Capítulo 58-Café da manhã

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(S/n)'s pov

Na manhã seguinte, assim que saí da cama, fui diretamente para o banheiro, tirei meu pijama e liguei o chuveiro para tomar um banho rápido.

Enquanto a água quente caía sobre minha pele de forma relaxante, minha mente permanecia agitada, eu não conseguia parar de pensar em William e em suas palavras, sabia que ele não deixaria aquilo barato. Olhei para minha perna direita, onde eu possuía uma enorme cicatriz causada por William durante um surto.

Passei a mão pela cicatriz, que ainda era bem aparente, mesmo depois de tanto tempo, afinal minha pele ficara com uma marca reta em relevo. Eu ainda a encarei por algum tempo, me lembrando daquela noite, William havia me atacado por conta de uma crise de ciúmes, pois ele pensava que eu estava me relacionando com Henry. Naquela noite eu fugi de Hurricane com medo que William tentasse terminar o que havia começado. Assim descobri que o empresário era na verdade um assassino.

Nesse momento um arrepio percorreu minha espinha e eu senti dificuldade para respirar por conta do medo que já tomava conta de meus pensamentos. Será que William seria capaz de me atacar da mesma forma que fizera anos antes? Mas na noite anterior ele me dissera que não faria isso...

Eu podia acreditar nele?

Meu olhar correu para meu pulso, onde eu possuía outra cicatriz, também feita pelo homem, essa se tratava de suas iniciais. Na época, William havia me sequestrado e me mantinha presa em sua oficina, eu ainda conseguia me lembrar do cheiro de metal derretido e óleo de máquina que havia no ar do local. Aquele cheiro forte me deixou enjoada quase todo o tempo que permaneci naquela oficina, e logo cheguei a conclusão de que havia algo errado comigo; eu estava grávida!

Ao descobrir isso, William desistiu de me manter presa lá e começou a me tratar bem novamente. Era como se os nossos filhos fossem uma poção mágica que mudou sua forma de agir e pensar. A minha grávidez foi complicada e durante aqueles meses, William me tratou como se eu fosse feita de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento.

O homem me proibiu de fazer as coisas em casa, ele chegava do trabalho e limpava a casa toda, enquanto eu passava a maior parte do tempo na cama ou no sofá. William parecia outra pessoa. Nessa época eu voltei a me apaixonar por ele e percebi que ele era o homem da minha vida .

E assim que Violet e Vincent nasceram, ele parecia ainda mais apaixonado por mim, William proporcionou momento únicos para nós, desde o nosso casamento até passeios simples, onde ele sempre buscava me surpreender.

Foi então que a imagem de Violet surgiu em minha mente, eu tinha a certeza de que ela o ouvira durante a noite.

Sacudi minha cabeça e soltei um suspiro pesado, eu tinha uma sensação estranha em relação a minha filha, era como se algo estivesse prestes a acontecer com ela, mas aquilo poderia ser o medo que eu tinha que meus filhos descobrissem sobre o passado do pai. Ali, naquela casa sentia que aquele passado continuava vivo de alguma forma, apenas nos espreitando.

Desliguei o chuveiro, enrolei meu corpo em uma toalha e caminhei até o guarda roupa, onde escolhi algo para usar naquele dia.

Depois de me vestir, caminhei até a cozinha, lá encontrei Mike.

O homem preparava alguns ovos mexidos para o café da manhã, sozinho.

-Bom dia.-Eu falei.

Michael se voltou para mim com um sorriso e disse.

-Bom dia, (S/n).

-Onde estão os outros?-Eu questionei

-A Amby e a Ness saíram bem cedinho para comprarem o resto das decorações para o aniversário da Ness, e os meus irmão não acordaram ainda.- Seu sorriso aumentou- A Ness está tão ansiosa para a festa.

Eu assenti, enquanto me servia com café

-Sim, ela está mesmo. A Ness é um doce de criança- Eu sorri para Mike, que tomou seu lugar diante de mim, mas então eu o questionei em tom sério.- Você acha que ela se esqueceu do tal Sr. Coelho?

O homem soltou o garfo que segurava, fazendo com que um pouco da comida saltasse para fora do prato e disse.

-Eu não sei, (S/n)... Ela não falou mais sobre ele...Mas eu espero que sim...-Mike tentou se livrar da bagunça sobre a mesa, e sem olhar para mim, ele perguntou- O meu pai volta todas as noites para te encontrar?

-Bem... Não são todas as noites...

Antes que eu pudesse explicar ele soltou.

-Eu ouvi a voz dele noite passada...

-O que você ouviu?-Eu perguntei em voz baixa, esperando que meus filhos não estivessem acordados.

-Eu ouvi tudo.-Ele respondeu no mesmo tom baixo- Mas a Amber já estava dormindo, ela não ouviu nada...

Assenti para meu enteado, um pouco mais aliviada com aquilo.

-Mike, eu acho que a Violet também o ouviu.

Mike ficou com a boca entreaberta, parecia prestes a dizer algo, foi quando Vincent entrou na cozinha.

-Que cheiro bom, eu estou morrendo de fome- O garoto se sentou ao meu lado e rapidamente se serviu com algumas torradas.

Eu ainda encarei o rosto atônito de Mike por um instante, antes de cutucar meu filho e dizer em um tom reprovador.

-Olhe os modos, Vincent.

-Desculpa, mãe- Murmurou o garoto.

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora