Capítulo 13- Eu vou cuidar de você

226 35 30
                                    

Springtrap's pov

A tempestade seguia forte enquanto eu caminhava pelas ruas desertas em direção a minha antiga casa.

Eu estava molhado e sujo de sangue seco daquele homem que matara mais cedo.

Após alguns minutos de caminhada eu consegui ver a casa, mas os postes ao redor, estavam todos apagados, indicando uma queda de energia, provavelmente causada pela chuva.

Andei ao redor da casa da mesma forma que havia feito antes, foi quando ouvi vozes que pareciam vir da cozinha, me escorei na parede, ao lado da janela e fiquei ali ouvindo aquela conversa.

Era Mike e (S/n), os dois falavam sobre mim.

- Mas e você, (S/n)? Você nunca o esqueceu, não é?

-Não, Mike... Eu nunca consegui esquecer o que passei ao lado do William.- Havia tristeza na voz de (S/n).- mas eu tentei... Tive alguns namorados nesses anos, mas não foi a mesma coisa, sabe?

Nesse momento senti uma grande raiva que tomou conta de mim. Como assim? A minha (S/n) havia estado com outros homens? Ela ainda era casada comigo!

(S/n) me pagaria!

Saí dali com muita raiva e já tentando criar um plano. Não, eu não a mataria, afinal se a matasse, eu a perderia de uma vez... Isso não era o que eu queria. Eu queria (S/n) ao meu lado!

Meus pensamentos foram interrompidos por alguns sussurros que pareciam ser de uma criança. Caminhei até o quarto de Vanessa e lá estava a menina, sentada em sua cama, conversando com seu urso de pelúcia, enquanto segurava uma lanterna de luz cor de rosa que projetava um enorme coração na parede.

Dei algumas batidinhas na vidraça, chamando atenção da criança que prontamente deixou sua cama e veio em minha direção.

Vanessa abriu a janela sem se importar com a chuva e disse com um sorriso.

-Sr. Coelho! Você voltou! -A menina olhou para mim e disse- você está todo molhado... Venha para dentro, minha mãe sempre diz que focar na chuva faz mal e eu não quero que você fique doente.-Ela pegou minha mão, me puxando para dentro, a obedeci sem resistência.

O quarto de Vanessa era muito parecido com o quarto de minha filha Elizabeth, as paredes tinham um papel de parede cor de rosa e havia uma infinidade de brinquedos espalhados por todos os cantos.

Vanessa me encarava com seus enormes olhos verdes e depois de alguns instantes em silêncio, ela disse.

-Você está machucado...-Ela apontou para os buracos aparentes na fantasia-Mas eu vou cuidar de você. -Ela deixou o quarto com sua lanterna na mão. Ela saiu andando devagar, na ponta dos pés e com as costas encurvadas e com as mãos diante de seu corpo, quase como um rato.

Minutos depois, Vanessa voltou trazendo toalhas e um kit de primeiros socorros. Ela pediu para que eu me sentasse no chão, assim o fiz. A menininha colocou uma toalha em minhas costas e se sentou diante de mim, colocando a caixa de primeiros socorros ao seu lado.

-Você gosta da Hello Kitty? -Ela perguntou enquanto procurava algo na caixa.- Porque minha mãe comprou band aids da Hello Kitty para mim.

Antes que eu pudesse responder, Vanessa esguichou um líquido em meu peito.

-Esse remédio arde um pouco...

Assim Vanessa começou a colocar vários band aids em meu corpo. Seus dedinhos lutavam contra a película protetora dos curativos, mas aos poucos, ela foi colocando band-aids coloridos em cada buraco da fantasia.

Primeiro, Vanessa esguichava o remédio, o espalhava cuidadosamente com um pedaço de algodão, depois colava um band aid e por último depositava um beijinho sobre o curativo.

Foi então que a menina parou, olhando para dentro da caixinha de band-aids.

-Ah não... eu acho que acabou... -Ela virou a embalagem de cabeça para baixo com uma expressão triste em seu rostinho.

-Está tudo bem, Eli...- Eu parei, mais uma vez eu a confundi com minha filha, mas Vanessa era minha neta, a menininha diante de mim era filha de meu filho mais velho. E eu não podia negar que Vanessa tinha a mesma doçura de Elizabeth. A garotinha me fazia esquecer que eu estava preso naquela fantasia, eu me sentia vivo novamente.

-Está tudo bem, Vanessa. Eu já me sinto melhor.

Ela olhou para mim e sorriu.

-Sério?

-Sim, você cuidou muito bem de mim, mas eu acho que agora você deveria ir para cama... - A menina então se lançou sobre mim, envolvendo seus bracinhos ao meu redor em um abraço e então disse.

-Eu estou com medo...

-Medo?

-É...- Nesse momento um relâmpago iluminou o quarto, seguido pelo trovão, assim Vanessa me abraçou com mais força.-Eu tenho medo...

Eu coloquei uma de minhas mãos em suas costas e falei.

-Está bem... eu vou ficar aqui com você.

Levantei do chão com a menina em meus braços e a levei para a cama.

-Sr. Coelho, você não tem medo?

Eu neguei com a minha cabeça, colocando o cobertor sobre Vanessa.

-Não, a chuva não me assusta...

-Nem o escuro?

-Também não.

-Você é tão corajoso... eu queria ser assim...-Eu passei uma mão em seus cabelos loiros e falei.

-Mas você é corajosa, Vanessa... Agora durma, não se preocupe, eu estou aqui.

A criança me obedeceu e eu esperei até que ela caísse no sono para deixar o quarto.

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora