Capítulo 51- Henry...

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Pov normal

Violet acordou no meio da noite, sentindo algo frio a tocando, ao abrir os olhos, a garota se deparou com uma menina muito pálida, com cabelos loiros e olhos verdes brilhantes como duas esmeraldas que parecia ter por volta de seus dez anos. Violet poderia garantir que se tratava de uma versão mais velha de Vanessa, mas no fundo ela sabia que não. Violet sabia se tratar da garotinha de seu sonho.

A menina tocava seu braço e a encarava com um ar de urgência.

-Venha comigo- Falou a menina. Violet pode notar que ela tinha um forte sotaque britânico, assim como seu irmão mais velho,Mike.

Violet olhou para a garotinha por um instante e depois para seu irmão, que dormia a sono solto na cama ao lado.

A adolescente então deixou a cama e seguiu a estranha menina para fora do cômodo.

A criança segurava a mão de Violet, a guiando através do corredor da casa, assim as duas foram até a cozinha e a mais nova falou.

-O tio Henry está te esperando lá fora, ele quer te mostrar algo.-Assim ela soltou a mão de Violet e caminhou até a porta que dava acesso ao quintal e a abriu sem nenhuma dificuldade, e sem nem mesmo usar as chaves. -Venha, Violet.

Violet hesitou por um instante, tudo aquilo era um tanto assustador, algo lhe dizia que aquela menina não era real, mas após alguns instantes a adolescente a seguiu, indo até um pequeno galão.

A garotinha tocou delicadamente no enorme cadeado enferrujado que pendia na porta. O objeto se soltou com um estalo baixo, permitindo que ambas entrassem no galpão.

Violet estava completamente distraída com a menina estranhamente pálida, ela a encarava com atenção, impressionada com as habilidades da criança. Ela estava tão absorta que não notou a enorme figura que a observava a poucos metros, os olhos acinzentados brilhantes estavam fixos na adolescente.

A menina de cabelos loiros avermelhados estendeu a mão indicando que Violet entrasse no local, a adolescente ainda ficou ali parada olhando para a criança que disse em um tom impaciente.

-Entre.

Violet obedeceu a menininha, caminhando para dentro do pequeno galpão, lá dentro havia uma enorme quantidade de caixas de papelão,algumas estavam empilhadas no chão e outras estavam organizadas em prateleiras, mas todas estavam cobertas de pó, e pareciam estar esquecidas ali há anos.

A garota de olhos azuis passou um dedo sobre uma das caixas, deixando uma trilha limpa sobre o papelão e transferindo o pó escuro e denso para seu dedo.

-O que é tudo isso?-Ela murmurou

A luz não estava acesa, mas Violet conseguia enxergar tudo graças a uma estranha luz azulada que pairava no centro do cômodo, essa logo tomou a forma de um homem de meia idade.

-Violet.- ele a chamou, fazendo com que a adolescente voltasse seu olhar para sua direção, e apenas naquele instante a adolescente se deu conta que Henry estava ali. O homem já estava completamente nítido, porém o cômodo continuava iluminado com aquela mesma luz azul de antes que parecia irradiar do homem diante da garota.

-Henry...-Ela murmurou para ele, o fazendo assentir com um movimento rápido com a cabeça.

A garota voltou a olhar ao redor e perguntou para Henry.

-O que é tudo isso?

O homem sorriu de uma forma estranha, Violet podia garantir que aquela era uma expressão forçada de alguém que vivia triste, mas que lutava contra seus próprios sentimentos.

-Bom, aqui você vai encontrar as respostas para algumas das suas perguntas... Aqui estão as coisas do seu pai.

Os olhos azuis de Violet correram pelo cômodo mais uma vez. Ela sentiu algo estranho em seu peito, era uma mistura de raiva e ao mesmo tempo alívio. Raiva por conta dos anos que passara sem seu pai e alívio pois suas perguntas seriam finalmente respondidas.

-Posso mexer nessas coisas?-Ela perguntou para Henry de forma quase infantil e um tanto insegura.

O homem voltou a sorrir e assentiu com a cabeça.

-É claro, Violet-Henry fez uma pausa, sua expressão se tornou séria e ele continuou- mas tenha em mente que você pode acabar descobrindo demais...

Ao terminar de falar Henry sumiu no ar e a luz do galpão se acendeu, quase que por conta própria.

Violet olhou para a lâmpada fraca por um instante, ainda impressionada com o que estava acontecendo, mas logo a garota voltou seu olhar para a infinidade de caixas e rapidamente começou a revirar uma a uma.

Na primeira caixa, Violet encontrou roupas masculinas, principalmente ternos, camisas sociais, gravatas e até mesmo algumas meias. Todas carregavam aquele cheiro característico de tecido guardado há muito, no fundo da caixa havia um frasco de perfume, Violet o pegou com cuidado, destampou o frasco, rapidamente o aroma amadeirado tomou conta do ar. Por um momento ela teve certeza que conhecia aquele cheiro de algum lugar, Violet fechou os olhos e tentou se lembrar o porquê daquele cheiro ser tão familiar. De repente uma cena surgiu em sua mente. Ela era pequena, três ou quatro anos, talvez. Violet lembrava que corria pela grama do quintal junto com seu irmão, mas em determinado momento suas pernas paravam de tocar o chão, ela fechava os olhos e dava risada com aquela sensação de estar voando e ao mesmo tempo de estar em segurança , aquele mesmo cheiro estava no ar nesse momento. "Esse era o cheiro do meu pai" pensou Violet.

A garota colocou tudo de volta na caixa e passou para outra.

Ao abrí-la, Violet se deparou com cadernos e vários papéis, todos já amarelados pelo tempo. A jovem pegou o primeiro caderno da pilha. Ela se sentou no chão, se escorando nas outras caixas, ela apoiou o caderno nos joelhos e começou a folheá-lo cuidadosamente, afinal o papel envelhecido parecia prestes a se desmanchar em seus dedos.

Nas primeiras páginas, apenas algumas anotações bagunçadas, pareciam ser números de telefone e cálculos feitos aleatoriamente, haviam algumas folhas soltas com alguns desenhos de personagens que Violet não conhecia. Um deles se repetia diversas vezes, era um coelho sorridente com orelhas levemente curvadas para frente que usava uma gravata borboleta, em alguns desenhos ele vestia um colete estampado com estrelas e.em outros o sorriso do personagem estava tão grande que chegava se tornar assustador.

Ela encarou as imagens por um momento, trazendo o caderno para mais perto de seu rosto, como se aquilo a ajudasse a lembrar daqueles estranhos personagens, mas a única coisa que conseguiu perceber era a repetição das iniciais W.A. logo ao lado dos desenhos. A garota sabia que William os desenhara, ela não podia negar que seu pai tinha talento.

Com o movimento repentino algumas folhas se soltaram, juntamente com um envelope pardo. Violet deixou as folhas de lado, pegou o tal envelope e o abriu, ali dentro havia um monte de fotos juntamente com os negativos. A garota rapidamente começou a olhar uma a uma, as fotos pareciam ser de diversos dias diferentes, mas todas mostravam a mesma pessoa: (S/n).

A mulher aparecia em diversas poses diferentes e em diversos lugares, algumas delas eram um tanto impróprias, mas Violet não se importou, afinal as fotos pareciam estar nas coisas pessoais de seu pai, nada estranho uma vez que eles haviam sido casados.

Nesse momento os olhos de Violet vagaram até as folhas que ela deixara de lado, ali havia mais anotações caóticas, por vezes a caligrafia mudava de uma letra pequena e cuidadosa para uma grande e bagunçada, muitas frases pareciam desconexas e o nome de (S/n) se repetia várias e várias vezes. Violet começou a imaginar que seu pai era louco e que por conta disso ele havia desaparecido, durante um surto, talvez?

A garota balançou a cabeça, tentando esquecer as suas teorias e voltou a ler as anotações deixadas por William, logo ela encontrou algumas medidas e mais cálculos e mais desenhos, porém esses eram desenhos de sua mãe, ela estava em poses parecidas com as das fotos.

Tudo aquilo era muito estranho e confuso, haviam dezenas de cadernos, alguns pareciam mais velhos que outros. Claro que Violet não conseguiria ler tudo aquilo em uma só noite, então a adolescente decidiu que daquela noite em diante ela voltaria naquele galpão para descobrir mais sobre William. A garota colocou tudo de volta nas caixas e as devolveu para seu devido lugar, para assim voltar para o quarto de hóspedes da casa de seu irmão.

Now the purple rise- Springtrap X Reader (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora