Capítulo 55- Traição e lembranças

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Springtrap's pov

Assim que deixei a casa de Mike, eu caminhei para longe, eu estava com raiva de (S/n), naquele momento eu seria capaz de matá-la, mas várias coisas me impediam naquele momento; não queria chamar atenção de ninguém e sabia que meus filhos ainda precisavam de (S/n), então eu a deixaria por algum tempo.

Então eu apenas fui para longe, precisava pensar, queria me vingar dela de alguma forma e precisava pensar em um plano, afinal eu não perdoaria uma segunda traição.

Eu caminhei sem rumo por horas, enquanto minha mente tentava pensar em uma maneira de fazê-la sofrer, mas sem necessariamente torturá-la. Foi quando notei que estava em lugar estranhamente familiar, era um lugar afastado da cidade, eu nem sequer sabia se ainda estava em Hurricane. Comecei a seguir o trilho do trem, eu realmente conhecia aquele lugar, que entendi o porquê daquele lugar ser tão familiar. Claro, eu estava próximo da Pizzaria Fredbear 's Family Diner, aquela havia sido a primeira pizzaria que eu abrira ao lado de Henry, no final dos anos 70.

Continuei caminhando até ver o restaurante ao longe. Assim com a Freddy 's, o restaurante anterior também estava abandonado e decadente,praticamente engolido pelas árvores que cresciam livres ao seu redor, mesmo assim eu decidi entrar ali, para ver o que ainda restava do lugar.

Subi uma pequena sequência de degraus que davam acesso a entrada, a porta estava entreaberta, então simplesmente entrei. O restaurante continuava exatamente como havíamos deixado, exceto pelas mesas que foram retiradas e usadas na Freddy 's.

Eu caminhei pelo local, passando por todos os cômodos, primeiro a área de alimentação, ali eu fui tomado por uma sensação de nostalgia, eu lembrava daquele salão cheio de pessoas; adultos e crianças que preenchiam o lugar.

Andei até o palco, a madeira rangeu sob meus pés,mas não parecia estar podre, então eu depositei todo o meu peso no tablado. Olhei para o salão vazio, anos antes eu mesmo havia estado naquele palco, com aquela mesma roupa de coelho e ali eu me apresentava, ao lado de Henry, para os clientes da pizzaria.

Deixei o palco e atravessei os corredores indo em direção ao escritório que dividia com Henry, a porta estava escancarada então apenas entrei no cômodo, que estava completamente vazio e empoeirado, mas mesmo assim minha mente se encheu com lembranças daquela época.

Lembrei da noite em que Henry encontrou o corpo de sua filha, Charlie, diante da pizzaria. Era uma noite chuvosa, meu sócio havia procurado sua filha por todo o canto, mas não a encontrara, ele pediu para que eu o ajudasse nas buscas, e assim o fiz, mesmo sabendo aonde a criança estava, fingi que não sabia e comecei a revirar armários e vários outros lugares em busca da menina. Foi quando ele,sua esposa decidiram olhar no lado de fora e lá estava Charlotte, a minha primeira vítima, caída no chão. Ainda conseguia me lembrar da expressão de Henry quando ele entrou na pizzaria todo encharcado e com a filha morta nos braços, ele olhou para mim e desmoronou em lágrimas.

-Ela está gelada, Will...Machucaram a minha garotinha...-ele chorava como uma criança.

Naquele momento contive um sorriso e o levei para nosso escritório, lá eu liguei para uma ambulância, e tentei acalmar Henry e sua esposa.

Eu me lembrava daquela noite com riqueza de detalhes, eu me divertira tanto ao ver Henry naquela situação, ele nunca desconfiou de mim, sim. Henry morreu sem nem fazer ideia que eu era o assassino que por muito tempo assombrou Hurricane.

E naquele momento eu estava sentado no chão do cômodo onde tudo aconteceu, eu comecei a rir, sozinho, ao me lembrar o quão idiota e inocente Henry conseguia ser.

Eu havia me vingado dele, afinal meu sócio sempre tivera tudo com muita facilidade, ele tinha uma esposa carinhosa, tinha dois filhos lindos, que o obedeciam. E o que eu tinha na época? Clara, minha esposa, mal olhava na minha cara, e meus filhos eram simplesmente insuportáveis...Eu apenas queria ser como Henry...Como era algo impossível, eu decidi acabar com a vida dele aos poucos e meu plano deu certo, eu o vi ser abandonado por sua esposa que levou consigo Sammy, o irmão gêmeo de Charlie, e a única criança que lhes restara.

Henry ficou realmente mal por um bom tempo, eu lhe dei a ideia de se mudar para Hurricane,eu fiz o mesmo, levando toda a minha família para a cidadezinha.

Ao chegar lá, ele teve a ideia de construir uma robô para ser sua filha. Logo ele criou um chip que gerava a imagem da criança sobre a pele falsa usada nos animatrônicos. Sua ideia deu certo, a nova Charlie funcionava perfeitamente e enganava a todos.

Eu acabei descobrindo que os sentimentos de Henry trouxeram a alma de Charlie de volta e que o espírito da criança estava naquela garota robô e isso me inspirou a pesquisar sobre o que acontecia após a morte, minha pesquisa me levou aos remanescentes e assim encontrei uma forma de me manter vivo para sempre.

Em Hurricane, Henry e eu ainda abrimos mais uma pizzaria, lá minhas pesquisas continuaram, cometi mais crimes e consegui encontrar os remanescentes que eu tanto queria, os testei em mim e quase como um efeito colateral, minha aparência mudou drasticamente, eu perdi muito peso e ganhei um ar cansado, envelhecido.

Alguns anos se passaram e claro, minha vida continuava miserável ao lado de minha primeira esposa,mas felizmente foi quando eu a conheci; (S/n), na época com apenas vinte e um anos, a jovem iluminou minha vida, ela me fez encontrar uma alegria que eu nunca sentira antes.

Mas ela havia me traído e por isso (S/n) não seria poupada de um sofrimento igual ao de Henry.

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora