O Leilão | Mailila

O maldito batom vermelho...(45)

Vi que aquilo de tentar ganhar um beijo pelo menos não teria sucesso, então apenas suspirei e a olhei.

- Vamos entrar.

Não esperei respostas e entrei, me sentando novamente distante dos outros e voltando a beber meu vinho.

- Cadê a Maiara?

- Por aí.

Não a respondi mais, apenas fiquei obcervando Maiara curtindo sua festa, tirando fotos, rindo com os amigos e até conversando com os pais. Me aproximei da mesa dos meus sócios e me sentei ali conversando sobre novas ações, mas sem tirar minha atenção discreta dela.

Ela estava tão linda, como uma verdadeira princesa. Eu me via como uma adolescente no seu primeiro amor, coisa que nunca havia acontecido comigo. Queria poder dizer há ela o quanto a amo, mas algo me impedia. O saber que posso perde-la me deixa tão magoada. Ver ela rir com outros caras me fazia se sentir uma psicopata por querer fazer ele (s) sumir do mapa. Eu queria ela só pra mim, sem permitir que outros a tocassem, ou apenas a olhem.

Meu peito doía, meu coração batia tão forte que podia ser escutado sem muito esforço, e minhas bochechas já estavam doloridas de tanto que eu sorria ao olha-la. Eu estava tão feliz...

A vi se aproximar. Pra disfarçar o nervosismo voltei a beber. Ela parou em minha frente e estendeu sua mão, me fazendo perder o ar.

- Pois não, princesa?

- Eu quero que dance comigo.

A olhei confusa.

Sem dizer mais nada, ela me puxou, me levando até a pista de dança. Parei ali sem entender a vendo fazer um sinal para o DJ e logo pude escutar o piano. Olhei em volta e todos haviam feito uma roda nos olhando admirados.

Não podia negar, alguns olhares de ódio, outros de medo, mas nada fora do comum.

- Me concede uma dança, mamãe?

- Pequena, eu não sei dançar...

- Nem eu.

Respirei fundo e entrei no clima.

Com uma das mãos atrás de meu corpo, me ajoelhei beijando sua mão, como forma de comprimento. Me levantei passando uma de minhas mãos em sua cintura, pegando firme ali e a trazendo para mim. Mesmo com o vestido rodado, colei seu corpo no meu, e ali começamos uma dança lenta.

Explicar o que eu sentia era algo impossível, tê-la tão perto me tirava do sério. Aquele batom vermelho nos lábios que eu tanto amo beijar me deixava extremamente louca. Me afastando um pouco de seu corpo, e a girei, fazendo seu vestido rodar e seus cabelos balançarem. Novamente, a puxei para mim. Meus olhos caíram para seus lábios quando a vontade de beija-la bateu com força, mas me contive.

- Confia em mim?

- O que vai fazer?

- Só confia em mim e relaxa.

Continuamos aquela dança lentamente. O que era para ser apenas poucos minutos, para mim foram uma eternidade. Queria ficar apenas ali, inalar seu cheiro pro resto da vida, ver seu sorriso e o brilho de seus olhos.

Ouvi a música ir abaixando cada vez mais, então a girei mais uma vez, mas ao invés de puxa-la novamente pra mim, peguei firme em sua cintura com as duas mãos e a levantei, a escutando gargalhar e balançar as perninhas meio surpresa. O sorriso foi espontâneo em meus lábios.

Quando a desci, levei meus lábios em seu ouvido, a abraçado "normalmente" para não levantar suspeitas, e talvez sem pensar, sussurrei em seu ouvido: