a alguns passos de distância de Vincent. O garoto por sua vez seguia o homem.

Após uma longa caminhada pela estrada cercada por árvores, Vincent finalmente chegou na tal pizzaria e assim a imagem de Henry se dissipou no ar.

O garoto estava exausto por ter andado tanto, mas aquele pressentimento de que ele encontraria algo a mais ali não o abandonava.

O adolescente olhou para ao prédio decadente por alguns instantes, quase como se a estrutura o chamasse. Vincent então adentrou o local de forma cuidadosa. No chão havia muita sujeira: telhas e madeiras quebradas que se misturavam com as folhas das árvores que caíam através dos buracos no telhado e se acumulavam no piso, formando um tipo de lodo escorregadio.

O garoto caminhou pelo restaurante, observando cada detalhe nos cômodos. Aquele lugar era estranhamente familiar para ele, mas Vincent não entendia o porquê...

O adolescente fechou os olhos e respirou fundo, forçando sua memória, tentando buscar qualquer lembrança, foi quando algo surgiu: ele e sua irmã ainda pequenos correndo livres pelo local, mas sua irmã parecia diferente, ela tinha cabelos pretos... Aquela não era Violet, mas ele sentia como se fosse, havia algo familiar naquela garotinha de cabelos escuros.

Vincent então se lembrou que ele costumava ter cabelos ruivos e olhos verdes, assim como seu padrasto, Thomas.

Fritz... Cassidy...

O garoto logo se recordou daqueles nomes. Sim, é claro... Ele era Fritz, e sua irmã era Cassidy, mas algo havia acontecido.

Vincent permanecia de olhos fechados enquanto as cenas se formavam em sua mente, foi quando ele se deparou com a imagem de um enorme coelho amarelo. Ele o seguiu, assim como a garota de cabelos pretos e algumas outras crianças.

Onde nós estamos indo?

Ele queria perguntar para a garota à sua frente, mas não o fez, ele apenas as seguiu. O coelho os levou para uma sala mal iluminada e ali, Vincent se deparou com uma cena horrível: o tal coelho matou cada uma das crianças uma a uma usando uma faca, enquanto o assassino fazia isso, uma gargalhada ecoava na mente do garoto, era uma gargalhada familiar...

Nesse instante ele abriu os olhos com uma certeza em mente. Aquele coelho era seu pai, ou melhor, seu pai estava naquela fantasia de coelho.

Seu pai era um assassino...

As pernas de Vincent fraquejaram por um momento, ele não podia acreditar naquilo, seu pai, William Afton, era um assassino. E Vincent fora uma de suas vítimas.

A mente do garoto girava, com aquelas cenas ainda vívidas em sua memória, ele ainda tentava entender como ele havia retornado como o filho de seu assassino, Vincent não sabia muito sobre reencarnação, mas ele ouvira sua irmã falando algo sobre isso. Violet sempre lhe dissera que tinha curiosidade em saber como havia sido sua vida passada.

Foi quando ele ouviu uma voz masculina logo atrás de si.

-Quem é você?- A voz era rouca e carregava um ar ameaçador.

Vincent se voltou em direção a voz e deu de cara com o coelho, era o mesmo coelho de sua visão, mas parecia que os anos o haviam deteriorado, o pelo amarelo estava verde. O animatrônico o encarou por um instante com a cabeça levemente inclinada para um lado.

-Vincent? -O coelho questionou.

-P-pai? -Vincent murmurou. -Você... Você é um assassino...

O enorme robô assentiu com a cabeça.

-De fato, eu sou.

-Como? Por quê? Como você pode? -O garoto lançou em voz baixa, quase como se estivesse segurando o choro-As crianças... O Fritz, a Cassidy... porquê?

William não respondeu seu filho, ao invés disso ele perguntou.

-Você veio atrás de sua irmã, não é?

Vincent assentiu com um movimento fraco de sua cabeça.

-Onde ela está? -Perguntou o adolescente, tentando fazer com que a coragem surgisse novamente.

-Bem... ela não está mais aqui...-A voz de William soava debochada e Vincent sentiu o pânico tomar conta dele ao imaginar que seu próprio pai havia matado sua irmã. Ele havia repetido algo que fizera no passado.

-Não! -O garoto gritou, se lançando sobre o coelho sem pensar duas vezes- Você não pode... Devolva a minha irmã! Devolva ela pra mim agora! Seu assassino!

As lágrimas corriam pelo rosto do menino, enquanto ele tentava acertar socos e chutes em William, mas o animatrônico rapidamente segurou os braços de Vincent com uma força sobre-humana.

William foi empurrando o filho para trás, o levando para uma sala nos fundos do restaurante. Vincent logo percebeu que se tratava daquela mesma sala onde ele, anos antes,em sua vida passada, havia morrido.

Seu pai iria matá-lo? Vincent tentou lutar, movido pela vontade de sobreviver e pela vontade de reencontrar sua irmã, mas era inútil. William era muito forte, e assim o coelho o prendeu naquela sala, trancando a porta logo em seguida.


—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Violet abriu os olhos ouvindo a voz de seu irmão ao longe, ele parecia estar desesperado, a jovem logo chegou à conclusão que seu pai estava o ferindo.

-Não... Vincent...-Ela murmurou, com medo do que poderia estar acontecendo com o garoto.

Ela deu alguns passos adiante, enquanto pensava em uma forma de sair dali para ajudá-lo.

Mas como ela faria isso? Mesmo que conseguisse se libertar, Violet sabia que William era realmente muito mais forte que ela, a garota não teria chance contra o coelho.

Ela então se lembrou das palavras das crianças e de Henry, lhe dizendo que ela deveria acabar com tudo aquilo. Aquele era o momento! Porém a adolescente ainda precisava pensar em uma maneira de fazer isso.

Foi quando a voz de Henry surgiu em sua mente.

"Fogo, Violet. Use fogo."

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora